quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

PETROBRAS


PETROBRAS INAUGURA SISTEMA VAPORDUTO NA REGIÃO DO VALE DO AÇU
Empreendimento aumentará produção de petróleo

Na manhã desta quarta-feira (20/01), a Petrobras inaugurou o Projeto de Ampliação da Injeção Contínua de Vapor (Sistema Vaporduto).

A cerimônia foi realizada na sede da Petrobras, em Alto do Rodrigues, e contou com a presença da governadora do estado, Wilma de Faria; do diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella; do Gerente Geral de Exploração e Produção da Petrobras no RN e CE, Joelson Mendes; e do Gerente do Ativo de Produção Alto do Rodrigues, Fernando Ribeiro. Também estiveram presentes os prefeitos Eider Medeiros (Alto do Rodrigues), Luiz Cavalcante (Carnaubais) e Ivan Júnior (Assú).


“Estamos inaugurando um projeto que faz da trajetória de parcerias entre a Petrobras e o Rio Grande do Norte, e que contribui para o desenvolvimento do estado”, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella.


O projeto do Vaporduto consiste em injetar 610 toneladas de vapor por hora, nos campos de produção de Estreito e Alto do Rodrigues. Nessa primeira fase, 42 poços de petróleo, do campo de Estreito, estão recebendo o vapor que é gerado pela Usina Termoelétrica Jesus Soares Pereira (Termoaçu) e distribuído para os poços através de uma rede de dutos.


A Petrobras investiu neste empreendimento mais de 200 milhões de dólares. O vaporduto do Vale do Açu é o maior do mundo, com uma extensão de aproximadamente 30 km, e o primeiro a operar com vapor superaquecido.


Quando concluído, o projeto representará um acréscimo na produção de petróleo do Vale do Açu de 18 mil barris por dia. O aumento na produção irá gerar benefícios como: maior arrecadação de impostos e royalties, geração de empregos e desenvolvimento econômico do Estado e dos municípios.


O Projeto de Injeção de Vapor é um dos quatro grandes projetos da Petrobras para elevar a atual produção diária de 75 mil barris de óleo para 115 mil até 2011, no Rio Grande do Norte e Ceará.


O que é o método de Injeção de Vapor?

A Injeção de Vapor é um método especial de recuperação aplicado geralmente em óleos muito viscosos e consiste em injetar calor para reduzir a viscosidade e, portanto, aumentar a mobilidade do óleo, resultando em incremento na produção dos poços.


A injeção pode ser utilizada de maneira cíclica ou contínua. A cíclica é a forma de injeção envolvendo a transferência de calor para o reservatório por uma periódica injeção de vapor no poço produtor, reduzindo a viscosidade em torno deste por aumento da temperatura.


Na contínua o vapor é injetado em um poço central, com o objetivo de deslocar o óleo na direção dos poços produtores periféricos. O calor proveniente do vapor injetado reduz a viscosidade do óleo, quando o fluido injetado drena o óleo do poço injetor para o produtor.


Ao contrário do esperado, o modo contínuo foi o pioneiro do processo, restando ao cíclico o fato de ter sido descoberto por acaso, graças a um acidente em Mene Grande, na Venezuela, em 1959.


Descrição do processo de Injeção de Vapor

A água é captada em rio ou poços e submetida a tratamento para a remoção de gases dissolvidos, sólidos suspensos, bactérias e dureza, a fim de atender aos requisitos necessários para a geração de vapor, o qual é injetado no reservatório para o incremento na produção de óleo.


As linhas de distribuição de vapor são isoladas termicamente para minimizar as perdas de calor até o poço injetor.


Usina Termelétrica Jesus Soares Pereira – UTE-JSP (Termoaçu)

A termelétrica é uma instalação destinada a converter a energia de um combustível em energia elétrica. O combustível (gás natural liquefeito) é queimado no motor que movimenta as turbinas, e que por sua vez movimentam os geradores de energia elétrica, que será fornecida aos centros de consumo.


O calor gerado na queima dentro do motor é direcionado para a caldeira, por onde passa a água (captada do rio Piranhas/Açu), e que lá aquecida transforma-se em vapor.

Esse vapor (superaquecido) é enviado ao Vaporduto para ser aproveitado na injeção dos poços do campo de Estreito e Alto do Rodrigues.

Histórico Mundial

A utilização do calor para melhorar a produtividade dos poços é uma idéia quase tão antiga quanto a indústria do petróleo, já que há patentes tratando deste assunto datadas de 1865.

O objetivo inicial era apenas limpar e remover dos poços os depósitos de parafinas e asfaltenos. Somente meio século depois ocorreu a primeira tentativa de aquecer deliberadamente o reservatório, reduzindo a viscosidade do óleo. Há registros de experiências realizadas na Rússia, assim como nos EUA, ambas em meados da década de 30.


Embora a idéia seja antiga, o uso científico da injeção de vapor, apoiado pelo laboratório, apenas deslanchou na década de 50, atingindo o auge das aplicações em meados dos anos oitenta. Podemos citar como os projetos atuais mais antigos em operação os dos campos de South Belridge(1961) em Kern, Califórnia e East Tia Juana(1959) em Zulia, Venezuela


Os geradores de vapor foram introduzidos nos campos de petróleo de Kern River, em fins de 1963 ou no início de 1964.


Panorama no Brasil

A primeira injeção de vapor no Brasil aconteceu em março de 1978 no campo de Carmópolis na UN-SEAL, no poço CP-311, utilizando o GV-01, capacidade de 15MM Btu/h.


No ano 1982, foi iniciada a injeção na UN-RNCE no campo de Fazenda, e em 1984 o método vapor chega ao Ativo de Produção do Alto do Rodrigues, nos campos de Estreito e Alto do Rodrigues.


O mapa abaixo mostra a situação atual da injeção de vapor no Brasil, apresentando as bacias produtoras com as suas respectivas concessões, onde há aplicação deste método especial de recuperação, e o ano de início:


Injeção de Vapor na UN-RNCE

O início da injeção de vapor na Unidade se deu no campo de Fazenda Belém, em setembro de 1982, no poço FZB-30. No Ativo de Produção Alto do Rodrigues, o processo começou no campo de Estreito, em julho de 1984, com a injeção cíclica no poço ET-089 através de um gerador móvel (GV-04). Neste mesmo ano, o campo do Alto do Rodrigues também recebeu vapor.


Os resultados da injeção cíclica nos campos de Alto do Rodrigues e Estreito desde o início foram excelentes. Em 1992 foi realizado um estudo preliminar de viabilidade técnico-econômica da redução de espaçamento do campo, com injeção cíclica de vapor. Como decorrência desse estudo foram criadas novas áreas e projetos de injeção cíclica de vapor no campo de Estreito. Paralelamente, no campo de Alto do Rodrigues também foi iniciada a expansão da injeção cíclica a partir de 1992.


Em 1997 teve início o primeiro projeto piloto de injeção contínua de vapor do campo de Estreito, em espaçamento de 70 metros, cujos resultados, associados depois aos dos pilotos do campo de Alto do Rodrigues, desencadearam estudos para viabilização do projeto de expansão do método em larga escala nesses dois campos.


Em início de 1999 aconteceu a certificação do processo de vapor conforme a norma ISO 9002, proporcionando padronização das tarefas, incorporação de melhorias e incremento na performance operacional.


O processo evoluiu ao longo destes 26 anos no Ativo do Alto do Rodrigues. E a Ampliação do Projeto de Injeção Contínua de Vapor marca uma nova fase desse processo.

Assessoria de Imprensa da Petrobras no RN
(Crédito da Foto: João Batista Freitas)

Nenhum comentário :