segunda-feira, 31 de outubro de 2016
A UERN É O ESTADO VIVO
É com espanto e indignação que a Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN) toma conhecimento da declaração do presidente do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte - TJRN, desembargador Cláudio
Santos, durante entrevista ao RNTV 1ª edição desta data (31/10/2016),
sugerindo a privatização da UERN.
A “proposta”, num improviso gerencial, não tem lastro jurídico, social nem econômico.
A UERN é um órgão estadual, criado por lei, que há mais de 48 anos
vem formando pessoas nas mais diversas áreas do conhecimento, com ênfase
nos profissionais para a educação básica, tanto na graduação quanto na
pós-graduação.
A Universidade implementou diversas medidas para adequação de suas
despesas à realidade orçamentária e financeira estadual, dentre as quais
a implementação do teto salarial, racionalização de aluguéis,
descontinuidade de oferta de cursos em Núcleos Avançados de Ensino
Superior, revisão de contratos, além de focar na captação de recursos
fora do Erário Estadual, tais como convênios com a União e Entidades de
Fomento.
Sugerir, por outro lado, que o Estado conceda bolsas de até R$
1.500,00 para cada aluno como opção ao enfrentamento do “custo” de R$ 20
milhões por mês, sem mencionar ou conhecer que a UERN conta com mais de
15 mil alunos, é um despropósito financeiro, dado que o montante
ultrapassaria R$ 22,5 milhões, muito além do suposto “gasto” com a
Instituição.
Nos momentos de crise, como a que ora atravessa o Rio Grande do
Norte, os esforços das melhores inteligências do Estado deveriam se unir
para formular soluções duradouras e viáveis para o desenvolvimento da
região e não apontar propostas mirabolantes, que apenas mascaram os
graves problemas de distribuição dos recursos públicos entre os diversos
Poderes e Órgãos do Estado.
PEDRO FERNANDES RIBEIRO NETO
REITOR
REITOR
ALDO GONDIM FERNANDES
VICE-REITOR
VICE-REITOR
COMUNIDADE ACADÊMICA
Marcadores:
Política
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
JURO DO CHEQUE ESPECIAL SOBE
A 324,9%, E ROTATIVO DO
CARTÃO CHEGA A 480,3%
A taxa de juros do cheque especial subiu em setembro e atingiu
324,9% ao ano, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo
Banco Central.
É a taxa mais alta desde julho de 1994, quando a pesquisa começou a ser feita.
O resultado do cheque especial mostra uma alta de 3,8 pontos percentuais em relação a agosto e um salto de 61,2 pontos na comparação com setembro de 2015.
Os juros do rotativo do cartão de crédito também tiveram alta e ficaram em 480,3% ao ano. Houve aumento de 5,3 pontos na comparação com agosto, e um salto de 66,1 pontos em relação a setembro do ano passado. Também é a maior taxa registrada desde 2011, início da série histórica.
O resultado do cheque especial mostra uma alta de 3,8 pontos percentuais em relação a agosto e um salto de 61,2 pontos na comparação com setembro de 2015.
Os juros do rotativo do cartão de crédito também tiveram alta e ficaram em 480,3% ao ano. Houve aumento de 5,3 pontos na comparação com agosto, e um salto de 66,1 pontos em relação a setembro do ano passado. Também é a maior taxa registrada desde 2011, início da série histórica.
Os dados são referentes apenas aos juros cobrados das famílias. Esses
são números médios e podem variar para cada situação específica, porque
os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado
pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco
paga menos taxas).
Confira a variação de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
Confira a variação de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
- Cartão de crédito parcelado: de 152,2% ao ano em agosto para 154,7% ao ano em setembro;
- Crédito pessoal não-consignado: de 132,3% ao ano em agosto para 135,1% ao ano em setembro;
- Crédito pessoal consignado: manteve, em setembro, os 29,3% ao ano registrados em agosto;
- Crédito renegociado: de 53,1% ao ano em agosto para 54,9% ao ano em setembro;
- Compra de veículos: de 26,2% ao ano em agosto para 26,1% ao ano em setembro;
- Compra de outros bens: de 92,8% ao ano em agosto para 96,6% ao ano em setembro;
- Financiamento imobiliário: de 11,1% ao ano em agosto para 11% ao ano em setembro.
Fonte: UOL Economia
Marcadores:
Economia
Indicadores e Índices Econômicos - 26/10/2016
Empresário Online
CÂMBIO E OURO
I-Dólar:
|
Comercial | |
DIA | Compra | Venda |
20/10
21/10 24/10 |
R$ 3,137 R$ 3,160 R$ 3,120 |
R$ 3,139 R$ 3,161 R$ 3,121 |
Fonte: UOL
II-Euro:
|
||
DIA | Compra | Venda |
20/10
21/10 24/10 |
R$ 3,427 R$ 3,436 R$ 3,392 |
R$ 3,430 R$ 3,439 R$ 3,395 |
Fonte: UOL
III-Ouro:
|
|
DIA | Compra |
20/10
21/10 24/10 |
R$ 128,70 R$ 128,30 R$ 127,50 |
Fonte: BOVESPA
REAJUSTE DE ALUGUEL E OUTROS CONTRATOS:
ÍNDICES | ACUMULADO % ATÉ OUTUBRO/ 16 |
IGP-M (FGV)
IGP-DI (FGV) IPC-FIPE IPCA (IBGE) INPC (IBGE) ICV-DIEESE |
1,1066 1,0947 1,0826 1,0848 1,0621 1,0808 |
Fonte: O Estado de S. Paulo
Fatores válidos para contratos cujo último reajuste ocorreu há um ano.
Multiplique o valor pelo fator.
Fatores válidos para contratos cujo último reajuste ocorreu há um ano.
Multiplique o valor pelo fator.
POUPANÇA/DIA –OUTUBRO
Período |
Poupança (1)
|
Poupança (2)
|
01/10 a 31/10 01/10 a 01/11 02/10 a 02/11 03/10 a 03/11 04/10 a 04/11 05/10 a 05/11 06/10 a 06/11 07/10 a 07/11 08/10 a 08/11 09/10 a 09/11 10/10 a 10/11 11/10 a 11/11 12/10 a 12/11 13/10 a 13/11 14/10 a 14/11 15/10 a 15/11 16/10 a 16/11 17/10 a 17/11 18/10 a 18/11 19/10 a 19/11 |
0,6609%
0,6609% 0,6895% 0,6844% 0,6825% 0,6878% 0,6437% 0,6059% 0,6141% 0,6518% 0,6886% 0,6758% 0,6845% 0,6934% 0,6278% 0,6275% 0,6275% 0,6562% 0,6523% 0,6912% |
0,6609% 0,6895% 0,6844% 0,6825% 0,6878% 0,6437% 0,6059% 0,6141% 0,6518% 0,6886% 0,6758% 0,6845% 0,6934% 0,6278% 0,6275% 0,6275% 0,6562% 0,6523% 0,6912% |
(1) Depósitos até 03/05/12
(2) Depósitos a partir de 04/05/12 - MP nº 567, de 03/05/12
Rendimento da Caderneta de Poupança no último dia do período.
Fonte: Valor Econômico
(2) Depósitos a partir de 04/05/12 - MP nº 567, de 03/05/12
Rendimento da Caderneta de Poupança no último dia do período.
Fonte: Valor Econômico
INDICADORES/MÊS
* TR – Taxa Referencial; ** Débitos Federais; *** Unidade Padrão
de Capital; (1) Rendimento no 1º dia do mês seguinte, para depósitos
até 03/05/12; (2) Rendimento no primeiro dia do mês seguinte para
depósitos a partir de 04/05/2012 – MP nº 567, de 03/05/2012. (3) Crédito
no dia 10 do mês seguinte (TR + juros de 3 % ao ano). (4) Juro pela
Taxa Selic para pagamentos de débitos federais em atraso – no mês do
pagamento, a taxa é de 1%; (5) São duas faixas salariais mínimas, com
vigência a partir deste mês: R$ 905 (para domésticos, agropecuários,
ascensoristas, motoboys) e R$ 920 (para operadores de máquinas,
carteiros, cabeleireiros, trabalhadores de turismo, telemarketing); (6)
Extinta pela Medida Provisória nº 1973/67, de 27/10/00 – último valor:
R$ 1,0641; BTN + TR cheia – suprimido por ser título extinto pela Lei nº
8.177, de 01/03/1991, embora ainda existam alguns em circulação.
Fonte: Folha Online, Valor Econômico
jul/16 | ago/16 | set/16 | out/16 | Ano | 12 meses | ||
Poupança antiga (1)
Poupança (2) TR* TJLP FGTS (3) SELIC - Déb Fed (4) UPC *** Salário Mínimo Salário Mínimo SP (5) UFIR (6) |
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (R$) (R$) (R$) |
0,6629 0,6629 0,1621 0,62 0,4091 1,11 23,16 880,00 1.000,00 |
0,7558 0,7558 0,2545 0,62 0,5018 1,22 23,16 880,00 1.000,00 --- |
0,6583% 0,6583% 0,1575 0,60 0,4045 1,11 23,16 880,00 1.000,00 |
0,6609% 0,6609% 0,1601 0,62 0,4071 1,06 23,29 880,00 1.000,00 --- |
6,88 6,88 1,68 6,32 4,21 11,60 2,01 2,01 --- --- |
8,33 8,33 2,04 7,54 5,10 14,09 11,68 11,68 --- --- |
Fonte: Folha Online, Valor Econômico
INFLAÇÃO - FONTES DIVERSAS - REFERÊNCIA ATUALIZADA
OUTUBRO/2016
ÍNDICES | jan/16 | fev/16 | mar/16 | abr/16 | mai/16 | |
INPC / IBGE (%)
IPCA / IBGE (%) IPCA Esp / IBGE (%) ICV / DIEESE (%) IPC / FIPE (%) ClasMéd/Ordem (%) IGP-DI / FGV (%) IPA -DI / FGV (%) IPC-DI / FGV (%) INCC-DI / FGV (%) IGP-M / FGV (%) IPA-M / FGV (%) IPC-M / FGV (%) INCC-M / FGV (%) CUB-Sinduscon (%) |
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) |
1,51 1,27 0,92 1,80 1,37 1,50 1,53 1,63 1,78 0,39 1,14 1,14 1,48 0,32 0,44 |
0,95 0,90 1,42 0,71 0,89 0,92 0,79 0,84 0,76 0,54 1,29 1,45 1,19 0,52 0,05 |
0,44 0,43 0,43 0,44 0,97 0,64 0,43 0,37 0,50 0,64 0,51 0,44 0,58 0,79 0,01 |
0,64 0,61 0,51 0,57 0,46 0,41 0,36 0,29 0,49 0,55 0,33 0,29 0,39 0,41 0,12 |
0,98 0,78 0,86 0,67 0,57 0,30 1,13 1,49 0,64 0,08 0,82 0,98 0,65 0,19 0,03 |
jun/16 | jul/16 | ago/16 | set/16 | 12meses | ||
INPC / IBGE (%)
IPCA / IBGE (%) IPCA Esp / IBGE (%) ICV / DIEESE (%) IPC / FIPE (%) ClasMéd/Ordem (%) IGP-DI / FGV (%) IPA -DI / FGV (%) IPC-DI / FGV (%) INCC-DI / FGV (%) IGP-M / FGV (%) IPA-M / FGV (%) IPC-M / FGV (%) INCC-M / FGV (%) CUB-Sinduscon (%) |
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) |
0,47 0,35 0,40 0,45 0,65 0,33 1,63 2,10 0,26 1,93 1,69 2,21 0,33 1,52 3,18 |
0,64 0,52 0,54 0,21 0,35 (*) -0,39 -0,81 -0,37 0,49 0,18 -0,01 0,29 1,09 1,15 |
0,31 0,44 0,46 0,36 0,11 ------ 0,43 0,50 0,32 0,29 0,15 0,04 0,40 0,26 0,01 |
0,08 0,08 0,23 0,03 -0,14 ------- 0,03 -0,03 0,07 0,33 0,20 0,18 0,16 0,37 0,21 |
9,15 8,48 8,78 8,08 8,26 ----- 9,74 10,97 8,10 6,21 10,66 12,28 8,20 6,44 5,48 |
Fonte: Folha Online, Valor Econômico, Ordem dos Economistas
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Indicadores
terça-feira, 25 de outubro de 2016
UERN SUSPENDE AULAS E ATIVIDADES
ADMINISTRATIVAS POR CAUSA
DA PARALISAÇÃO DOS
TERCEIRIZADOS
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) suspendeu as
atividades acadêmicas e administrativas a partir da noite desta
terça-feira, 25, no Campus Central e Campi Avançados. A decisão Ad
Referendum foi motivada pela paralisação dos trabalhadores terceirizados
que atuam na limpeza e vigilância. “Considerando que tais serviços são
imprescindíveis para o funcionamento instituição e o bem-estar de
milhares de discentes, técnicos e docentes que diariamente circulam pela
nossa instituição, tomamos essa decisão convictos de que o calendário
acadêmico não será comprometido no semestre 2016.1”, assegurou o reitor
Pedro Fernandes.
Essa decisão foi pautada no diálogo com o Diretório Central de
Estudantes (DCE), Sinditado dos Técnicos Administrativos (SINTAUERN),
Associação dos Docentes (ADUERN), Conselho Universitário (Consuni) e
Fórum de Diretores de Unidades Acadêmicas.
“Estamos empenhados para que essa situação se resolva o quanto
antes”, declarou o reitor, reforçando que as atividades acadêmicas
retornarão imediatamente após a normalização dos serviços de limpeza e
vigilância.
O funcionamento normal da UERN segue apenas nos Núcleos Avançados de Educação Superior (NAES).
Veja o Ad Referendum AQUI
Fonte: Assessoria de Comunicação da UERN
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Diversas
A SOCIEDADE CIVILIZADA
Há 74 anos, com 14, fui trabalhar, como office-boy
na Companhia Gessy Industrial. Criada por um inteligente imigrante
italiano fabricava, em 1942, produtos de higiene pessoal que competiam
bem com os das concorrentes estrangeiras aqui instaladas. Os tempos eram
lentos. A única comunicação direta com os clientes era por meio da
correspondência escrita, sujeita às vicissitudes do velho Correio
nacional. A qualidade e a precisão da comunicação da empresa com seus
compradores eram, assim, absolutamente decisivas para o seu sucesso.
Na Gessy, tive a sorte de trabalhar com o
correspondente-chefe que garantia aquela interlocução, o senhor Ayrton
Alves Aguiar, um verdadeiro “triple A”! Cultura aberta (médico sem
exercer a profissão), generoso, crente da objetividade da ciência, era
um libertário que beirava o anarquismo. Cultivava o socialismo
“enrustido” da Coleção Espírito Moderno. Dirigida por Anísio Teixeira e
Monteiro Lobato, publicava obras de socialistas “fabianos”, como H.G.
Wells, que ele me convenceu a ler. Cheguei assim, aos 17 anos, um
convicto “socialista fabiano”, com a certeza de que era possível
construir uma sociedade melhor onde houvesse liberdade individual e
relativa igualdade, desde que fosse gerida por uma burocracia
esclarecida e generosa num regime de propriedade coletiva dos meios de
produção.
Não me lembro de qualquer menção, naquela literatura, de
como na tal sociedade se coordenariam os desejos de milhões de
consumidores livres, com a ação de milhões de agentes estatais que
deveriam produzir os bens que os satisfariam. Em 1948, no primeiro ano
do curso de Economia da FEA-USP, provocado por meu exibicionismo, o
ilustre professor Paul Hugon, pacientemente, abalou as minhas crenças.
Explicou os problemas daquela coordenação estudados por economistas
entre 1920 e 1930 e chamou a minha atenção para Marx,
que os fabianos detestavam por sua “metafísica”, que se esquivara do
problema com uma platitude: “De cada um de acordo com suas habilidades e
para cada um de acordo com as suas necessidades”...
É difícil entender a deliberada
ignorância desse problema diante do fracasso de centenas de experiências
pioneiras na construção de sociedades inspiradas nos pensamentos
socialistas de Robert Owen e Charles Fourier, por exemplo.
É perigoso generalizar, mas todas começaram com fervor quase religioso de abdicação, altruísmo
e esperança. E todas terminaram muito mal, quer por pressões externas,
quer porque a prática mostrou que a coordenação das atividades
autogeridas encontra dificuldades cuja solução exige alguma
hierarquização, e isso desperta forças desagregadoras. Nunca foram
comunidades importantes. A macroexperiência foi apoiada no pensamento de
Marx. Começou como a esperança de libertação da humanidade, sob a
admiração quase unânime da inteligência internacional: a construção de
Lenin na Rússia. Terminou, também, de forma trágica. Mesmo com o poder
absoluto durante 70 anos, não foi capaz de resolver o velho problema da
coordenação.
Talvez já seja tempo de deixar de lado a busca do grande
sonho da sociedade “perfeita” e reconhecer a possibilidade de construção
de uma sociedade “civilizada” mais modesta, que atenda a pelo menos
três condições: 1. Dar a todos a plena liberdade para realizar as suas potencialidades. 2.
Igualizar as oportunidades de cada um, reduzindo o acidente do local de
seu nascimento e mitigando as transferências de poder intergeracional
que a acumulação da riqueza confere. 3. Resolver o problema da
coordenação por meio de um Estado forte, constitucionalmente controlado,
capaz de regular o bom funcionamento dos mercados, o que, com sólidas
instituições, permite uma “acomodação” da liberdade com a igualdade e a
eficiência produtiva, valores não inteiramente compatíveis.
Os “mercados”
estão longe de ser perfeitos. São uma construção do homem – um
instrumento – que resolve de forma satisfatória o problema da
coordenação, aumenta a produtividade do trabalho e reduz o tempo que ele
precisa para atender à sua subsistência material, o que lhe dará cada
vez mais tempo livre para realizar a sua humanidade.
Fonte: CartaCapital
Por Delfim Netto
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Economia
"DIREITO EXCEPCIONAL" DADO A
MORO COMEÇAR A INCOMODAR O STF
Passados
apenas três dias, o “clima de normalidade” deu lugar a uma crise – que
antes estava apenas nos bastidores. O golpe contra a democracia e o
ataque frontal à Constituição levando o país ao retrocesso
institucional. Enquanto o golpe iniciava, o discurso era de que as
instituições estavam funcionando plenamente, sem qualquer ingerência.
Agora, depois que a presidenta Dilma Rousseff foi afastada, os mesmos
que falavam em “normalidade” elevam o tom contra estado de exceção.
Um dos temas recorrentes é a chamada “obstrução de justiça”. Foi o que levou o senador cassado Delcídio do Amaral a ser preso no ano passado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi também o que levou o juiz Sérgio Moro a divulgar, às vésperas da votação do impeachment na Câmara, o grampo de conversas do ex-presidente Lula, inclusive com seus advogados, violando o direito de sigilo.
E foi esse mesmo motivo que levou a chamada Operação Metis, que por decisão de um juiz de primeira instância, invadiu o parlamento e prendeu integrantes da Polícia Legislativa. Além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chamou a ação de fascista, outros membros dos três poderes se manifestaram.
Agora, o “direito excepcional” concedido ao juiz Sergio Moro começou a incomodar. O ministro do STF, Gilmar Mendes, critica o que chama de “excessos” na Operação Lava Jato e disse que é preciso estabelecer limites para as prisões preventivas que ocorrem na operação.
“Há [excessos na Lava Jato], tanto é que houve concessão de habeas corpus. Para mim, por exemplo, no que diz respeito à prisão provisória sem limites, isso me parece excessivo e precisa ser discutido no TRF [Tribunal Regional Federal], no STJ [Superior Tribunal de Justiça] e no Supremo”, disse Mendes em coletiva de imprensa durante o 3º Colóquio sobre o Supremo Tribunal Federal promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo, no centro da capital paulista.
Perguntado se a Lava Jato não estaria promovendo um estado de exceção no país, como argumentam alguns juízes, Mendes respondeu que vê exageros nos desdobramentos da operação.
“Acho que há exagero, mas é necessário que a Justiça acompanhe isso de forma bastante tranquila e faça as correções devidas. Nós, no Supremo, já concedemos habeas corpus. Eu entendo que já deveríamos ter concedido mais. Acho que deveríamos ter colocado limites nessas prisões preventivas que não terminam. Precisamos realmente mostrar que há limites para determinados modelos que estão se desenhando”, disse.
Ele também criticou o “corporativismo” do Judiciário. “O Brasil virou uma república corporativa. A gente só vê os grupos altos, centrados, defendendo seus próprios interesses. E agora nunca tivemos tantos combatentes de corrupção. Todos – defensores públicos, AGU [Advocacia-Geral da União], membros do Ministério Público, 18 mil juízes – todos dizem que estão tendo restrições de salários porque eles querem combater a corrupção. Talvez tenhamos 18 mil Moros [juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato].”
E por falar em corporativismo, a ministra e presidenta do Supremo, Cármen Lúcia, disse nesta terça-feira (25), ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que “todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido”. A afirmação foi uma resposta às declarações de Renan.
“O que não é admissível aqui, fora dos autos, é que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Porque, como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós, juízes, é”, completou a ministra.
Outro ministro a comentar a situação foi Dias Toffoli, que afirmou que o aumento do protagonismo do STF exige “prudência e consciência para que as decisões não interfiram no outro poder”. “O Judiciário não deve ter a responsabilidade de gerir a nação porque os poderes são divididos e deve haver harmonia entre eles”, declarou.
Além dos ministros do STF, o senador tucano e líder do governo Temer no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse ao jornalista Ilimar Franco, do O Globo, que o “juiz Moro, que se acha o superego da República, tem que dizer quais artigos do projeto da lei do Abuso do Poder (quando ficar pronto) impedem a ação da Justiça”.
A crise institucional do golpe está oficialmente instalada.
Um dos temas recorrentes é a chamada “obstrução de justiça”. Foi o que levou o senador cassado Delcídio do Amaral a ser preso no ano passado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi também o que levou o juiz Sérgio Moro a divulgar, às vésperas da votação do impeachment na Câmara, o grampo de conversas do ex-presidente Lula, inclusive com seus advogados, violando o direito de sigilo.
E foi esse mesmo motivo que levou a chamada Operação Metis, que por decisão de um juiz de primeira instância, invadiu o parlamento e prendeu integrantes da Polícia Legislativa. Além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chamou a ação de fascista, outros membros dos três poderes se manifestaram.
Agora, o “direito excepcional” concedido ao juiz Sergio Moro começou a incomodar. O ministro do STF, Gilmar Mendes, critica o que chama de “excessos” na Operação Lava Jato e disse que é preciso estabelecer limites para as prisões preventivas que ocorrem na operação.
“Há [excessos na Lava Jato], tanto é que houve concessão de habeas corpus. Para mim, por exemplo, no que diz respeito à prisão provisória sem limites, isso me parece excessivo e precisa ser discutido no TRF [Tribunal Regional Federal], no STJ [Superior Tribunal de Justiça] e no Supremo”, disse Mendes em coletiva de imprensa durante o 3º Colóquio sobre o Supremo Tribunal Federal promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo, no centro da capital paulista.
Perguntado se a Lava Jato não estaria promovendo um estado de exceção no país, como argumentam alguns juízes, Mendes respondeu que vê exageros nos desdobramentos da operação.
“Acho que há exagero, mas é necessário que a Justiça acompanhe isso de forma bastante tranquila e faça as correções devidas. Nós, no Supremo, já concedemos habeas corpus. Eu entendo que já deveríamos ter concedido mais. Acho que deveríamos ter colocado limites nessas prisões preventivas que não terminam. Precisamos realmente mostrar que há limites para determinados modelos que estão se desenhando”, disse.
Ele também criticou o “corporativismo” do Judiciário. “O Brasil virou uma república corporativa. A gente só vê os grupos altos, centrados, defendendo seus próprios interesses. E agora nunca tivemos tantos combatentes de corrupção. Todos – defensores públicos, AGU [Advocacia-Geral da União], membros do Ministério Público, 18 mil juízes – todos dizem que estão tendo restrições de salários porque eles querem combater a corrupção. Talvez tenhamos 18 mil Moros [juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato].”
E por falar em corporativismo, a ministra e presidenta do Supremo, Cármen Lúcia, disse nesta terça-feira (25), ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que “todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido”. A afirmação foi uma resposta às declarações de Renan.
“O que não é admissível aqui, fora dos autos, é que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Porque, como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós, juízes, é”, completou a ministra.
Outro ministro a comentar a situação foi Dias Toffoli, que afirmou que o aumento do protagonismo do STF exige “prudência e consciência para que as decisões não interfiram no outro poder”. “O Judiciário não deve ter a responsabilidade de gerir a nação porque os poderes são divididos e deve haver harmonia entre eles”, declarou.
Além dos ministros do STF, o senador tucano e líder do governo Temer no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse ao jornalista Ilimar Franco, do O Globo, que o “juiz Moro, que se acha o superego da República, tem que dizer quais artigos do projeto da lei do Abuso do Poder (quando ficar pronto) impedem a ação da Justiça”.
A crise institucional do golpe está oficialmente instalada.
Fonte: Portal Vermelho
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ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
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domingo, 23 de outubro de 2016
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