
João Virtuoso, filho amantíssimo da cidade de Limoeiro, no interior de Pernambuco, reduto de Chico Heráclio, o mais enfezado dos coronéis nordestinos, comprou um caminhão.
Oh, que caminhão lindo!
Todos admiravam a beleza de caminhão, um Chevrolet Tigre de terceira-mão, mas num estado admirável.
Custou caro, mas valeu ? era o que João Virtuoso dizia.
Há quem afirme que o próprio Chico Heráclio mandou felicitações para João Virtuoso, que ficou o domingo inteiro na boléia do caminhão dando voltas pela cidade, como quem quer mostrar ao mundo o que possuía.
Ao chegar em casa, já à noitinha, encontrou Zé Virtuoso, seu irmão mais velho, recém-chegado da Paraíba, especialmente para conhecer o caminhão do seu mano.
Já pensou na frase?
Frase?
Xente, João. Todo caminhão tem que ter uma frase escrita no pára-choque.
E é?
Não se lembra de Romilino, não? Ele comprou um caminhão, escreveu no pára-choque: "Deus vai comigo", na primeira viagem o caminhão virou, quebrou-se todo, ele raspou o pára-choque e escreveu: "Viajo só". Seja como for, tem que ter uma frase.
João acreditou no irmão e, na segunda-feira, quando saiu no caminhão, o pára-choque já ostentava: "Eu quero é rosetar".
Para quê? Coronel Chico Heráclio soube que uma frase imoral como esta estava escrita no pára-choque de um caminhão com placa de Limoeiro, ficou com a cachorra da moléstia. Ele achou que a frase, uma frase assim indecente, trazia prejuízo às moças donzelas da cidade e mandou um recado a João para que ele raspasse aquela imoralidade e escrevesse outra coisa no pára-choque, imediatamente.
João nem se importou com o recado, embora ele viesse de Chico Heráclio que, ao saber da desimportância dada por João, tomou outra providência mais de acordo com seu estilo.
Então agora é só dar uma surra nele e raspar a frase.
Dito e feito. Deram-lhe uma boa sova e rasparam do pára-choque do caminhão aquela frase nojenta, insinuadora de safadezas.
Por três dias ninguém teve notícia de João Virtuoso nem do seu caminhão, mas toda a cidade sabia do acontecido.
Na sexta-feira de tardinha lá vinha o caminhão de João, buzinando pela praça. O povo se junto e correu para olhar de perto. No pára-choque, uma frase:
"Continuo querendo".
Enviada por Bosquinho do "Copão"
Oh, que caminhão lindo!
Todos admiravam a beleza de caminhão, um Chevrolet Tigre de terceira-mão, mas num estado admirável.
Custou caro, mas valeu ? era o que João Virtuoso dizia.
Há quem afirme que o próprio Chico Heráclio mandou felicitações para João Virtuoso, que ficou o domingo inteiro na boléia do caminhão dando voltas pela cidade, como quem quer mostrar ao mundo o que possuía.
Ao chegar em casa, já à noitinha, encontrou Zé Virtuoso, seu irmão mais velho, recém-chegado da Paraíba, especialmente para conhecer o caminhão do seu mano.
Já pensou na frase?
Frase?
Xente, João. Todo caminhão tem que ter uma frase escrita no pára-choque.
E é?
Não se lembra de Romilino, não? Ele comprou um caminhão, escreveu no pára-choque: "Deus vai comigo", na primeira viagem o caminhão virou, quebrou-se todo, ele raspou o pára-choque e escreveu: "Viajo só". Seja como for, tem que ter uma frase.
João acreditou no irmão e, na segunda-feira, quando saiu no caminhão, o pára-choque já ostentava: "Eu quero é rosetar".
Para quê? Coronel Chico Heráclio soube que uma frase imoral como esta estava escrita no pára-choque de um caminhão com placa de Limoeiro, ficou com a cachorra da moléstia. Ele achou que a frase, uma frase assim indecente, trazia prejuízo às moças donzelas da cidade e mandou um recado a João para que ele raspasse aquela imoralidade e escrevesse outra coisa no pára-choque, imediatamente.
João nem se importou com o recado, embora ele viesse de Chico Heráclio que, ao saber da desimportância dada por João, tomou outra providência mais de acordo com seu estilo.
Então agora é só dar uma surra nele e raspar a frase.
Dito e feito. Deram-lhe uma boa sova e rasparam do pára-choque do caminhão aquela frase nojenta, insinuadora de safadezas.
Por três dias ninguém teve notícia de João Virtuoso nem do seu caminhão, mas toda a cidade sabia do acontecido.
Na sexta-feira de tardinha lá vinha o caminhão de João, buzinando pela praça. O povo se junto e correu para olhar de perto. No pára-choque, uma frase:
"Continuo querendo".
Enviada por Bosquinho do "Copão"
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