quinta-feira, 30 de junho de 2011

UERN



ADUERN: CONTRAPROPOSTA SERÁ 

 ENCAMINHADA AO GOVERNO DO ESTADO


Em assembleia realizada ontem (29), na sede da 12ª Dired em Mossoró, os professores da UERN elaboraram uma contraproposta para apresentar ao Governo do Estado. O Reitor Milton Marques se reunirá amanhã (1º) e entregará o documento à Governadora Rosalba Ciarlini.

Os professores decidiram aceitar o pagamento do reajuste de 23,98%, em cumprimento ao Plano de Cargos e Salários de 1989, a partir do mês de setembro com a condição de o realinhamento salarial ser retroativo a abril. A contraproposta ainda contempla os demais pontos de reivindicação da categoria como o descontingenciamento orçamentário da UERN e sua autonomia financeira.

Confira abaixo o documento na íntegra:

Ofício com cópia ao Magnífico Reitor da UERN, Prof. Milton Marques de Medeiros


Exmª Senhora Governadora,


Passados mais de trinta dias desde o início da greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e, tendo em vista a disposição do Governo do Estado em manter um relacionamento amigável e respeitoso com os servidores, bem como a disposição de negociar com as categorias em greve, a Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ADUERN), determinada a contribuir na busca de solução para o impasse envolvendo o atendimento da pauta de reivindicação da classe docente da UERN por parte do Governo do Estado, vem pelo presente apresentar à Vossa Excelência, em conformidade com deliberação d a Assembléia Geral da categoria, ocorrida nesta quarta-feira (29/06), nova proposta de solicitação de reposição salarial com o propósito de atender ao cumprimento do Plano de Cargos e Salários dos Docentes da UERN:

1 - Pagamento incondicional, a partir do mês de setembro de 2011, da Reposição Salarial de 23,98%, de forma retroativa ao mês de abril 2011. Tal índice corresponde ao cumprimento do Plano de Cargos e Salários dos Docentes da UERN;

– Definição e apresentação, por parte do Governo do Estado, do cronograma de descontingenciamento da verba orçamentária (custeio e investimento) destinada à UERN - prevista no orçamento 2011 - de forma a garantir recursos necessários à Instituição. Ao mesmo tempo, assegurar suplementação orçamentária para ampliar os recursos destinados à Universidade, atenuando as dificuldades financeiras que a mesma vem atravessando;

3 – Reiterar o compromisso de criação de uma comissão composta por representantes do Governo do Estado e da UERN, objetivando a definição de normas e percentuais de autonomia financeira pra a instituição;

4 - Garantia de atendimento da pauta de reivindicações dos Estudantes da UERN;

5 – Garantia, com definição de prazos, da constituição imediata de um fórum permanente de negociação, composto por representantes do Governo do Estado e da UERN, com o objetivo de aprofundar as discussões relacionadas aos demais pontos contidos na pauta de reivindicação da ADUERN e dos demais segmentos da instituição.

Na oportunidade, reafirmamos o que já dissemos em outras ocasiões, declarando que a ADUERN está, e sempre estará, à disposição para participar e contribuir com qualquer discussão que trate de buscar melhorias para UERN, patrimÃ?nio educacional, cultural e social do Estado do Rio Grande do Norte.

Finalmente, cientes dos compromissos de Vossa Excelência para com a educação pública, antecipamos nossos agradecimentos na convicção do pronto atendimento de nossas reivindicações. Consequentemente, colocamo-nos à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos na procura de avançar nas negociações e alcançar o melhor resultado possível.

Atenciosamente

Flaubert Fernandes Torquato Lopes

Presidente da ADUERN


Exmª Sra.

Rosalba Ciarline Rosado

ADUERN PARTICIPA DO DIA NACIONALDE MOBILIZAÇÃO


A próxima quarta-feira (6) será marcada como o “Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Classe Trabalhadora, por educação, alimento e trabalho decente”. O evento é uma realização da Central Única dos Trabalhadores, em parceria com a Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Federação Única dos Petroleiros, Central de Movimentos Populares e outras entidades da Coordenação dos Movimentos Sociais.


Os professores da UERN deliberaram em assembleia realizada ontem (29), na sede da 12ª Dired, que irão construir uma mobilização em Mossoró e ainda nas cidades em que há sub-sedes da ADUERN (Natal, Assu, Caicó, Pau dos Ferros e Patu) como parte das atividades do movimento paredista. Em Mossoró, a mobilização será realizada juntamente com outras entidades.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ADUERN
Talita Lucena (DRT 1551-RN)




FÁTIMA COBRA UMA SOLUÇÃO PARA A SITUAÇÃO
DOS COLÉGIOS DE APLICAÇÃO


Na reunião de hoje com o ministro da Educação, Fernando Haddad, a deputada federal Fátima Bezerra pediu uma solução para a falta de professores nos 17 Colégios de Aplicação (CAp) vinculados às universidades federais. A deputada entregou a cópia de um ofício elaborado pela diretora do NEI (Núcleo de Educação Infantil da UFRN), Suzana Medeiros, em que ela relata a situação do colégio e dos demais CAPs. O ministro esteve na Comissão de Educação e Cultura para falar do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PL 1209/11), que ampliará o número de cursos profissionalizantes no país.

No NEI, por exemplo, faltam professores e os que foram contratados em regime de substituição estão com seus salários atrasados. Em protesto, os professores do NEI paralisaram suas atividades de 8 a 20 de junho. “Além de atenderem os filhos da comunidade universitária, os Colégios de Aplicação são importantes espaços de pesquisa acerca da educação infantil, sem contar que prestam um atendimento escolar de excelência”, argumentou a deputada Fátima Bezerra.

Ela explicou que está na mesa da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a minuta de uma portaria autorizando a contratação de professores para solucionar a crise. “É preciso que esta portaria seja editada”, defendeu Fátima Bezerra.

Greve nas Universidades
 
A deputada também pediu que o ministro busque uma solução para a greve dos servidores administrativos das universidades federais, que já está no 29º dia. “É importante que o governo apresente uma proposta”, pontuou.

A pauta salarial da Fasubra (Federação dos Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras) reivindica a apresentação de recursos orçamentários para serem alocados no piso da tabela salarial para 2011 ou 2012; propostas que contemplem o vencimento básico complementar, e reposicionamento de aposentados com ampliação de direitos; propostas concretas sobre a racionalização dos cargos, reajuste de benefícios em 2011.

Fonte: Assessoria de Imprensa da deputada Fátima Bezerra - PT/RN
Rejane Medeiros - Pedro Filgueira 




POR MÁRCIO ROLLAND



 A POLÍTICA ECONÔMICA E A DIVINA 

COINCIDÊNCIA*


Em fevereiro de 2010, Olivier Blanchard, atual economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), juntamente com dois colegas, publicou um texto1 discutindo o que poderia parecer normal na política macroeconômica após a crise financeira internacional de 2008. Na verdade, por sua honestidade acadêmica, associada ao pragmatismo científico, o economista tratava de discutir o que estaria errado nas orientações de política econômica antes da crise e o que poderia continuar valendo a partir de então. Não somente Blanchard, mas outros economistas também engrossaram o coro daqueles que acreditam que algumas ideias aparentemente consensuais em matéria de política monetária deveriam ser revistas.

Primeiro, deveria ser revista a ideia quase obcecada de inflação estável e baixa como mandato primário, senão exclusivo, do banco central, em nome de um hiato do produto2 igual a zero. Essa convergência entre o Produto Interno Bruto (PIB) de equilíbrio e o produto observado, também conhecida como "divina coincidência", é como uma bússola para a rota da inflação e, por isso, artifício amplamente usado para calibrar a taxa de juros.

Claro que preços estáveis cumprem um papel altamente relevante para a atividade econômica; inflação relativamente baixa e estável se tornou um patrimônio importante de toda a sociedade brasileira. Mas, crer que banqueiros centrais foquem apenas na inflação é um exagero retórico típico de modelos exclusivamente teóricos.

Para Adrian e Shin (2008)3, taxas de juros de curto prazo são determinantes do custo de alavancagem e importantes na definição de intermediação financeira nos balanços de bancos e empresas. Assim, ciclos de liquidez e graus de alavancagem podem ser resultados de políticas monetárias. Noutras palavras, longos períodos de taxas de juros muito baixas podem aumentar a probabilidade de ocorrência de crises financeiras, como a de 2008. Por isso, esses autores recomendam que políticas monetárias e estabilidade financeira devam andar juntas.

"Em ambiente de baixa inflação, o juro deve também ficar baixo, o que limita a atuação da política monetária"

Michael Woodford, professor da Universidade de Colúmbia, em Nova York, gasta 800 páginas do seu livro-texto de macroeconomia ("Interest and Prices") amplamente usado e destrinchado nas escolas de economia no Brasil e no mundo sem qualquer referência aos constrangimentos que podem advir do "lado financeiro". Nesta linha, resolvido o problema da "divina coincidência", ou seja, mantido o hiato do produto igual a zero, o banco central se tornaria crível e com elevada reputação. Afinal, é esperado que o produto observado flutue - com menor variância possível - em torno do produto potencial, uma variável não observada e de difícil mensuração. Em 2010, Woodford reconheceu a importância da intermediação financeira na política monetária4.

Desnecessário lembrar que há várias técnicas para se calcular o produto potencial. Afora a importância desta agenda de pesquisa, há uma série de restrições associadas ao seu cálculo, especialmente para seu uso contemporâneo. Importantes economistas, como Roberto Hall e Gregory Mankiw, já alertaram que bancos centrais deveriam suspeitar mais sobre o uso destas métricas. Ainda assim, é amplo e generalizado o uso de argumento de desequilíbrio entre oferta e demanda agregada para justificar alterações na taxa real de juros.

O segundo princípio econômico que deveria ser revisto está associado com a política monetária sob baixas taxas de inflação. Bem sabido, a inflação mundial, especialmente na OCDE, caiu drasticamente para próximo a 2% ao ano, já a partir dos anos 1990; ao mesmo tempo, as volatilidades da inflação e do produto também caíram dramaticamente. Neste contexto, a relação entre inflação passada e inflação corrente - o componente inflacionário conhecido como "inércia"- se enfraqueceu. Mesmo com algum atraso, economias historicamente inflacionárias passaram também a experimentar taxas de inflação controladas.

A partir da década de 1990, economias mundo afora se tornam bem menos inflacionárias. Abriu-se um amplo debate sobre as causas de tal sucesso mundial, até porque os preços do petróleo, bem como o de muitas outras commodities, seguiam em alta.

Vale destacar a euforia dos economistas no que ficou conhecido como a "grande moderação". Para muitos, incluindo ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, problemas como flutuações cíclicas já estavam razoavelmente bem conduzidos pela teoria econômica. A partir de então, o mundo deveria experimentar períodos mais longos e estáveis de crescimento e recessões mais curtas e menos severas.

Voltando à queda da inflação e da variabilidade do produto, como o verificado a partir dos anos 1990, pode-se dizer que as causas para tal fenômeno são diversas. Parte das explicações pode repousar sobre o chamado "Efeito-China", quando os mecanismos de propagação do choque não são os mesmos, sendo que contemporaneamente o trabalho se torna mais tolerante a maiores achatamentos nos salários reais; assim como com a globalização produtiva que intensificou a competição internacional e reduziu substancialmente os custos de produção, provavelmente com as influências dos baixos custos de trabalho advindos da China. É certo que boas práticas monetárias devem também ter levado a que as expectativas de inflação, componente importante na dinâmica da inflação, ficassem muito mais ancoradas.

"O Brasil tem exibido a maior taxa, pelo menos desde 94, independente da política macroeconômica"

O problema, se é que assim devemos dizer, é que em ambiente de baixa inflação as taxas de juros devem também permanecer excessivamente baixas. Isso pode se traduzir em limitações no uso de política monetária em situações adversas, como na crise financeira de 2008, ou em reversões cíclicas mais fortes. O convívio com longos períodos de baixas taxas de inflação com baixas taxas reais de juros pode, também, pelo canal apontado por Adrian e Shin, por exemplo, estimular a formação de bolhas financeiras e seu subsequente estouro.

Em hipótese alguma, não se pretende aqui defender regimes de altas taxas de inflação; mas, ficou evidente, pelas experiências recentes, que não se pode também desejar e perseguir níveis muito baixos de inflação, por um longo período de tempo, mantendo as taxas reais de juros persistentemente baixas.

Terceiro, o pilar "um instrumento, uma meta" da regra ótima de política monetária se desmontou, definitivamente. Afinal, até a crise financeira de 2008, os bancos centrais triunfaram sobre um mundo simplificado em um instrumento - taxa de juros de curto prazo -, e em uma meta - estabilidade de preços. E depois da crise? Quais instrumentos, quais metas? O que parece normal a partir de então?

A teoria da política monetária precisa dar respostas reais a problemas reais. Como tal, regulações micro e macroprudenciais financeiras aparecem como complemento importante na política monetária. Seu uso combinado com taxas de juros leva aos mesmos resultados sobre a inflação desejada que o uso exclusivo da taxa de juros, mas com imensas vantagens. Primeiro, a taxa de sacrifício - medida pela queda no produto ou aumento na taxa de desemprego - é bem menor quando se deseja reduzir taxas de inflação. Segundo, esse novo arranjo de política monetária aumenta a potência da própria taxa de juros com instrumento de controle de preços. Por fim, ao reduzir o grau de alavancagem e volatilidades nos mercados financeiros com mais estabilidade nas operações de crédito, evita a formação de bolhas, especialmente em mercados financeiros e em setores intensivos em crédito, como no mercado imobiliário, entre outros.

Assim, para banco central que se preocupa com estabilidade do sistema financeiro doméstico, o uso complementar de medidas micro e macroprudenciais é mais apropriado do que a aplicação exclusiva de Regra de Taylor padrão, a regra que diz que pressões inflacionárias devem ser respondidas com altas nas taxas reais de juros de curto prazo.

Vale a ressalva de que mesmo os melhores modelos e indicadores antecedentes de bolhas em preços de ativos são imperfeitos, o que dificulta, em muito, a formalização de uma nova regra monetária expandida para contemplar não somente a taxa de juros, o produto potencial, e a inflação, mas também os preços de ativos. Neste caso, talvez, valesse mesmo a máxima de Alan Blinder, ex-vice-presidente Federal Reserve Board (Fed, banco central americano), de que política monetária terá sempre elementos de arte assim como de ciência.

Assim, ainda em fase de "recolher os cacos da teoria econômica" deixados à deriva após a tempestade financeira, os economistas parecem mais céticos quanto ao que parecia convencional, simples e prático. E muito céticos quanto ao que causou a fase da "grande moderação". De qualquer forma, a "divina coincidência" não parece mais tão atrativa aos olhos acurados de autoridades econômicas e acadêmicos. Registra-se, claro, a recorrente controvérsia entre economistas, e mesmo alguns respeitáveis da classe que ainda acreditam que o desequilíbrio entre oferta e demanda agregada justifica com exclusividade decisões de banqueiros centrais. Vão-se as ideias, ficam seus seguidores.

Como esta nova abordagem pode ser apropriada para a análise da economia brasileira?

Desnecessário lembrar que a boa qualidade de políticas econômicas e sociais colocou o país de volta ao trilho do desenvolvimento econômico. Recolocou, na agenda, questões ligadas ao crescimento de longo prazo, com responsabilidade fiscal, estabilidade de preços e inclusão social. Em menos de uma década, o país empreendeu um novo modelo de nação.

Mas, é claro que um importante problema macroeconômico ainda persiste, a saber, a elevada taxa real de juros de curto prazo. O Brasil tem exibido a maior taxa de juros, pelo menos desde 1994; ou seja, há quase duas décadas, independente do arranjo de política macroeconômica ou das transformações ocorridas, a taxa real de juros de curto prazo, mesmo que esteja no caminho da convergência aos níveis internacionais, ainda é persistentemente elevada. Depois do grande desafio de superar a inflação inercial e o quadro de quase hiperinflação, muito provavelmente esse se constitui em novo desafio de governo.

Em um olhar rápido pela nossa história recente, entre 1994 e 1998, a justificativa para as altas taxas reais de juros no Brasil era a adoção do regime de câmbio fixo. O fato é que raramente se viu na história monetária internacional taxas de juros tão elevadas quanto aquelas praticadas na fase de regimes de câmbio fixo aqui no Brasil. Apesar das desvalorizações cambiais controladas dentro de uma banda móvel de flutuação, as taxas reais de juros praticadas pelo Banco Central do Brasil eram superiores às da Argentina, por exemplo, que estava sob um rígido e mal desenhado regime de comitê de moeda.

Entre 1999 e 2002, as explicações passavam pelo elevado prêmio de risco associado à dívida pública, pela sua denominação - em moeda estrangeira e pós-fixada - e maturidade - curto prazista. Naquele momento, o Brasil era ranqueado com "grau de especulação" pelas agências de classificação de risco. Para muitos economistas em organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, naquele momento o Brasil era tido como "serial defaulter" (caloteiro em série) e "debt intolerant" (intolerante à dívida, como os intolerantes à lactose), ou ainda "severamente endividado". Tantos adjetivos não poderiam justificar taxas de juros menores do que aquelas praticadas.

Fato curioso é que mesmo países "especulativos", com risco país similares e tidos como "caloteiros", tinham taxas de juros menores do que as praticadas no Brasil.

A partir de 2003, a taxa real de juros brasileira começou a manifestar uma clara tendência de convergência para níveis internacionais. Mesmo em queda, era e continua sendo ainda a maior taxa de juros mundial. Neste momento, os riscos de crédito e soberano despencavam e com eles a taxa real de juros declinava, mas ainda se mantinha a mais elevada do mundo.

Os economistas trataram de sacar um conjunto de novas explicações. Primeiro, apareceu a explicação associada com a "incerteza jurisdicional" - a virtual má qualidade das instituições - associada com restrições aos fluxos de capital. Mesmo a liberalização da conta de capital verificada na década de 1990 não teria sido suficiente para aumentar a conversibilidade financeira do país. Não demorou muito para se observar que um grande número de países com riscos institucionais tão elevados quanto ao nosso e moeda não tão conversíveis, apresentavam taxas de juros relativamente menores que a brasileira.

Mais recentemente, o problema se voltou para o baixo nível de poupança doméstica. A inovação está no fato de que a baixa poupança nacional é explicada pela generosidade do Estado de Bem- Estar Social, consolidado na Constituição Federal e em políticas previdenciárias e sociais. Como prescrição, profundas reformas políticas, e alterações nos interesses sociais e nos incentivos, deveriam ser levadas a cabo para experimentarmos baixas taxas reais de juros. É como se o modelo teórico concluísse que toda a realidade brasileira está errada, não o modelo.

Mesmo modelos econômicos mais completos não conseguiam explicar as taxas reais de juros praticadas no país. De qualquer forma, gradualmente a taxa de juros convergia para níveis praticados nas principais economias mundiais. A crise financeira de 2008 interrompeu temporariamente este processo e, com ela, vieram incertezas diversas, seja sobre o tempo e a forma como viriam as recuperações econômicas, seja sobre como o Brasil sairia deste processo. Adicionam-se, ainda, as dúvidas sobre como as políticas macroeconômicas deveria ser conduzidas, como discutido anteriormente.

Para o Brasil de hoje, observando o debate nacional, temos duas alternativas. O caminho convencional, seguindo o receituário tradicional de política econômica como se nada tivesse mudado. Manter orientações de política conforme os modelos teóricos de sempre, sob regras supostamente ótimas de política monetária, e crença na "divina coincidência".

Ou pensar a realidade a partir de mudanças significativas em curso nas economias mundiais, assim como as transformações já verificadas no mercado doméstico, e construir uma agenda de crescimento sustentado na expansão do investimento, na melhoria da qualidade de políticas públicas e da educação, no adensamento de cadeias produtivas com promoção da competitividade via inovação tecnológica, entre outros. Incentivos à ampliação e alongamento da poupança de famílias e governo, promoção do mercado de crédito privado de longo prazo, e um sistema de formação de preços e salários mais flexíveis devem fazer parte desta agenda.

O fato observado e surpreendente foi que assim que a agenda do crescimento econômico, com responsabilidade fiscal, estabilidade de preços e inclusão social, foi colocada na mesa, o Brasil começou a se transformar. Aprendemos que o crescimento econômico transforma um país, muda o mercado doméstico de bens e de trabalho; consolida importantes setores produtivos; e desenvolve um mercado de crédito amplo e sólido; muda a confiança da sociedade em investir e produzir. Com o crescimento, pode-se observar uma profunda transformação na percepção sobre o país por parte de investidores estrangeiros, organismos multilaterais e agências de classificação de risco. O Brasil tem provado que é possível manter a inflação sob criterioso controle e pautar temas de crescimento econômico de longo prazo. Manter essa agenda parece o caminho mais seguro e natural em um mundo de incertezas e modelos econômicos em reconstrução.

*As opiniões contidas neste artigo não representam a visão do Ministério da Fazenda. Gostaria de agradecer os comentários recebidos de Júlio Alexandre, Cleomar Gomes e Lígia Ourives.

1 Blanchard, O. et all. 2010. Rethinking Macroeconomic Policy. IMF Position Note, 12 de Fevereiro de 2010. www.imf.org

2 Por hiato do produto entende-se a diferença entre o produto (ou PIB, produto interno bruto) de equilíbrio e o produto observado, que de fato acontece. Quando o hiato do produto se iguala a zero supostamente a inflação se encontra em nível desejável.

3 Adrian, T. e Shin, H. S. 2008. Financial Intermediaries, Financial Stability, and Monetary Policy. Federal Reserve Bank of Kansas City Simposium at Jackson Hole, agosto de 2008. www.kansascityfed.org/publicat/sympos/2008/shin.08.06.08.pdf

4 Woodford, M. 2010. Financial Intermediation and Macroeconomic Analysis. www.columbia.edu/~mw2230/JEP%20draft%203.pdf

Márcio Holland é secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP) e pesquisador CNPq.

FONTE: VALOR ECONÔMICO


LUCRO BRASIL - 3° PARTE



TEM MUITA GORDURA PARA QUEIMAR


A Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, apresentou ontem (29) o seu Estudo de Competitividade no Setor Automobilístico, para mostrar ao governo o que considera uma “injusta concorrência” da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Cledorvino Belini, presidente da entidade, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. “O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção”, disse Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital: “É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos”.

Mas para os importadores, o que os fabricantes querem é se defender de uma queda na participação das vendas internas, o que vem acontecendo desde a abertura do mercado, há duas décadas.

“As montadoras tradicionais tentam evitar a perda de participação tanto para as novas montadoras quanto para as importadoras”, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. “Mas o dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora.”

Gandini disse que os carros importados já são penalizados; que as fábricas instaladas aqui estão protegidas por uma alíquota de 35% aplicada no preço do carro estrangeiro, por isso não se trata de uma concorrência desleal: “ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro”.

Na verdade, o setor tem (muita) gordura pra queimar, tanto às fábricas instaladas aqui quanto os importadores. O preço de alguns carros baixou até 20% ou 30% depois da crise econômica, por causa da grande concorrência.

O Azera, da Hyundai, chegou a ser vendido por R$ 110 mil. Hoje custa R$ 70 mil. Claro que a importadora não está tendo prejuízo vendendo o carro por R$ 70 mil. Então, tinha um lucro adicional de R$ 40 mil, certo? Se você considerar que o carro paga mais 35% de alíquota de importação, além de todos os impostos pagos pelos carros feitos no Brasil, dá pra imaginar o lucro das montadoras.

Um exemplo recente revela que o preço pode ser remanejado de acordo com as condições do mercado: uma importadora fez um pedido à matriz de um novo lançamento, mas foi apenas parcialmente atendida, recebeu a metade do volume solicitado. Então, “reposicionou” o carro para um patamar de preço superior, passando de R$ 75 mil para R$ 85 mil.

A GM chegou a vender um lote do Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um ex-executivo da locadora em questão.

Entre os carros fabricados aqui, Fiesta, C3, Línea receberam mais equipamentos e baixaram os preços, depois da chegada dos chineses, que vieram completos e mais baratos que os concorrentes.

Um consultor explicou como é feita a formação do preço: ao lançar o carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até reposicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar.

A propósito, a estratégia vale para qualquer produto, de qualquer setor.

Mini no tamanho, big no preço

Míni Cooper, Cinquecento e Smart, são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda, que paga R$ 50 ou R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta, que custa R$ 30 mil.

O Smart (R$ 50 mil) tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. O Cinquencento (R$ 60 mil) vem com sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração. E quem comprar o minúsculo Míni Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Mesmo com todos esses equipamentos, os preços desses carros são muito altos, incomparáveis com os preços dos mesmos carros em seus países de origem. (A Fiat vai lançar no mês que vem o Cinquecento feito nom México, o que deve baratear o preço final.)

Os chineses estão mudando esse quadro. O QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais.

“A idéia original – disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi – era vender o QQ por R$ 19,9 mil”. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto de Importação.

Por isso não dá para acreditar que as montadoras têm “um lucro de R$ 500,00 no carro de 1000cc”, como costumam alardear alguns fabricantes.

Tem é muita gordura pra queimar

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz impostos, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.

 
 
 
 

INDICADORES E ÍNDICES ECONÔMICOS - 30/06/2011

Fonte: www.fiscosoft.com.br
ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Mês: 06/2011


Índice Período Valor
BTN+TR 06/2011 1,5539

ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Mês: 05/2011

Índice Período Valor
BTN+TR 05/2011 1,5514
CUB-SINDUSCON/SP 05/2011 3,33
ICV-DIEESE 05/2011 0,04
IGP-FGV 05/2011 0,01
IGP-M FGV 05/2011 0,43
INCC-DI 05/2011 2,94
INCC-M 05/2011 2,0300
INPC-IBGE 05/2011 0,57
IPC-FGV 05/2011 0,51
IPC-FIPE 05/2011 0,31
IPCA-IBGE 05/2011 0,47
SELIC 05/2011 0,99

ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Mês: 04/2011

Índice Período Valor
BTN+TR 04/2011 1,5509
CUB-SINDUSCON/SP 04/2011 0,22
ICV-DIEESE 04/2011 0,80
IGP-FGV 04/2011 0,50
IGP-M FGV 04/2011 0,45
INCC-DI 04/2011 1,06
INCC-M 04/2011 0,7500
INPC-IBGE 04/2011 0,72
IPC-FGV 04/2011 0,95
IPC-FIPE 04/2011 0,70
IPCA-IBGE 04/2011 0,77
SELIC 04/2011 0,84
Fonte: Empresário Online
DÓLAR – EURO – OURO

I-Dólar:
Comercial Paralelo
DIA Compra Venda Compra Venda
27/06
28/06
29/06

R$ 1,5940
R$ 1,5760
R$ 1,5700

R$ 1,5960
R$ 1,5780
R$ 1,5720

R$ 1,5400
R$ 1,5200
R$ 1,5200

R$ 1,7200
R$ 1,6800
R$ 1,6800

II-Euro:
. . .2,2900 .
DIA Compra Venda. . .
27/06
28/06
29/06

R$ 2,2754
R$ 2,2622
R$ 2,2647

R$ 2,2784
R$ 2,2652
R$ 2,2678


.
III-Ouro:




DIA Compra


27/06
28/06




POUPANÇA/ DIA – JUNHO/ 2011

Dia
Período
Percentual
28/06
29/06
30/06
01/07
02/07
03/07
04/07
05/07
06/07
07/07
08/07
09/07
10/07
(28/05 a 28/06)
(29/05 a 29/06)
(30/05 a 30/06)
(31/05 a 01/07)
(01/06 a 01/07)
(02/06 a 02/07)
(03/06 a 03/07)
(04/06 a 04/07)
(05/06 a 05/07)
(06/06 a 06/07)
(07/06 a 07/07)
(08/06 a 08/07)
(09/06 a 09/07)

0,5961 %
0,6120 %
0,6120 %
0,6120 %
0,6120 %
0,6229 %
0,6027 %
0,5739 %
0,6084 %
0,6390 %
0,6208 %
0,5966 %
0,6084 %

  • IRPF - TABELA PROGRESSIVA MENSAL - JUNHO/ 2011

    Base de Cálculo Mensal
    Alíquota A deduzir do Imposto
    Até R$ 1.566,61
    De 1.566,62 até 2.347,85
    De 2.347,86 até 3.130,51
    De 3.130,52 até 3.911,63
    Acima de 3.911,63
    Isento
    7,50%
    15,00%
    22,50%
    27,50%

    -
    R$ 117,49
    R$ 293,58
    R$ 528,37
    R$ 723,95
    Deduções Trabalhador Assalariado: a) R$157,47 por dependente; b) pensão alimenticía por acordo judicial ou escritura pública; c) contribuição à Previdência Social; d) R$1.566,61 por aposentadoria a quem já completou 65 anos; e) contribuições à previdência privada e Faps; 6) carnê-leão (as mencionadas nos itens 1 a 3 e as despesas escrituradas no livro caixa)
    FONTE: Medida Provisória 528, de 25/03/11 – DOU 28/03/11
INDICADORES/MÊS



fev/11 mar/11 abr/11 mai/11
Poupança
TR/Taxa Referencial
BTN + TR (cheia)
Dólar Fiscal EUA/ Compra
Débitos Federais - SELIC
TJLP
UPC/ Unid. Padr. Capital
UFESP
(%)
(%)
(R$)
(R$)
(%)
(%a.a.)
(R$)
(R$) (R$)
0,5527%
0,0524%
1,5482
0,84%
6,00%
21,97
17,45
0,6218%
0,1212%
1,5490
0,92%
6,00%
21,97
17,45
0,5371%
0,0369%
1,5509
0,84%
6,00%
22,02
17,45
0,6578%
0,1570%
1,5514
1,00%
6,00%
22,02
17,45
  • fINFLAÇÃO - FONTES DIVERSAS - REFERÊNCIA ATUALIZADA: MAIO/ 2011

    ÍNDICES
    set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11
    INPC/IBGE
    IPC/FIPE
    IGP-DI/FGV

    IGP-M/FGV
    IPCAdo IBGE
    IPCAEspIBGE
    ICVdo DIEESE
    ICVdaClasseMéd
    INCCdoIGP-DI/FGV

    CUB-Sinduscon
    IPAdoIGP-DI/FGV
    IPAdoIGP-M/FGV
    IPCdoIGP-DI/FGV
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    0,54
    0,53
    1,10
    1,15
    0,45
    0,31
    0,53
    0,39
    0,21
    -0,15
    1,47
    1,60
    0,46
    0,92
    1,04
    1,03
    1,01
    0,75
    0,62
    0,93
    0,86
    0,20
    -0,12
    1,32
    1,30
    0,59
    1,03
    0,72
    1,58
    1,45
    0,83
    0,86
    1,04
    0,57
    0,37
    -0,13
    1,96
    1,84
    1,00
    0,60
    0,54
    0,38
    0,69
    0,63
    0,69
    0,65
    -
    0,67
    0,00
    0,21
    0,63
    0,72
    0,94
    1,15
    0,98
    0,79
    0,83
    0,76
    1,28
    1,23
    0,41
    0,28
    0,96
    0,76
    1,27


    fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 12meses
    INPC/IBGE
    IPC/FIPE
    IGP-DI/FGV
    IGP-M/FGV

    IPCAdo IBGE
    IPCAEspIBGE
    ICVdo DIEESE
    ICVdaClasseMéd
    INCCdoIGP-DI/FGV

    CUB-Sinduscon
    IPAdoIGP-DI/FGV
    IPAdoIGP-M/FGV
    IPCdoIGP-DI/FGV
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    (%)
    0,54
    0,60
    0,96
    1,00
    0,80
    0,97
    0,41
    0,63
    0,28
    0,16
    1,23
    1,20
    0,49
    0,66
    0,35
    0,61
    0,62
    0,79
    0,60
    0,91
    0,34
    0,43
    0,10
    0,60
    0,65
    0,71
    0,72
    0,70
    0,50
    0,45
    0,77
    0,77
    0,80
    0,74
    1,06
    0,22
    0,24
    0,29
    0,95
    0,57
    0,31
    0,01
    0,43
    0,47
    0,70
    0,04
    0,33
    2,94
    3,33
    -0,63
    0,03
    0,51
    6,44
    6,49
    9,14
    9,77
    6,55
    6,51
    7,21
    6,30
    8,52
    6,52
    10,30
    11,35
    6,37
Fonte: Ordem dos Economistas de São Paulo

  • REAJUSTE DE ALUGUEL E OUTROS CONTRATOS:

    ÍNDICES ACUMULADO % ATÉ ABRIL/ 11
    Trimestr Quadrim Semestr Anual
    FIPE
    IGP-DI
    IGP-M
    INPC
    2,10
    2,57
    2,43
    2,16
    2,65
    2,95
    3,14
    2,89
    4,46
    5,66
    5,69
    4,57
    6,06
    11,09
    10,95
    6,30

    ACUMULADO % ATÉ MAIO/ 11
    Trimestr Quadrim Semestr Anual
    FIPE
    IGP-DI
    IGP-M
    INPC
    1,66
    2,08
    2,08
    1,96
    2,82
    3,07
    2,89
    2,51
    4,11
    5,10
    5,10
    4,10
    6,39
    10,84
    10,60
    6,44
a) Acumulado até março, reajusta aluguéis e contratos a partir de abril, para pagamento em maio.
b) Acumulado até abril, reajusta aluguéis e contratos a partir de maio, para pagamento em junho.