sexta-feira, 29 de janeiro de 2016


A HORA É AGORA

Deveria ser evidente que estamos diante da urgente necessidade de corrigir distorções produzidas por um generoso pensamento mágico desatento às restrições físicas do mundo, às identidades da contabilidade nacional e à “regra de três”, que procurou a redistribuição continuada de bens que não foram produzidos.

O desejado desenvolvimento econômico com inclusão tem como condição necessária e simultânea o aumento da produtividade do trabalhador.

Este, certamente, depende de uma miríade de fatores. Empiricamente, os mais importantes são o capital físico, que incorpora os avanços tecnológicos, e o conhecimento para bem utilizá-lo de que se dota cada trabalhador.

O que isso impõe? Qualquer que seja o regime da organização social e da economia nela inserida, ele tem de harmonizar a distribuição do que foi produzido entre: 1. O que se destina à satisfação imediata de suas necessidades (o consumo e o bem-estar da população). 2. O que se destina a aumentar a quantidade e a qualidade do capital físico (máquinas, infraestrutura) operado pelo capital humano (educação, saúde).

A lei de Helmut Schmidt é incontornável: é o investimento de hoje que produzirá o crescimento de amanhã e criará a oportunidade de emprego de depois de amanhã.

A verdadeira tragédia social e econômica dos países é um processo em que: 1. Insiste-se em acreditar no que, empiricamente, é reconhecidamente falso. 2. Acredita-se que as mesmas causas podem levar a efeitos diferentes. 3. Quando tudo já deu errado, tenta-se novamente, como ingerido no recente documento do Partido dos Trabalhadores.

Estamos hoje, o Brasil e o mundo, numa situação delicada. Ambos perdemos tração, mas é evidente que o efeito externo sobre o qual não temos controle é muito menor do que o efeito interno que temos instrumentos para controlar. Os últimos resultados da Pnad, divulgados no dia 15 último pelo IBGE, são alarmantes.
 A taxa de desemprego atingiu 8,9% no terceiro trimestre de 2015, um aumento de 30% sobre o seu homólogo de 6,9% no triênio 2012-2014, em resposta a uma queda do PIB de 4,5% no mesmo período. Talvez tenha atingido 9,5% no quarto trimestre e será, pelo efeito estacional, ainda maior no primeiro trimestre de 2016.
O Brasil corre o risco de ter mais de 10 milhões de desempregados em março deste ano. Não dá para esperar mais! É fundamental incorporar o senso de urgência.

Nessum dorma... O “principismo” do Supremo Tribunal Federal colocou em estágio letárgico o processo de “impeachment”, sobre o qual, aliás, sempre tive sérias dúvidas.

A solução, portanto, é a presidente assumir o seu protagonismo e apresentar, na abertura do Congresso, projetos de mudanças constitucionais e medidas infraconstitucionais que devolvam à economia a perspectiva da sustentabilidade de longo prazo.

O governo não tem que se inibir. Deve “ir para a rua”, sofrer o “panelaço” que lhe cabe e “colocar nas cordas” a sua indigente, obesa e medíocre “base” política.

O desemprego é o maior mal que corrói qualquer sociedade. Cada vez que um indivíduo que pode e quer trabalhar não encontra emprego, sente-se excluído.

A situação é ainda mais grave quando o desemprego se prolonga e ele perde o “capital humano” incorporado no simples ato de trabalhar: vai-se com o tempo a sua expertise, superada pelo avanço tecnológico. No fim do dia, perdeu um pedaço da sua identidade e destruiu a sua família.

Uma das medidas estruturais para acomodar as flutuações do emprego ínsitas no capitalismo é autorizar a plena validade do entendimento direto entre comitês de fábrica e empresários sob a vigilância dos sindicatos, que têm muito a aprender.

O que se propõe não é a flexibilização tout court. É que trabalhadores e empresários, sentados a uma mesa com as informações relevantes e transparentes, possam discutir caso a caso, livre e concretamente, qual a melhor forma de obter uma distribuição mais “justa” dos ganhos e dos inconvenientes da flutuação da conjuntura, respeitados a segurança, a estabilidade e os direitos constitucionais de ambas as partes.

Por si mesmo, tal entendimento aumentará o bem-estar de todos e mitigará as próprias flutuações da conjuntura. 

Fonte: CartaCapital
Por Delfim Netto 

 

Ui, que delícia!

UI, QUE DELÍCIA!

 
 
















quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

NOVAS ALÍQUOTAS DO ICMS

 SÃO APLICADAS A PARTIR

 DESTA QUINTA (28)


Os empresários potiguares devem se preparar para o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). A partir desta quinta-feira, 28, as porcentagens passam a variar de 18% a 28%, enquanto atualmente o cálculo ainda é feito na faixa de 17% a 26%.

O diretor executivo da Rui Cadete Consultores, Daniel Carvalho, detalha que a alíquota básica do imposto terá reajuste de 1%, passando de 17% para 18%. Gasolina e álcool combustível terão o tributo elevado de 25% para 27%, assim como bebidas alcoólicas, fogos de artifício, perfumes e cosméticos, cigarros, fumo e seus derivados.

O ICMS sobre os serviços de comunicação, por sua vez, passará de 26% para 28% e terá receita estimada em R$ 28,4 milhões. Com os novos cálculos, o governo do Estado prevê incremento na receita estimado em R$ 129,6 milhões na alíquota básica e R$ 60 milhões na arrecadação de combustível.

“Os empresários precisam verificar junto ao suporte do software como proceder a atualização de forma automática, para emissão de notas e cupons fiscais com as novas alíquotas. Isso porque a modificação no cadastro de produtos deve ser feita na virada do dia 27 para o dia 28, sem que a informação gerada até o dia 27 seja impactada”, orienta Daniel Carvalho.

Outras mudanças

O reajuste estadual é uma das mudanças no ICMS estipuladas para 2016. Outras já estão em vigor desde o último dia 1º, como a uniformização dos itens substitutos e a proporcionalidade para recolhimento do tributo em operações interestaduais. A primeira tem como principal novidade a tabela com Códigos Especificadores da Substituição Tributária (CEST), criada pelo Convênio 92/15, que atribui um código numérico de sete dígitos para identificar cada mercadoria passível de sujeição à substituição tributária.

A proporcionalidade, por sua vez, diz respeito às operações e prestações que destinem bens ou serviços a consumidores de outros estados que não sejam contribuintes de ICMS – sejam pessoas físicas ou jurídicas. “A partir do Convênio 93/15 e da Emenda Constitucional 87/15, o imposto correspondente a essas vendas ficará gradualmente com os estados de destino, não mais nos prestadores do serviço”, esclarece Syoney Tavares, contador da Rui Cadete Consultores.

A transição em 2016 será com 60% do tributo para o estado de origem e 40% para o de destino. Em 2017, essas porcentagens serão invertidas, e nos anos posteriores aumentarão para o destino, até que este ficará com a totalidade do ICMS a partir de 2019.

Fonte: Portal no Ar 



RESTAURANTE POPULAR INSTALADO
 
 NO CAMPUS CENTRAL JÁ

 ESTÁ FUNCIONANDO


O Restaurante Popular instalado no Campus Central da UERN, viabilizado através de parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Habitação e Assistência Social (SETHAS) e Governo do Estado, entrou em operação nesta segunda-feira, 25 de janeiro.

Oferecendo refeições a preço popular – R$ 1,00 – o Restaurante beneficia alunos, técnicos e professores da UERN; além disso, também está aberto à comunidade externa. O horário de funcionamento é a partir das 11h.

O Reitor em exercício, Aldo Gondim, destaca que o funcionamento do Restaurante Popular, atualmente em fase experimental, inicia a concretização de uma meta da gestão. “Na nossa carta-programa já constava o desejo de dotar os Campi da UERN com restaurantes universitários. Esse restaurante popular no Campus Central oferecerá alimentação de qualidade a um baixo custo”, comemora Aldo Gondim.

Egressa do curso de Educação Física da UERN e atualmente aluna do Mestrado em Saúde e Sociedade, a estudante Ísis Kelly já experimentou o cardápio do Restaurante Popular e aprovou a novidade: “Antigamente eu precisava ir para casa preparar o almoço, em seguida tinha que voltar para o Campus. Agora facilitou minha rotina. Gostei da comida, do acesso, estrutura e do preço da refeição”, opina Ísis Kelly.

O Restaurante Popular do Campus Central da UERN servirá 650 refeições diárias. O coordenador do Programa Restaurante Popular, Paulo Jordão, explica que nessa etapa inicial estão sendo feitos ajustes necessários. Atualmente estão sendo servidas em torno de 200 refeições, quando iniciarem as aulas, no dia 11 de fevereiro, o serviço já estará em pleno funcionamento. “O cardápio é balanceado e elaborado por uma nutricionista, é o mesmo servido em todas as unidades do Estado. O objetivo é atender os alunos e servidores da UERN, além da comunidade carente que reside nas proximidades. Esse restaurante é uma vitória conjunta da SETHAS com a UERN, uma demanda que o Reitor Pedro Fernandes e sua equipe pleiteavam há algum tempo”, afirmou Paulo Jordão, ressaltando que posteriormente será agendada uma inauguração oficial.


A empresa responsável pela gestão do Restaurante Popular do Campus Central é a Nutriti Refeições. “Agradecemos a SETHAS e ao Governo por terem dado prioridade à UERN para a instalação desse equipamento”, comenta o Pró-Reitor de Administração, Iata Anderson.

A Pró-Reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis, professora Cicília Raquel, também destaca a parceria e afirma que o restaurante facilita a permanência dos alunos na UERN: “Essa pauta do restaurante é uma conquista importantíssima para a assistência estudantil. Destaco ainda que essa parceria da UERN, SETHAS e Governo do Estado oportuniza permanência dos nossos alunos/docentes/técnicos na Universidade além da integração com a sociedade em geral”, conclui Cicília.

Fonte: Assessoria de Comunicação da UERN 


Indicadores e índices Econômicos - 28/01/2016

Fonte: Empresário Online

 CÂMBIO E OURO

I-Dólar:
Comercial
DIA Compra Venda
15/01
18/01
19/01

R$ 4,045
R$ 4,032
R$ 4,053

R$ 4,046
R$ 4,034
R$ 4,055

Fonte: UOL
II-Euro:

DIA Compra Venda
15/01
18/01
19/01

R$ 4,423
R$ 4,397
R$ 4,430

R$ 4,426
R$ 4,400
R$ 4,435

Fonte: UOL
III-Ouro:

DIA Compra
15/01
18/01
19/01

R$ 142,50
R$ 142,50
R$ 141,00

Fonte: BOVESPA
 
 
 REAJUSTE DE ALUGUEL E OUTROS CONTRATOS:

ÍNDICES ACUMULADO % ATÉ NOVEMBRO/ 15
Trimestr Quadrim Semestr Anual
FIPE
IGP-DI
IGP-M
INPC
2,62
4,44
4,42
2,41
3,20
4,86
4,71
2,66
4,56
6,19
6,14
4,05
10,49
10,64
10,69
10,97

ACUMULADO % ATÉ DEZEMBRO/ 15
Trimestr Quadrim Semestr Anual
FIPE
IGP-DI
IGP-M
INPC
2,78
3,43
3,95
2,81
3,46
4,90
4,93
3,33
4,93
5,94
5,95
4,19
11,07
10,70
10,54
11,28
Fonte: Folha Online
a) Acumulado até novembro reajusta aluguéis e contratos a partir de dezembro, para pagamento em janeiro/16.
b) Acumulado até dezembro reajusta a partir de janeiro/16, para pagamento em fevereiro/16.



 POUPANÇA/DIA – DEZEMBRO

Período
Poupança (1)
Poupança (2)
29/12 a 29/01
30/12 a 30/01
31/12 a 31/01
01/01 a 01/02
02/01 a 02/02
03/01 a 03/02
04/01 a 04/02
05/01 a 05/02
06/01 a 06/02
07/01 a 07/02
08/01 a 08/02
09/01 a 09/02
10/01 a 10/02
11/01 a 11/02
12/01 a 12/02
13/01 a 13/02
14/01 a 14/02
0,6327%
0,6327%
0,6327%
0,6327%
0,6619%
0,6912%
0,7208%
0,7214%
0,7291%
0,6995%
0,6798%
0,6466%
0,6466%
0,6855%
0,6852%
0,6890%
0,6278%
0,6327%
0,6327%
0,6327%
0,6327%
0,6619%
0,6912%
0,7208%
0,7214%
0,7291%
0,6995%
0,6798%
0,6466%
0,6466%
0,6855%
0,6852%
0,6890%
0,6278%
(1) Depósitos até 03/05/12
(2) Depósitos a partir de 04/05/12 - MP nº 567, de 03/05/12
Rendimento da Caderneta de Poupança no último dia do período.
Fonte: Valor Econômico
 
 
 INFLAÇÃO - FONTES DIVERSAS - REFERÊNCIA ATUALIZADA
DEZEMBRO/ 2015

ÍNDICES
abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15
INPC / IBGE (%)
IPCA / IBGE (%)
IPCA Esp / IBGE (%)
ICV / DIEESE (%)
IPC / FIPE (%)
ClasMéd/Ordem (%)
IGP-DI / FGV (%)
IPA -DI / FGV (%)
IPC-DI / FGV (%)
INCC-DI / FGV (%)
IGP-M / FGV (%)
IPA-M / FGV (%)
IPC-M / FGV (%)
INCC-M / FGV (%)
CUB-Sinduscon (%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
0,71
0,71
1,07
0,55
1,10
0,82
0,92
1,11
0,61
0,46
1,17
1,41
0,75
0,65
0,34
0,99
0,74
0,60
0,57
0,62
0,42
0,40
0,19
0,72
0,95
0,41
0,30
0,68
0,45
2,21
0,77
0,79
0,99
0,81
0,47
0,47
0,68
0,43
0,82
1,84
0,67
0,41
0,83
1,87
1,13
0,58
0,62
0,59
0,95
0,85
0,86
0,58
0,61
0,53
0,55
0,69
0,73
0,60
0,66
0,26
0,25
0,22
0,43
0,06
0,56
0,79
0,40
0,44
0,22
0,59
0,28
0,20
0,24
0,80
-0,04


set/15 out/15 nov/15 dez/15 12meses
INPC / IBGE (%)
IPCA / IBGE (%)
IPCA Esp / IBGE (%)
ICV / DIEESE (%)
IPC / FIPE (%)
ClasMéd/Ordem (%)
IGP-DI / FGV (%)
IPA -DI / FGV (%)
IPC-DI / FGV (%)
INCC-DI / FGV (%)
IGP-M / FGV (%)
IPA-M / FGV (%)
IPC-M / FGV (%)
INCC-M / FGV (%)
CUB-Sinduscon (%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
0,51
0,54
0,39
0,48
0,66
0,85
1,42
2,02
0,42
0,22
0,95
1,30
0,32
0,22
0,19
0,77
0,82
0,66
0,78
0,88
0,99
1,76
2,38
0,76
0,36
1,89
2,63
0,64
0,27
-0,02
1,11
1,01
0,85
1,02
1,06
0,92
1,19
1,41
1,00
0,34
1,52
1,93
0,90
0,40
0,02

0,90
0,96
1,18
0,77
0,82
0,66
0,44
0,33
0,88
0,10
0,49
0,39
0,92
0,12
0,18

11,28
10,67
10,71
11,46
11,07
10,43
10,70
11,31
10,53
7,48
10,54
11,20
10,24
7,22
4,79
Fonte: Folha Online, Valor Econômico, Ordem dos Economistas



quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

FOLHA DE JANEIRO DO FUNCIONALISMO 

ESTADUAL SERÁ PAGA DIAS 4

 E 5 DE FEVEREIRO 


O pagamento do funcionalismo estadual referente ao mês de janeiro será realizado nos dias 4 e 5 de fevereiro. Os servidores aposentados e pensionistas terão os vencimentos depositados dia 4, enquanto que o salário dos ativos será creditado no dia seguinte. O pagamento dos servidores nos primeiros dias do mês subsequente, conforme previsto em lei, garante o salário integral de todo o funcionalismo.

A medida foi necessária em virtude da crise econômica que afeta o país, especialmente os estados mais dependentes das transferências da União.

De acordo com a Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças, o Rio Grande do Norte sentiu o impacto da queda acentuada dos repasses federais, em especial royalties, Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ICMS. As frustrações nas receitas chegaram a R$ 613 milhões em comparação ao orçamento previsto para o exercício de 2015. Somente de royaties o Governo deixou de receber 45,38% dos recursos previstos no ano passado. No FPE a frustração real chegou a 7,39% e continua em 2016 com previsão negativa já anunciada de 15,7% a menos do que o valor transferido pela União em janeiro do ano passado. “É importante ressaltar que em janeiro de 2015 o FPE já foi menor do que no mesmo mês de 2014. No comparativo entre 2015 e 2014, a queda na Receita Líquida do Tesouro chegou a 7,2%”, explica o secretário de Estado do Planejamento e das Finanças, Gustavo Nogueira.

O déficit previdenciário também tem provocado impacto na folha do funcionalismo. Em 2015, a folha de aposentados e pensionistas cresceu 20% em relação a 2014 e o déficit subiu 16,6% no mesmo período. O déficit na Previdência é hoje o principal obstáculo ao equilíbrio fiscal do Estado. Sem os recursos do Fundo Financeiro a partir de 2016, as novas datas de pagamento viabilizarão o pagamento integral e em dia de todo o funcionalismo.

O titular da SEPLAN reforça o momento difícil na economia e as consequências para o Estado. E pontua ações do Governo voltadas para amenizar o quadro. “O Rio Grande do Norte não é uma ilha isolada do restante do país, mas o Governo tem redobrado todos os esforços para construir alternativas que amenizem os efeitos da crise, a exemplo da redução do imposto sobre o querosene de aviação, que provocou um novo boom no turismo do Estado, e do projeto de reordenamento de taxas aprovado pela Assembleia Legislativa no final do ano passado, que garantirá mais R$ 220 milhões ao tesouro estadual de fevereiro até dezembro”, disse.

Fonte: Portal no Ar

 

 HORA DE ACEITAR QUE O 

CAPITALISMO NÃO DEU CERTO


Esse não é um texto escrito por um cara de esquerda, que sempre levantou a bandeira do socialismo.

Esse é um texto escrito por um cara que sempre foi um capitalista.

Desde que eu comecei a formar minha visão de mundo, eu fui influenciado pelas maravilhas do mundo capitalista. Eu era daqueles que achava incrível a meritocracia, que achava que eram as grandes corporações que promoviam a evolução da sociedade, que precisávamos do livre mercado.

Nas aulas de história eu secretamente comemorei a vitória dos Aliados sobre o Eixo, mesmo sendo de origem japonesa. Eu queria que conseguíssemos criar um Estados Unidos da América aqui no Brasil.

Ou seja, eu tenho todos os motivos para ter vergonha de mim mesmo hoje. Mas não tenho. Tudo isso foi preciso para eu compor minha visão de mundo e compreensão da vida.

Quando eu começo a criticar o sistema, algumas pessoas dizem. “Mas o socialismo não deu certo”

E é aí que eu digo que o Capitalismo também não.

Me desculpem, mas um sistema que leva ao esgotamento dos recursos naturais e desconexão com a natureza, à vidas infelizes com empregos de merda, à desigualdade de oportunidades e padronização de uma vida mecanizada e valorização das pessoas erradas não pode ser consierado um sistema que deu certo.

Vou explorar aqui alguns pontos.

1- Esgotamento dos recursos

Não temos mais reservas minerais. Estamos destruindo a Floresta Amazônica, criando um mundo cinza, feito de pedra. Poluimos nossos rios, lotamos de fumaça nosso ar e estamos destruindo a camada de ozônio.

A nossa agricultura é monocultura e detona o solo.

Ou seja, criamos uma sociedade que vive no asfalto, respira fumaça, come alimento com veneno e bebe água suja.
Legal né?

2- Desconexão com a natureza

Hoje em dia ninguém sabe mais como se planta um tomate.

Achamos que as frutas vem do supermercado. Daquela seção pequena no canto da loja e com umas plaquinhas coloridas. Algumas até já vem cortadinhas e embaladas.

Ao invés de ensinarmos como se cultiva alimentos, ensinamos nas escolas como se passa no vestibular. Afinal, precisamos de pessoas com diplomas e que consigam bons empregos.

3- A condição bizarra que alçamos a economia.

Outro dia eu vi um documentário uma observação interessante.

Antigamente as pessoas temiam os deuses e a natureza. Hoje o homem teme a economia.

Você vê pessoas amendrontadas com o que pode acontecer com a economia esse ano, com o que isso vai causar no mercado.

Mas veja bem. A Economia não existe. Não é um ser vivo. O homem criou a economia. Nós mesmos criamos um monstro que nos amedronta e controla nossas vidas.

Ninguém se preocupa se está chovendo o suficiente, se o clima está mudando e afetando as plantações. Mas falamos todo dia sobre a cotação do dólar.

Faz sentido isso?

4- Uma sociedade de escravos do sistema

Quantas pessoas você conhece que gostariam de fazer algo diferente das suas vidas, mas não fazem porque tem que pagar as contas no final do mês?

Já escrevi sobre isso algumas vezes. Temos um sistema que não permite as pessoas serem quem elas são. Elas vendem suas vidas por um salário no final do mês.

Eu não culpo essas pessoas. Elas não têm culpa de nada. Cada um tem seu motivo, necessidades, estrutura, filhos, saúde. É muita coisa pra pagar no final do mês. Eu entendo.

O erro está no modelo que criamos.

5- Meritocracia não é um modelo justo

Quem merece mais que o outro? Você deve responder que é o cara que se esforçou e se dedicou mais, certo?

Mas o que está por trás dessa dedicação?

Talvez eu e você estejamos competindo pela mesma promoção. Eu trabalhei 12 horas por dia e você “apenas” 8. Então a lógica é que a vaga seja minha.

Mas eu não tenho filhos, não tenho dívidas, não sou casado e nem tenho familiares doentes. Você tem 2 filhos pequenos, uma esposa sem emprego, dívidas que você herdou e um pai doente e que necessita de cuidados.

Faz sentido essa meritocracia?

6- Uma sociedade que não valoriza a arte

É mais importante ser produtivo que ser criativo. Uma pessoa que sabe vender é mais util que uma que sabe criar. Alguém que obedece as regras consegue mais oportunidades que alguém que tem o pensamento disruptivo.

Quem é bom de matemática ganha mais dinheiro que quem pinta, esculpe ou compõe.

Como resultado disso temos músicos virando analistas, artistas plásticos virando assistentes e escritores virando advogados.

Quantas incríveis obras de arte não matamos antes de nascer? Possivelmente fizemos um aborto das canções mais lindas do mundo.

7- Nunca é suficiente
As empresas querem crescimento todo ano. Você já viu uma empresa estabelecer a meta de reduzir 15% do faturamento?

Como é possível crescer todo ano? Como é possível sempre vender mais?

Aqui entra uma falta de compreensão da natureza. Talvez aulas de permacultura ao invés de macroeconomia ajudaria os economistas e administradores a entenderem melhor isso.

Ficamos ansiosos. Sempre temos metas a bater, temos que vender mais. Tem inflação e seu dinheiro nunca é suficiente.

E assim vivemos sempre com a cabeça no futuro e temos uma dificuldade impressionante de viver no agora.

8- Vida sem equilíbrio

Comemos mal porque não temos tempo de nos alimentar bem. Não fazemos exercício porque não sobram muitas horas durante a semana. Não nos conectamos com a natureza porque moramos em cima do asfalto e não tem verde no escritório. Não meditamos porque não podemos nos dar o luxo de ficar 5 minutos com os olhos fechados. Nossos colegas de trabalho nos criticam se a gente dorme até um pouco mais tarde um dia. Somos mal vistos se queremos tirar férias para viajar e curtir a família.

É sério isso gente?

Se você acha que tudo isso é assim mesmo e vivemos um sistema espetacular, então feche essa janela e comemore a incrível vida que você tem.

Mas se você, como eu, está mudando de ideia sobre o sucesso do capitalismo, compartilhe essa mensagem.

Eu não tenho a resposta para o que funcionaria melhor. Certamente não é o socialismo que já se tentou implementar. Mas não é uma coisa ou outra.

Acho que temos a possibilidade de criar um novo sistema.

Temos que aproveitar esse descontentamento e começar a explorar novas possibilidades. Não lendo e tentando replicar o que já foi escrito, mas de dentro pra fora. Fazendo aquilo que faz sentido dentro do seu coração. Experimentando a vida de uma nova forma. Errando, recalibrando, recalculando e tentando mais uma vez.

Eu acho que isso faz um pouco mais de sentido que esse sistema insano que criamos.

Por: Gustavo Tanaka