sábado, 30 de janeiro de 2010

FOLCLORE POLITICO

Ademar de Barros recebeu a notícia da cessação pelo general Kruel, comandante do II Exército. No Palácio do Morumbi, a confusão foi total. Ninguém sabia o que o derrubado governador ia fazer.


Convidou uma reunião do seu secretariado, chamou os amigos mais próximos e todos se encaminharam para o salão de despachos. Corria um frio suor coletivo.


Na cabeceira da mesa, calado, olhar duro, Ademar esperou que todos se sentassem. Olhou para um lado, para o outro, conferiu um por um:

- Agradeço comovido a solidariedade de vocês . Sabem que o Castelo me cassou. Vocês são meus amigos e eu conto com vocês. Quero que me respondam com toda franqueza. Da respostas de vocês talvez dependa o destino que será dado à minha vida. De que é que eu devo ir embora? De avião ou de navio?

Foi de avião. E de peruca marrom.

Sebastião Nery

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