segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DE ALFREDO SOBRE ROBERTO HOLANDA



Faz um mês e pouco que Roberto Holanda do "La Plata" nos deixou. Figura carismática que nos cativava pela inteligência e pelo seu único jeito de ser.

Alguns anos atrás, eu havia sido vizinho de Roberto com a minha Telequip (onde hoje funciona a Carimbos e Cópias). Após um tempo afastado, eis que meu amigo de Caixa Econômica, Lafaiete, convida-me a um happy hour no "La Plata" (há uns três anos, mais ou menos). Ao voltar àquele ambiente familiar, encontro velhos amigos e faço novos. Amilton Fonseca, Amós Beleza, Rosenário, Júnior, Paulinho, Deusdedith 'Supla', entre outros.

Peço uma cerveja e Roberto me diz que tenho que pegar no freezer. Peço abridor e ele me diz que pendurado, ao lado do freezer, tem um. Ao tentar jogar a tampa da garrafa na rua, ele me diz que tem um recipiente apropriado para receber esse tipo de invólucro. "Porra", pensei: Se esse cara não fosse o Roberto eu iria mandá-lo tomar aonde as 'patas' tomam. Mas, imediatamente refleti: se essse cara é um chato, por que tem tanta gente boa ao seu redor?

Daí, como me é peculiar, comecei a explorar sua personalidade. Em pouco tempo, descobri um sujeito bonachão, esperto, informado e afável. Ao ponto de nos perguntar, ao fim da noite, o que tínhamos bebido para poder nos cobrar. O mais interessante é que ninguém, mas ninguém mesmo, deixava de contar uma cerveja sequer. E ao som de muitos blues e jazz, varávamos noites e noites com assuntos muito interessantes e outros nem tanto.

Ao lado de sua Emília (Emiliana), Roberto nos brindava com seus pontos de vista e suas teorias sobre arte, cultura, religião, economia, política e muito mais. E por mais que não chegássemos a um acordo, a noite sempre terminava bem com abraços e promessas de novos argumentos.

Hoje, tomando uma e ouvindo músicas no Sonora do Terra (do qual sou assinante), veio-me a cabeça a única música que Roberto não me negava. Sim, porque Roberto não se deixava dobrar por qualquer pedido de música não fosse ela de boa qualidade e de seu gosto pessoal. Sendo assim digitei na busca do Sonora a canção 'Beautiful Maria Of My Soul'. Encontrei a dita cuja.

Ouvi. E chorei. Muito. Mas, muito mesmo.
Roberto, saudades!....

Um comentário :

marcos romero disse...

Conheci Roberto tinha 16 anos, todos diziam que era chato, mas sempre o via como um personalidade impar e que cresci escutando, hoje com 28 anos sinto a sua falta. Viveu pouco, porem muito!