segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MONSENHOR AMÉRICO: UMA HISTÓRIA DE LUTA, DEDICAÇÃO E AMOR


A Providência Divina foi generosa com Monsenhor Américo Simonetti. Inicialmente o chamado ao Sacerdócio, Ministério que exerceu por 53 anos de uma longa vida. Sua chamada para o Reino do Pai aconteceu no Ano sacerdotal, mês missionário, sob as bênçãos de São Francisco de Assis e Santa Terezinha.

Segundo a cosmologia e teologia hebreicas, “A vida pára, sem que por isto cesse a existência de sombra no “Sheol”, lugar de silêncio, solidão que se converte em lugar intermédio de passagem, visitado por Jesus e que resgata os que crêem”. (1ª Pd. 3-19)

Tradições à parte, é hora de resgatar a memória e o testemunho de um padre dedicado, empreendedor, carismático e responsável por inúmeras iniciativas de trabalho e crescimento da igreja em Mossoró em âmbito diocesano.

Comunicador por excelência, seu trabalho pioneiro no caminho da evangelização foi fundação da Rádio Rural de Mossoró na década histórica de 1960. A palavra de Deus anunciada, discutida, ampliada pelas ondas de uma rádio séria, livre e soberana na audiência e no papel que representou como mídia.

No decorrer da década de 80, uma nova conquista: assumiu a Paróquia de Santa Luzia imprimindo um novo estilo de gerenciamento paroquial. O ponto principal foi a renovação da festa de Santa Luzia em mais de 200 anos de história. Dividu com os leigos a responsabilidade deste gerenciamento. Criou um tema de festa, um lema e posteriormente novas dimensões pastorais, litúrgicas e artísticas, dentre elas o Oratório de Santa Luzia.

No limiar do ano 2000, a implantação do grande projeto cultural “Missão 13”, momento forte de evangelização, espiritualidade e oração. Marcos de um trabalho de privilegiado alcance litúrgico e devoção à Padroeira de Mossoró, Santa Luzia. Ainda na linha de comunicação cristã o lançamento do jornal paroquial O Semeador.

É difícil colocar todas as conquistas pastorais e todo o trabalho desenvolvido por Monsenhor Américo Simonetti no espaço desta página. Não podemos empobrecer sua história de vida. Podemos sim, privilegia-la com sua homenagem que modestamente sugiro à Diocese de Santa Luzia.

A Instituição, por Decreto Diocesano, do “Dia do Clero Falecido”, celebração a ser feita de forma comunitária, rezando por todos aqueles que trabalharam no pastoreio desta igreja de Mossoró.

A celebração anual da “Memória Agradecida” aconteceria a cada 05 de outubro, às 18h, na Catedral de Santa Luzia, marcada por uma missa contando com a participação do Clero Secular, religioso, e de várias formas de vida da comunidade, de todos as forças vivas do povo, da Igreja e da sociedade em âmbito Diocesano.
Jacy Gurgel Fernandes.


AMÉRICO VESPÚCIO SIMONETTI

VIDA E FORMAÇÃO

Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti, ou como é mais conhecido, Pe. Américo nasceu na cidade de Assu em 21 de dezembro de 1929. É o quarto dos sete filhos do casal Alfredo Simonetti e Maria Augusta de Sá Leitão Simonetti. Pe. Américo realizou os estudos de 1º grau, no Seminário Santa Terezinha, na cidade de Mossoró, de onde partiu, em 1950, para o Seminário de São Leopoldo – RS, para cursar Filosofia e Teologia. Graduado em Teologia, é também licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco. Em 1969 fez Especialização em Didática do Ensino Superior na Universidade Federal de Natal como forma de aperfeiçoamento de sua formação.

SACERDÓCIO – NA IGREJA

Pe. Américo ordenou-se sacerdote em Assu, no dia 02 de dezembro de 1956 e foi em seguida nomeado vigário cooperador do Mons. Júlio Alves Bezerra, na Paróquia de São João Batista de Assu. Lá permaneceu de 1956 a 1962.

Em 1962, Pe. Américo foi chamado pelo Bispo diocesano, Dom Gentil Diniz Barreto, para assumir, em Mossoró, a Coordenação da Ação Pastoral na Diocese. Em Mossoró, desde então, o Padre Américo assumiu diversas tarefas, cargos e funções. Alguns, já transferidos para outros companheiros, enquanto outros continuam sob a sua responsabilidade até os dias atuais. Pe. Américo

Foi durante vários anos, Reitor do Santuário do Coração de Jesus, Diretor do Lar Sacerdotal, Diretor do Departamento Diocesano de Ação Social e da Cáritas Diocesana, Diretor do curso superior de iniciação teológica, Diretor do Centro Pastoral de Ciências Religiosas. Animador da Ação Católica no setor da JAC- Juventude Agrária Católica quando ainda se encontrava em Assu, e em Mossoró fundador de vários grupos de jovens.

Paróquia de SANTA LUZIA

Em 1980 foi nomeado Pároco da Paróquia de Santa Luzia, onde um de seus maiores feitos foi resgatar a Festa de Santa de Luzia, ajudando a transformá-la em um dos eventos religiosos mais importantes do Estado. Pe. Américo, ao longo de seus 79 anos de idade tem promovido o bem e assistido pessoalmente com a caridade fraterna, a inúmeros amigos e fiéis.

Pe. Américo, a exemplo de seu Pai, Alfredo Simonetti, não esmorece. Sempre foi um empreendedor. Sua ação pode não ser reconhecida, laureada, mas, não passará jamais, ignorada.

Pe. Américo assumiu até pouco tempo, as tarefas e funções de: Consultor Diocesano, Cura da Catedral e Vigário Geral da Diocese. Foi diretor e fundador do Curso Superior de Iniciação Teológica semente que está em processo de transformação na Faculdade de Teologia da Diocese. Com certeza muitas outras sementes também estarão germinando nesta terra de Santa Luzia, graças ao trabalho profético de Pe. Américo Simonetti.

Monsenhor Américo foi ainda Consultor Diocesano, Cura da Catedral e Vigário Geral da Diocese. Foi diretor e fundador do Curso Superior de Iniciação Teológica semente que está em processo de transformação na Faculdade de Teologia da Diocese.

EDUCAÇÃO

Em Assu, foi diretor da Escola Normal e fundador do Ginásio assuense, posteriormente transformado no Colégio Pedro Amorim. Ainda no setor da educação, foi diretor do Centro Educacional Juscelino Kubitshek.

Em Mossoró, Pe. Américo participou ativamente das ações implementadas por João Batista Cascudo Rodrigues, para fundação da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte na qual foi professor durante vários anos.

Pe. Américo foi um dos fundadores da UERN participando ativamente da criação do Curso de Serviço Social. Foi professor de Doutrina Social da Igreja no Instituto de Ciências Humanas, de Literatura Latina no Instituto de Letras e Artes e da disciplina Deontologia Médica no Curso de Enfermagem da URRN.

Foi diretor e fundador do Curso Superior de Iniciação Teológica semente que está em processo de transformação na Faculdade de Teologia da Diocese.

Fundador da Casa da estudante daquela cidade além de animador e incentivador de trabalhos sociais como a fundação de clubes de mães na zona rural e periferia da cidade de Assu.

LIVROS

Na Coleção Mossoroense tem vários títulos publicados como: O mundo de hoje e a Igreja em Diálogo, 1971; Públio Virgílio Maro, 1972; Cícero: o homem e a obra, 1972; O trabalho humano, 1973; A pressão demográfica no Nordeste e a paternidade responsável, 1973; Em 1997 a Coleção Mossoroense publicou ainda a obra que lhe deu assento na Academia Mossoroense de Letras, intitulada – Alfredo Simonetti: a memória enaltecida; uma homenagem ao seu pai falecido como um jovem professor aos 39 anos.

RÁDIO RURAL

Pe. Américo realizou em Mossoró, uma de suas mais importantes obras, a criação da Rádio Rural de Mossoró. Com o apoio do seu Bispo D. Gentil Diniz Barreto trabalhou incessantemente para ver criada e instalada em 1963, a Rádio Rural. É do conhecimento da população que, estando à frente da Rádio Rural Pe Américo mobilizou durante muito tempo a cidade e a região, com promoções como: A Feira da Providência, o Festival dos Municípios e o Concurso A Mais Bela Voz.

A Mais bela Voz foi um evento que surgiu em 1966 através de uma rádio em Olinda-PE, como um evento que tinha participação de vários estados do Nordeste.

A Rádio Rural de Mossoró, em 1968, organizou a etapa do concurso no Rio Grande do Norte. Em 1969, a Rádio Olinda acabou desistindo de promover o Festival, e no mesmo ano, através da iniciativa de Pe. Américo, A Mais Bela Voz passou a ser coordenada pela Rádio Rural. Primeiro, em co-gestão com outras duas emissoras católicas do Estado.

A partir de 1980, o concurso passou a ser promovido unicamente pela Rádio Rural de Mossoró, sob o comando de Monsenhor Américo, cobrindo dezenas de municípios da região Oeste. Sob a coordenação de pe. Américo, nomes de destaque como Amanda Costa, Edmilson Lemos e Jonh Wellington foram revelados em A MAIS BELA VOZ, que ainda hoje funciona como importante ferramenta para apresentar talentos da música potiguar.

Para Monsenhor Américo, a Rádio Rural é, e sempre foi, um instrumento da Igreja a serviço da evangelização, da propagação da fé e da educação do povo. Para isso, a Rádio Rural começou alfabetizando jovens e adultos da região, através das Escolas Radiofônicas criadas pelo Movimento de Educação de Base, MEB.

Foi pela dedicação ao rádio e sua obstinação pelos seus objetivos que se tornou um líder entre os que dirigiam rádios católicas no Brasil. Conduziu reuniões das 03 rádios do Rio Grande do Norte, Rural de Natal e Rural de Caico; participou da UNDA em nível Nacional, foi parceiro da ALER e nos últimos tempos da RCR.
Fonte: Diocese de Mossoró

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