sábado, 17 de outubro de 2009

VÊM AÍ OS BABY BANKS?

Milton Gamez

A crise gerou uma ideia revolucionária: a de dividir os bancos "grandes demais para quebrar" em partes menores e evitar a socialização dos prejuízos




MONTAGEM SOBRE FOTO DE SHUTTERSTOCK

Os Estados Unidos são um país em constante mutação. Nos anos 80 do século XX, os americanos quebraram o monopólio da AT &T na telefonia e forçaram o surgimento das baby bells, companhias menores que permitiram a entrada de novos concorrentes no mercado, em benefício do consumidor.


Agora, no rescaldo da crise financeira de 2008, os Estados Unidos discutem uma nova possibilidade radical: quebrar em vários pedaços os bancos considerados "grandes demais para quebrar" (em inglês, too big to fail).


Depois da falência do Lehman Brothers, 98 bancos americanos de pequeno porte foram à lona, enquanto as grandes grifes - Citigroup, Merrill Lynch, Bank of America - foram salvas pelo dinheiro do contribuinte, apesar dos riscos excessivos que correram no mercado de empréstimos imobiliários.


O Plano Obama, que pretende recapitalizar os gigantes financeiros e aumentar a fiscalização do governo sobre eles, não toca no problema dos big banks. Mas o Congresso pode ainda modificá-lo para incluir a proposta dos baby banks, destinada a reduzir o risco sistêmico. Se isso acontecer, enquanto o Brasil caminha para a concentração bancária, os Estados Unidos (que ainda têm oito mil bancos) podem tomar o rumo contrário.


Bancos salvos por governos criam o que os economistas chamam de risco moral. Podem reincidir no erro, com a certeza do resgate
Fonte: Revista ISTO É Dinheiro

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