THURBAY E O FMI

Carlos Escóssia

Amigo Thurbay, mesmo que pareça snobismo ou desvio de recursos que poderiam serem aplicados internamente, tanto na atividade produtiva ou até mesmo para minimizar a problemática que enfrentam os municípios brasileiros, a compra de US$ 10 bilhões (R$ 17 bilhões), é uma transação legal e até certo ponto correta, tendo em vista que o país, obrigatoriamente tem que manter em caixa suas reservas como precaução contra as crises, catástrofes ou causas aleatórias.

É importante ressaltar, que a presente trasação, não baixará o nível das reservas internacionais brasileiras, que na atualidade ultrapassa a cifra de US$ 224 bilhões. Portanto, é uma operação que apenas altera a composição das nossas reservas, contribuindo para sua diversificação.

Thurbay, empréstimos semelhantes a esse, também foram feitos por países como: Japão, Canadá, Reino Unidos, França, Alemanha, China, Índia e Rússia.

O empréstimo brasileiro terá duração de dois anos e os bônus serão emitidos de acordo com a necessidade de recursos do FMI. As notas terão prazos de pagamentos iguais aos que vigoram nos empréstimos do Fundo - três anos e um semestre de carência e cinco anos de prazo total.

O juros serão pagos trimestralmente, tomando-se por base a média ponderada do juro de curto prazo dos EUA, Zona do Euro, Japão e Reino Unidos, que hoje está no patamar de 0,25%.

Finalizando, gostaria de lembrar ao amigo jornalista e blogueiro de primeira grandeza Thurbay Rodrigues, que esse é um momento ímpar para o Brasil, pois é a primeira vez na história que emprestamos dinheiro ao FMI. Segundo Mantega, "o país está colocando parte de suas reservas nesta operação de compra de bônus, atendendo a uma solicitação de Strauss-Kahn feito aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e utilizem parte delas para dá à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia".