terça-feira, 8 de setembro de 2009

REPONDO A VERDADE

Caro jornalista Carlos Santos,

Os incidentes com o "Grito dos Excluídos" não é de hoje. No entanto é muito simples superá-los: deixa o "Grito dos Excluídos" cumprir o seu papel cívico de alertar e esclarecer o povo do seu município, estado e país das adversidades que tornam a vida do homens e das mulheres mais difíceis.

Da zona rural algumas comunidades presentes alertavam para a qualidade ou falta d'água; da zona urbana: a comunidade do Tranquilin alertava para as condições sub-humana de moradia, os servidores municipais alertavam para a má gerência dos recursos públicos e da falta de prioridade com a saúde e a educação.

Esse é o "Grito dos Excluídos".

No ano passado foi feito um acordo (entre o município e a organização dos Grito dos Excluídos). O acordo foi cumprido, não houve nenhum incidente.

Meu caro Vicente Venancio (advogado que postou comentário mais abaixo), este ano foi feito um acordo, o acordo foi quebrado pelo município, criando o primeiro mal-estar.

O segundo mal-estar foi gerado quando um jovem de Fardamento Branco, postou-se isolado à frente do cordão de isolamento da PM, próximo ao colégio municipal e atingiu alguns manifestantes, na sua maioria mulheres com spray de pimenta. Depois esse mesmo jovem manteve-se postado de forma provocativa entre o cordão e os manifestantes.

Alertamos para os manifestantes quem era o responsável pelo uso do spray e mandamos tirar fotos do mesmo. A idéia é entregá-las as autoridades (ouvidoria).

Rapidamente foi contornada a situação. Quando chegamos próximo ao colégio das irmãs, outro cordão, desta feita formava uma espécie de curral, dentro dezenas de manifestantes.

Entretanto, fora deste cordão existia outras dezenas de manifestantes. A certa altura o cordão que se postava próximo ao fundos do colégio das irmãos avançou em direção aos manifestantes, ao avançar forçava o recuo dos manifestantes que respondia com palavras de ordens.

Alguns militares dizia-nos que estavam cumprindo ordem e a gente dialogava que não era necessário nenhum exagero, fora alguns empurrões, sem nenhuma gravidade, normal numa situação dessas.

De repente chegou a ordem que o desfile tinha sido suspenso. Continuamos a caminhada, inclusive dialogando sobre o sentido do "Grito dos Excluídos", com alguns militares, ex-colegas de ensino médio, ex-alunos, claro uns compreendiam outros questionavam-nos, civilizadamente.

Portanto, o único motivo que se pode alegar para a suspensão do desfile eram as críticas do "Grito dos Excluídos" à gestora municipal.

O "Grito dos Excluídos", nos seus últimos quinze anos, não levou mais de um a três minutos (quando muito) para percorrer o palanque oficial. Quer dizer, a grande responsável pela suspensão do desfile foi a prefeita e a sua assessoria. Pelo menos foi o que observei.

A PM, fora o caso do spray, cumpria o seu papel.
Neto Vale.

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