domingo, 22 de novembro de 2009

TOGO FERRÁRIO LEITE

Por Togo Ferrário


BEATLES PARA SEMPRE


Em um encontro casual, na reunião do Copão de sexta-feira passada, fui “intimado” pelo titular deste blog, para escrever artigos sobre música, principalmente, aos domingos. De início, fiquei perplexo pelo convite, depois, bastante lisonjeado. “Não tenho muito conhecimento sobre a matéria”, ponderei, “mas tenho vasto material, entre discografia, livros e revistas, sobre os BEATLES”, finalizei. A resposta não poderia ser mais incisiva: “está ótimo”, respondeu Carlos. Então, vamos à labuta.


Por uma dessas coincidências da vida, hoje se completa 41 anos do lançamento do disco duplo, o primeiro da história fonográfica mundial, THE BEATLES, ou como ficou mais conhecido pelos fãs, The White Album, ou o Álbum Branco, devido sua capa ser branca, evidentemente, criado por Richard Hamilton, com o nome da banda em alto relevo. O disco confundiu muitos críticos à época do lançamento, que opinaram que os BEATLES estavam perdendo o foco. Hoje em dia, esse “conceito” perdeu-se no esquecimento e o LP duplo é considerado uma obra prima do catálogo dos Fab Four.


A maior parte das músicas foi composta no início de 1968 e sua diversidade sonora antecipou muita coisa que viria acontecer na década de 70 quando John, Paul, George e Ringo fizeram uma viagem à Índia com o objetivo de estudar com o guru Maharishi Maheshi Yogi. Para os BEATLES, a viagem não foi proveitosa como eles imaginaram, mas os deixaram bastante inspirados musicalmente, tanto que, de volta a Inglaterra para gravar suas novas criações, as diferenças ficaram evidentes. As gravações tiveram início em março daquele ano nos estúdio de Abbey Road e Trident. Houve discórdia por parte, principalmente de Paul, da insistência de John levar Yoko ao estúdio de gravações, onde, para eles, era uma espécie de santuário sagrado, espaço que eles não permitiam a presença de intruso algum.


Bom, o importante, se é que podemos assim considerar, foi que o disco mostrou as diferenças musicais entre eles. George Harrison superou todas as expectativas e compôs quatro excelentes canções, dentre as quais, While my guitar gently weeps, que contou com a participação no solo da guitarra de ninguém menos do que Eric Clapton, considerado o “Deus” do rock e eu, o considero o melhor guitarrista do mundo. John Lennon, mais inspirado ainda por conta da presença de Yoko Ono no estúdio, apresentou uma gama de novas canções, tais como: I’m so tired, Revolution 1, Glass onion, Sexy sadie, Hapiness is a warm gun, Yer blues, Julia, e Everybody’s got something to hide except me and my monkey, onde ele relata toda sua experiência pessoal, visão do mundo e da música. Teve, ainda, Revolution 9, uma colagem de sons e que foi considerada por muitos, onde me incluo também, a pior “coisa” que os BEATLES já produziram. Richard Starkey, nome de batismo do Ringo Star, participou com Don’t pass me by, composição dele, e gravou Goodnight, composta por Lennon, que escreveu exclusivamente para ele. E o Paul McCartney? Considerado o mestre de baladas fantásticas, apresentou Blackbird, Mother Nature’s Son, I Will, além de Back in the U.S.S.R., Helter skelter, Honey pie, Martha my dear – homenagem a uma cadela dele – e Ob-la-di Ob-la-da, cheia de sininhos que, sempre que escuto, me lembra o Natal.


Junto com o Sgt. Pepper’s lonely hearts Club Band, The White Album tornou-se o disco mais discutido dos BEATLES onde os fãs e a crítica, principalmente, tentavam “descobrir” o significado das músicas. Um desses “críticos malucos” foi Charles Manson, líder de uma seita de hippies fanáticos, que utilizou o disco como uma “bíblia”, para comandar uma série de assassinatos na cidade de Los Angeles.


NOTA DO BLOG

Esse blog recebe o reforço do amigo de longas datas,Togo Ferrário Leite, que todos os domingos estará presenteando as leitoras e leitores, com seus profundos e qualitativos conhecimentos e gostos musicais, principalmente quando o assunto é BEATLES.


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