segunda-feira, 30 de novembro de 2009

GEORGE HARRISON (1943 - 2001)

Por Togo Ferrário

Era o dia 29 de novembro de 2001, um domingo como o de hoje, que o mundo ficou mais empobrecido, musicalmente falando. O ex-BEATLE George Harold Harrison, então com 58 anos de idade, deixava a vida terrena, vítima de um câncer, para passar à posteridade, como o ‘quiet Beatle’ ou o ‘Beatle tímido’ da maior banda de rock de todos os tempos: THE BEATLES.

Nascido de uma família composta pelo pai Harry Harrison e a mãe Louise French, foi o mais novo de uma prole de quatro filhos, dois irmãos e uma irmã, e era uma criança de cabelos e olhos escuros e pele clara.

Chegou à banda, através do amigo Paul McCartney, e logo se enturmou com John Lennon, que gostou da sua maneira de tocar guitarra, principalmente, na execução dos solos. Foi na gravação do segundo disco, ‘With The Beatles’ (1963), que Harrison conseguiu emplacar uma composição sua, ‘Don’t bother me’, embora sua maior participação neste álbum é a interpretação de ‘Roll Over Beethoven’ de Chuck Berry. Somente a partir de 1965, quando da gravação de ‘Help!’, George começou, com mais freqüência, a participar com composições para o grupo. Neste disco encontramos ‘I need you’ e ‘You like me too much’.

Vale ressaltar que neste mesmo ano ele conheceu a cultura indiana, através do trabalho musical de Ravi Shankar, que lhe foi apresentado por David Crosby, da banda The Byrds. Ele ficou tão fascinado pelo som indiano, que passou a popularizá-la na gravação do disco seguinte dos BEATLES, ‘Rubber Soul’, em sua composição ‘Norwegian Wood’ (This Bird has flown), onde foi introduzida uma sitar que, pela primeira vez no cenário pop musical, escutou-se um instrumento indiano, também utilizado, juntamente com a tabla, na gravação de ‘Revolver’, de 1966, na música ‘Love you too’, ano este que ele passou a compor mais ativamente, cuja relação ainda consta ‘Taxman’, 1ª faixa do disco, e ‘I want to tell you’.

Em 1967 os BEATLES lançaram o disco que iria revolucionar a linguagem do rock internacional: ‘Sgt. Pepper’s lonely hearts Club Band’, gravado em apenas quatro canais, era ousado nas composições, nas letras e nos arranjos que incorporavam, inclusive, elementos da música erudita, graças ao conhecimento musical de George Harrison. Neste trabalho está inclusa, apenas, uma única música de sua autoria: ‘ Within you without you’.


Somente em 1968, uma composição sua atingiria grande sucesso, o hit ‘While my guitar gently weeps’, incluída no álbum duplo ‘The Beatles’ comentado no domingo passado, e ainda as pouco conhecidas ‘Piggies’, ‘Long, long, long’ e ‘Savoy truffle’. No álbum ‘Abbey Road’, de 1969, George lançou duas composições próprias: ‘Something’ e ‘Here comes the sun’ que, juntamente com ‘While my guitar...’, tornaram-se suas canções mais populares da era BEATLES. Something é, depois de ‘Yesterday’, a música mais regravada da banda, inclusive por nomes do quilate de Elvis Presley (1935-1977) e Frank Sinatra (1915-1998) que a considerava “a melhor canção de amor dos últimos 50 anos”, embora pensasse ser uma composição da dupla Lennon/McCartney.

Entretanto, Sinatra, na apresentação do ‘Concerto para as Américas’, antes da apresentação da música, creditou, com muito carinho, a autoria de George Harrison. Ainda em 69, George chegou a abandonar a banda entre os dias 10 e 22 de janeiro por motivo de discussões com Paul McCartney, que não estava mais gostando da maneira como ele tocava sua guitarra, durante as gravações.


Chegamos ao ano de 1970. Um ano que seria considerado como “uma nova fase” na carreira da banda. A gravação do disco ‘Get back’, nome inicial do projeto ‘Let it be’, foi uma multiplicação de erros e intrigas entre eles, excetuando-se o Ringo Star. Mesmo assim, Harrison contribuiu com duas novas músicas: ‘I me mine’ e ‘For you blue’, dividindo com os outros três integrantes da banda, ‘Dig it’ e ‘Maggie mae’.

Em 10 de abril daquele ano, Paul McCartney anuncia o fim dos BEATLES, antes, porém, George Harrison já havia lançado dois álbuns solos, ‘Wonderwall music’ (1968) com músicas instrumentais, e é, oficialmente, o 1º álbum solo de um Beatle, que teve a participação de Eric Clapton e Ringo Star, onde todos, incluindo George, usando pseudônimos.

O Segundo, ‘Electronic sound’ (1969), é um disco experimental, com músicas tocadas em um sintetizador e capa com um desenho de sua autoria. Mas carreira solo é assunto para outro comentário.

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