sexta-feira, 14 de agosto de 2009

DEU NO MOSSOROENSE



SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS PARALISAM ATIVIDADES

Servidores municipais decidiram por unanimidade, na manhã de ontem, durante uma assembleia no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi), paralisarem todas as atividades do serviço público. O auditório não foi suficiente para comportar os trabalhadores presentes. Apenas os atendimentos médicos de urgência serão mantidos. As categorias que vão parar, são: professores, merendeiras, ASG, médicos, enfermeiros, garis, agentes de endemias e de saúde, serventes...

O presidente do Sindiserpum, Gilberto Diógenes, conclamou a categoria ressaltando os problemas da atual administração pública do município. "Se a Prefeitura fosse séria, nós não teríamos enfrentado quatro greves neste ano - dos professores, vigilância sanitária, saúde e agora de todos os servidores", reforçou ele.

Um dos principais pontos, conforme o presidente, é que o corte de horas-extras e a transformação do vale-transporte em cartão magnético representam uma perda salarial de cerca de R$ 470. "A PMM está brincando com a gente, isso é uma falta de compromisso; ela não pode nos fazer de burros", criticou Gilberto.

A vice-presidenta do Sindiserpum, Marilda Souza, disse que “a prefeita simplesmente abriu um saquinho de maldades e saiu distribuindo e contemplando a todos os servidores. Essa assembleia é atípica, porque nunca aconteceu de todas as categorias entrarem em greve. A Prefeitura conseguiu fazer isso com uma canetada só. Os médicos Walter Júnior e Ronaldo Fixina, do Sindicato dos Médicos, que representa os funcionários do Estado, e a Associação Médica de Mossoró (AMM), respectivamente, deram apoio aos servidores municipais.

"Nós já tivemos alguns avanços nas nossas negociações, mas até agora foram só compromisso e nós estamos lutando por coisas mais concretas. Gerente de Saúde, Jaqueline Amaral garantiu o cumprimento do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) a partir de setembro e isso seria estendido a todos os servidores. Mas uma promessa só é válida quando é cumprida. Por isso aguardamos a decisão dos servidores e seremos solidários com o que eles decidirem", disse Walter.

Ao final da assembleia, os servidores se dirigiram à Prefeitura para protestar e anunciar que entrarão em greve por tempo indeterminado até que as reivindicações sejam atendidas. Por volta do meio-dia e meia, o chefe de gabinete, Gustavo Rosado, recebeu os manifestantes. Depois de quase quatro horas de reunião, não houve avanços. Segundo Marilda, vice-presidenta do Sindiserpum, hoje, algumas comissões vão visitar os locais de trabalho para incentivar a greve geral. A única categoria que não aderiu ao movimento ainda são os guardas de trânsito municipais, os "amarelinhos". Marilda disse que eles também estão insatisfeitos com o Executivo. Mesmo tendo iniciado as suas atividades há poucos meses, eles já se ressentem da falta de pagamento do adicional de insalubridade, que teria sido prometido.

Agentes municipais da saúde e endemias vão parar na próxima quarta-feira

Em assembleia realizada na tarde de ontem, os agentes de saúde e agentes de endemias do município decidiram, por unanimidade, aderir à greve dos profissionais da saúde e encaminharam à Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) um documento informando o resultado da votação e um outro ao procurador regional do trabalho solicitando que fossem apuradas possíveis irregularidades com relação a suspensão da concessão de férias desta classe.

Segundo o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), João Morais Pereira, a maioria dos profissionais já chegou à reunião decidida, e os 108 agentes presentes acabaram votando a favor.

"Encaminhamos um documento à Prefeitura informando que entraremos em greve, pois o prazo para avisar é de 72 horas. Portanto vamos paralisar os serviços na quarta-feira", explicou o diretor.

O sindicato também denunciou à PMM ao Ministério Público para apuração de "possíveis irregularidades cometidas pela administração pública municipal em face da suspensão da concessão de férias dos agentes de saúde e agentes de endemias do município". João Morais ainda disse que a suspensão do direito de férias pode colocar em risco à vida dos profissionais, que trabalham diretamente com pessoas doentes.

De acordo com o documento entregue ao procurador regional do trabalho, "a referida atitude ofende às normas pertinentes à saúde, bem como traz prejuízos de natureza socioeconômicas ao trabalhador".

Além disso, eles não querem aceitar a mudança no pagamento de vale-transportes, que supostamente voltaria a ser feito em cartões. "Com um sistema de ônibus precário como o nosso, não podemos depender dele; caso contrário, nosso serviço também ficará comprometido", explicou.

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