segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A AMEAÇA DA NOVA GRIPE

O aumento repentino de casos de pessoas infectadas pela gripe suína (vírus H1N1, influenza A) no país, de 398% em uma semana, levou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a recomendar o adiantamento de viagens ao Chile à Argentina, onde muitos brasileiros foram recentemente contaminados. A recomendação é direcionada a idosos (acima de 60 anos), crianças (até dois anos) e pessoas com baixa imunidade. Na sexta-feira, havia 522 casos da gripe confirmados no Brasil. Veja medidas para prevenção e controle da doença.

CARACTERISTICAS DA DOENÇA

A publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) Weekly Epidemiological Report, de 22 de maio, informa que as principais características dos 10.243 casos laboratorialmente confirmados de infecção pelo vírus influenza A em 41 países, incluindo 80 óbitos, são:
- a infecção varia de doença leve não febril do sistema respiratório (gripe) a doença grave ou pneumonia fatal;
- a maioria dos casos se desenvolve côo uma gripe comum, sem complicações, evoluindo para a cura espontânea;
- os principais sintomas incluem tosse, febre, dor de garganta, mal-estar e dor de cabeça.

MINISTÉRIO SEGUE PROTOCOLO
Veja as definições do Protocolo de Procedimentos para o Manejo de Casos e Contatos de Influenza A (H1N1), do Ministério da Saúde:
Caso suspeito: Doença de inicio súbito, com febre (temperatura acima de 37,5° C°), tosse ou dor de garganta, com ou sem outros sintomas – como dores de cabeça, musculares ou nas articulações, ou ainda dificuldade para respirar. Esses sintomas devem estar vinculados às seguintes situações:
- paciente retornou, nos últimos dez dias, de países com casos confirmados da gripe; ou
- teve contato próximo, nos últimos dez dias, com um caso suspeito ou confirmado.

Caso confirmado:
Infecção confirmada por exame em laboratório de referência ou, caso não tenha sido possível coletar amostra, confirmação de contato próximo com pessoa cujo contágio foi constatado.

Caso descartado:
Caso suspeito cujo exame deu negativo.

Contato próximo:
Contato com pessoa com caso suspeito ou confirmado, um dia antes e até sete dias após o inicio dos sintomas, nas seguintes situações:
- durante viagem internacional (passageiros da mesma fileira, das fileiras laterais e das duas fileiras à frente e atrás da pessoa com caso suspeito ou confirmado);
- pessoas que cuidam, convivem ou que tiveram contato com secreções respiratórias da pessoa com caso suspeito ou confirmado.
ATENÇÃO: os menores de 12 anos infectados podem armazenar o vírus até 14 dias após o inicio dos sintomas.

A ORDEM É PREVENIR
O ministro José Gomes Temporão ressaltou que não há proibição de viagens para países afetados pela gripe suína e a recomendação é uma medida adicional e preventiva, já que a maioria das ocorrências no Brasil teve origem em pessoas infectadas vindas do exterior e não na transmissão da doença do país. Essa foi a razão de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aumentado o nível de alerta em todos os portos e aeroportos, com o objetivo de detectar, diagnosticar e tratar casos suspeitos. A Anvisa tornou obrigatório o preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante para monitorar todos os passageiros do Mercosul que chegam ao país, com a distribuição de formulários nos portos, aeroportos e nas áreas de fronteiras. Além disso, as companhias aéreas serão obrigadas a fornecer a lista de passageiros junto com a Declaração Geral da Aeronave no momento da chegada do avião.

COMO EVITAR O CONTÁGIO

Veja as recomendações do Ministério da Saúde para que as pessoas evitem o contágio pelo vírus da gripe suína:
Para quem vai viajar para áreas afetadas:
- usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência no local e substituí-las sempre que necessário;
- ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável;
- evitar locais com aglomeração de pessoas;
- evitar contato direto com pessoas doentes;
- não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;
- evitar tocas olhos nariz ou boca;
- lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar;
- em caso de ficar doente, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens;
- não usar medicamentos sem orientação médica.

Para quem chega de áreas afetadas e apresenta sintomas:

Viajantes que apresentarem sintomas até dez dias depois de terem chegado de viagem a áreas com casos confirmados de gripe suína, como febre repentina superior a 38°C, acompanhada de tosse e (ou) dores de cabeça, musculares e nas articulações, devem tomar as seguintes medidas:
- procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima;
- informar seu roteiro de viagem ao profissional de saúde.

PESSOAS DE GRUPO DE RISCO PRECISAM FICAR EM QUARENTENA HOSPITALAR

Entre as medidas de prevenção e controle recomendadas pelo Ministério da Saúde, estão a quarentena e o isolamento. Saiba em que casos são indicados:
Quarentena domiciliar voluntária: recomendada às pessoas que tiveram contato próximo com pessoa com caso suspeito ou confirmado, mas que não apresentem sintomas. O período deve ser de sete dias, contados a partir do ultimo contado (14 dias no caso de crianças). Durante a quarentena, a pessoa deve:
- evitar compartilhar objetos;
- evitar tocar olhos, nariz ou boca;
- lavar as mãos frequentemente com água e sabão, em especial depois de tossir ou espirrar;
- manter o ambiente ventilado.
A Vigilância Epidemiológica deverá acompanhar a pessoa, por telefone ou presencialmente, durante sete dias.

Isolamento domiciliar: recomendado para pessoa que teve contato com a gripe e apresente os sintomas, mas que não pertença a grupo de risco para complicações e óbito. Além das orientações do item anterior, deve-se:
- usar máscara cirúrgica descartável;
- permanecer em quarto exclusivo;
- evitar contato próximo com pessoas.

Isolamento hospitalar:
para os pacientes de grupos de risco. Deve ser realizado somente nos hospitais de referência, divulgados no site do Ministério da Saúde. Segundo a OMS, deve ocorrer em quarto privativo, sinalizado, com vedação na porta, boa ventilação e acesso restrito aos profissionais de saúde. O isolamento (domiciliar ou hospitalar) será suspenso nas seguintes situações:
a) se for descartado o diagnóstico de influenza A;
b) nos casos confirmados, ao final do 7° dia após o inicio dos sintomas (14° dia para crianças).
Fonte: Jornal do Senado

Nenhum comentário :