terça-feira, 4 de agosto de 2009

A CRISE QUE ASSOLA O PAÍS DE MOSSORÓ

Carlos Escóssia

Quando o pior da crise econômica mundial já passou e a economia global dá sinais de recuperação, eis que, a administração "Mossoró da Gente?", anuncia cortes de gastos em eventos culturais, cortes na folha de pagamento, que já está em atraso e outras medidas equivocadas, que deveriam ter sido pensadas e amadurecidas a pelo menos a uns 120 dias atrás. A administração "Mossoró da Gente?" também ameaça, a possibilidade de exoneração de servidores contratados através de cargos comissionados. Segundo a assessoria econômica da administração "Mossoró da Gente?" os gastos ou enxugamento para adequar às despesas do município as suas receitas, serão proporcional, à queda e as perspectivas de arrecadação até o final do exercício financeiro de 2009.

Com relação a crise que assola a economia local, tenho as seguintes ponderações a fazer:
1- A crise é real, ela existe, apenas foi tratada com desdém e de forma amadora e irresponsável pelos que fazem a administração "Mossoró da Gente?", o que comprova todo o despreparo, toda ingenuidade e imaturidade, falta de equilíbrio e principalmente a falta de aptidão, suporte técnico e consciência política para gerenciar a coisa pública.

2- Por mais ingênua e desinformada que seja (ou queira ser) uma administração municipal, todos tinham conhecimento da crise da economia mundial, que teve seu inicio na economia americana (no inicio do ano 2007), e como uma bola de neve, contagiou toda a economia global. Lógico também, que todos sabiam que a economia de Mossoró não estava imune a essa crise - muito pelo contrário - todos sabiam da nossa vulnerabilidade e dos efeitos catastróficos que a mesma traria para a economia local.

3- O bom gestor é aquele que se destaca em período de crise e dificuldades, mostrando suas afinidades com novas mudanças e cenários, tendo a capacidade de reagir a situações onde o controle é fundamental, além de ter autocrítica. O bom gestor, principalmente em períodos de crises e adversidades, deve além da liderança, possuir atitudes, tais como: competência estratégica; saber obter resultados e agregar valores; ter objetividade e agilidade; ter senso de prioridade na implementação de medidas, planos e programas; competência para mudar e desenvolver cultura; saber compartilhar objetivos; ter grande habilidade de relacionamento e interação; ser multifuncional, adaptavél e flexivel; ser automotivo, assetivo e persistente.

4- É incrível como a mídia, os políticos, os economistas, empresários e acadêmicos ligados a adminstração "Mossoró da Gente?", em momento algum - até hoje - alertaram a senhora prefeita dos efeitos que a economia global traria para a nossa economia. Pergunto, o porque da equipe gestora, que assessoraram a elaboração do plano de governo da atual administração, uma espécie de conselho consultivo, até o momento ainda não se pronunciou.

5- No dia 15 de fevereiro de 2009, na coluna "Notas... Notas... Notas... Notas...", publiquei o seguinte:
"Para alguns futurologistas, do chão sagrado de Mossoró, que há bem pouco tempo afirmavam (não sei, se hoje afirmam ainda), que a crise americana não afetaria o Brasil e principalmente o país de Mossoró. Gostaria de lembrar, que estamos vivendo ainda a fase inicial de uma grande crise financeira, que diferentemente da Grande Depressão da década de 30, iniciou-se dentro do próprio setor financeiro em 2006 com a economia em plena expansão e só agora está começando a atingir plenamente este último setor. Em 2009, a grande contração da economia real em andamento, começará a repercutir de volta, agravando ainda mais a situação financeira dos bancos e das empresas não financeiras.

Ainda para esses iluminados futurologistas que habitam o chão sagrado de Mossoró, gostaria de alertar, que diante deste cenário conturbado desencadeado pela crise americana, resta para o Brasil e o país de Mossoró nadar contra a maré. Pois no passado, quando tínhamos um choque externo desfavorável, a resposta da política econômica, ao invés de contribuir para resolver o problema, agravava ainda mais a situação. Em outras palavras: o paciente deveria ser medicado e mandado para casa. Porém, o tratamento era tão ruim, que ele acabava na UTI. Em 2009, temos que ser cuidadosos bastantes para não comermos o pão que os Estados Unidos amassaram em 2008". (Clique aqui) e veja na íntegra a coluna Notas...Notas...Notas...Notas...

6- No dia 8 de Abril de 2009, publiquei no meu blog "FPM e a Crise dos Municípios", quando eu afirmava:
"Está na hora dos prefeitos e de toda classe política se articularem em seus estados, para pressionar o governo federal, a olhar com urgência a situação dos municípios, criando políticas compensatórias, pois a grande maioria das pequenas cidades sobrevivem exclusivamente da receita do FPM. Caso contrário, as prefeituras vão fechar suas portas, pois não têm condições financeiras. É necessário e urgente que a classe política do nosso Estado e dos demais, tomem uma posição firme, no sentido de pressionar o governo federal para realocar recursos financeiros de outras fontes para amenizar o estrago provocado pela queda do Fundo de Participação dos Municípios. Permanecendo como está, as prefeituras obrigatoriamente terão que demitir muito mais do que está desempregando as montadoras". (Clique aqui) e veja na integra o artigo.

7- No dia 3 de junho de 2009, publiquei no meu blog o artigo "Mossoró Cidade Junina! Quem vai pagar a conta?". Quando eu alertava:
"Não que eu seja contra o evento Mossoró Cidade Junina, pelo contrário, sou adepto do evento criado pela senadora Rosalba Ciarlini, quando prefeita de Mossoró, colocando a nossa cidade ao lado de outras cidades de maior expressão nacional para esse tipo de evento, como Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). Apenas acho precipitada a sua realização este ano, em virtude de vários fatores, os quais a princípio eu poderia citar a crise econômica mundial, que provocou a queda significativa do repasse do Fundo de Participação do Município, além de um fator aleatório, que independe da vontade do homem, que são as chuvas em grandes proporções (o que não é normal na nossa região), provocando o estrago generalizado da nossa frágil e de péssima qualidade, malha viária e ainda, o que é mais preocupante, a quantidade de famílias que tiveram que abandonar seus lares em virtude da cheia do Rio Mossoró Apodi.

Qualquer administrador sério e com um pouco de responsabilidade, antes de realizar um evento desse porte em um período adverso de crise e calamidade, escutaria a população para coletivamente decidir qual seria a verdadeira prioridade para o momento. Realizar o evento "Mossoró Cidade Junina", ou recuperar integralmente a malha viária da cidade; resolver a triste situação das famílias desabrigadas, assegurar o pagamento sem corte e atraso da folha de pagamento de seus servidores, cumprir religiosamente o calendário de pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços. Na verdade, infelizmente a senhora prefeita de forma normativa optou pela realização do evento Mossoró Cidade Junina, levando em consideração apenas o aspecto eleitoreiro do evento, aumentando ainda mais os gastos da prefeitura com o engodo da fajuta terceirização.

Como se pode ver caro leitor, a prefeita de Mossoró teria e tem justificativas plausíveis e convincentes para não realizar o evento "Mossoró Cidade Junina" este ano, em virtude das incertezas e previsões pessimistas com relação ao prolongamento e afunilamento da crise na economia global. Em última hipótese, poderia até realizar o evento, através de um procedimento transparente, legal, viável e politicamente correto que seria a sua privatização e nunca a sua terceirização. (Clique aqui) e veja a matéria na íntegra.

8- Para as amigas e amigos leitores acompanharem outras matérias postadas nesse blog a respeito dos reflexos da crise economica mundial na economia local, vejam ainda:
(Clique aqui): "Notas... Notas... Notas... Notas...", postado em 28 de fevereiro de 2009
(Clique aqui): "A Crise e os Fumantes", postado em 31 de março de 2009
(Clique aqui): "Receituário Contra Crises", postado em 20 de abril de 2009
(Clique aqui): "Por uma Política de Geração de Emprego e Renda para Mossoró," postado em 29 de junho de 2009.


ATENÇÃO: ADMINISTRAÇÃO "MOSSORÓ DA GENTE?", ANUNCIA NOVAS MEDIDAS
Li agora mesmo, na coluna do bem informado jornalísta César Santos, que a Administração "Mossoró da Gente?", divulgará amanhã no Jornal Oficial do Município (JOM), novas medidas que, tardiamente ou de forma retardada, objetiva minimizar os estragos provocados pela crise econômica mundial, que apresenta sinais de superação pela economia global e que infelizmente começa a germinar tipo cogumelos em tempos de chuvas no solo causticante do País de Mossoró. Veja o que diz César Santos na nota Pacote Amargo:

"O Jornal Oficial do Município (JOM), que circulará amanhã, publicará o pacote de medidas que visa ao enfrentamento da crise financeira. São cortes de grande intensidade que, certamente, provocarão reações contrárias, porém necessárias e urgentes. O funcionalismo, que antes passaria ileso pelo “corte na carne”, também será atingido e terá de oferecer a sua parcela de sacrifício.

A coluna teve acesso ao pacote e observou cinco medidas de forte impacto: 1 - Corte de 20% dos cargos comissionados, algo em torno de 150 exonerações. Atingirá todas as secretarias e gerências executivas. Os nomes foram selecionados e estarão na edição do JOM. 2 - Horário corrido de trabalho, com expediente das 7h às 13h, o que permitirá redução nos gastos com horas extras. Medida idêntica foi adotada no início do ano, com sucesso. 3 - Será suspensa até dezembro próximo a permissão de qualquer tipo de licença, exceto os casos garantidos por lei, como por exemplo a licença-maternidade. 4 - Será suspenso até dezembro o pagamento de 1/3 de férias, exceto os casos previstos em lei. 5 - Todas as pastas terão de reduzir em pelo menos 20% as despesas com telefone, energia, água, combustível, entre outras.

Soma-se a essas medidas outra mudança já em validade na área da saúde. É a readequação do pagamento dos plantões médicos. As escalas serão pagas com novo período de verificação, compreendendo o dia 15 do mês atual até o dia 15 do mês subsequente, diferentemente do que vinha ocorrendo, cuja medição era feita apenas no dia 20 de cada mês. Dessa forma, não se sustenta a tese de que o Município está atrasando o pagamento dos plantões. As novas medidas entrarão em vigor de imediato e se juntarão aos cortes anunciados há pouco mais de uma semana, que atingirão a área da cultura. A prefeita Fafá Rosado (DEM), depois de seguidas reuniões com a equipe econômica, acredita que os cortes são inevitáveis e que o resultado será positivo, à medida que as áreas essenciais, como Saúde e Educação, não sofrerão prejuízos. A estimativa é de que o Município possa reduzir os gastos em mais de R$ 4 milhões até o final do ano".




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