PREFEITURA DE MOSSORÓ INICIARÁ
2016 COM PAGAMENTO DO
FUNCIONALISMO ATRASADO
O atraso salarial se amplia na Prefeitura de Mossoró, que, em nota
oficial, ontem, comunicou que o funcionalismo receberá o salário de
dezembro somente dia 10 de janeiro de 2016. Já aposentados e
pensionistas terão benefícios creditados hoje (23), e servidores que
aniversariam em novembro e dezembro receberão décimo terceiro salário
até o final desta quinta-feira (24).
Os contratos da Saúde que
ainda estão em aberto também serão pagos amanhã, segundo o Palácio da
Resistência. “O pagamento dos demais servidores referente ao mês de
dezembro será efetuado até o dia 10 de janeiro”, comunica a Prefeitura.
Com
isso, confirma-se a ampliação do atraso de salários do funcionalismo
público municipal. A folha de novembro só foi paga dia 3 deste mês,
quando receberam os servidores comissionados. Os efetivos receberam no
último dia 28.
Na folha de dezembro, contudo, efetivos e
comissionados só receberão na segunda semana de janeiro, já que o dia 10
cairá num domingo, que já será o segundo do mês.
A Prefeitura de
Mossoró afirma que o atraso dos salários de dezembro resulta de acordo
coletivo das prefeituras do Rio Grande do Norte com a Federação dos
Trabalhadores em Administração Pública Municipal (Fetam), apoiado pela
Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), que é
presidida pelo prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior (PSD).
“O
ajuste no calendário é uma decorrência das reduções nos repasses do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM) durante todos os meses do ano
e da frustração da arrecadação de impostos sentida por todas as cidades
brasileiras”, justifica a Prefeitura.
Segundo a Femurn, conforme
previsão da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), as prefeituras
brasileiras encerram o ano com dificuldades nas finanças públicas,
ampliadas pela não complementação dos repasses do Fundeb e pela redução
de 31% no FPM de dezembro em relação ao mesmo período do ano anterior.
Além
dos servidores do quadro do município, trabalhadores terceirizados da
Prefeitura também virarão o ano com salário atrasado. O débito
corresponde a quase quatro meses. E, segundo o próprio prefeito
Francisco José Júnior, a dívida só deverá ser quitada quando a
Prefeitura fizer empréstimo, de cerca de R$ 37 milhões, dando como
garantia parte dos royalties de petróleo dos próximos anos.
Soma-se
ao atraso do funcionalismo dívidas da Prefeitura com fornecedores de
serviços e produtos, o que levou algumas empresas a deixar de vender
para a municipalidade. Fazia 19 anos que a Prefeitura não atrasava
salários. A última vez foi no último ano da gestão Dix-huit Rosado, em
1996.
Servidores municipais ameaçam greve geral
Em
represália ao comunicado de atraso de salários na Prefeitura, o
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum)
decidiu, em assembleia, ontem, que os servidores farão greve geral por
tempo determinado, caso a gestão municipal não pague os salários até o
dia 4 de janeiro de 2016.
A presidente do sindicato, Marleide
Cunha, garante que as atividades só deverão ser retomadas após o
pagamento. “Não admitiremos nenhum atraso. Contamos com a representação
de todos os setores do serviço público municipal e decidimos pela união
contra esses absurdos. Nunca havíamos enfrentado uma situação assim”,
lamenta.
Marleide Cunha informa ainda que, este mês, os
trabalhadores lotados nas UBSs também só receberam metade das suas
remunerações, pois a outra parte, referente a gratificações e horas
extra, só deve ser paga em janeiro do próximo ano. Frente a este quadro,
os servidores decidiram que só irão prestar metade do expediente até
receber o pagamento completo.
“Como os servidores só receberam
metade do salário, só vão trabalhar metade do expediente. A partir do
próximo mês, caso não recebam o pagamento, os trabalhadores das UBSs
também não vão enviar as estatísticas para o Ministério da Saúde”,
afirma Marleide Cunha.
Outra reclamação dos servidores é o não
pagamento do Prêmio Municipal de Acesso e Qualidade na Atenção Básica à
Saúde (PRÊMIO-PMAQ), enviado pelo Governo Federal. Por lei, a PMM deve
destinar 80% do PMAQ aos servidores e mais 20% à estruturação de UBSs,
mas, de acordo com Marleide Cunha, nada disso foi feito.
Fonte: O Mossoroense
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