GOVERNO PODE AVANÇAR EM REFORMA
TRABALHISTA NO PRÓXIMO ANO,
DIZ BARBOSA
Além de encaminhar uma proposta de reforma da Previdência nos
próximos seis meses, o governo pretende avançar na reforma trabalhista
em 2016, disse hoje (22) o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Em
teleconferência com jornalistas estrangeiros, ele disse que as
discussões com as centrais sindicais estão avançando e que há uma chance
de mudanças na legislação trabalhista no próximo ano.
Segundo
o ministro, os debates no Fórum Nacional de Previdência e Trabalho
resultarão em propostas conjuntas a serem enviadas ao Congresso
Nacional. O fórum teve a primeira reunião em setembro, com a presença de
representantes de trabalhadores, empresários, aposentados e
pensionistas.
Ontem (21), na cerimônia de transmissão de cargo,
Barbosa tinha anunciado que o governo pretende enviar ao Congresso, no
primeiro semestre de 2016, a proposta de reforma da Previdência,
principal fonte de gastos primários do governo. Horas antes, em
teleconferência com investidores nacionais e estrangeiros, ele tinha
dito que a proposta pode incluir uma idade mínima para aposentadoria ou
flexibilizar a fórmula 85/95 para aumentar a pontuação requerida para
receber o benefício integral.
Na teleconferência de hoje, Barbosa
voltou a afirmar o compromisso com o ajuste fiscal e o controle da
inflação. Ele descartou a possibilidade de o governo instituir uma banda
para a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da
dívida pública – em 2016. “Não há uma proposta neste momento para uma
banda para a meta fiscal do ano que vem”, declarou.
Na semana
passada, o Congresso aprovou o Orçamento do próximo ano com meta de
esforço fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas
produzidas no país), mas excluiu a possibilidade de o governo usar
mecanismos de abatimento que permitiriam zerar a meta. A ideia havia
sido defendida por Barbosa antes de assumir a Fazenda.
O ministro
rechaçou ainda a necessidade de a União fazer aportes de dinheiro na
Petrobras. Segundo ele, essa seria uma medida extrema, e o cenário atual
está longe de uma decisão do tipo. Em relação à inflação, Barbosa disse
que os índices de preços devem cair no próximo ano com o fim do
realinhamento de preços administrados, como energia e combustíveis.
Para
reequilibrar as contas públicas, o ministro disse que conta com a
aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
(CPMF) até junho, para que o tributo comece a ser cobrado em setembro.
Caso a proposta não seja aprovada, ele afirmou que o governo terá de
tomar medidas de ajuste tanto do lado das receitas, com aumento de
impostos, como do lado das despesas, com novos cortes de gastos.
Fonte: Agência Brasil
Por Wellton Máximo
Por Wellton Máximo
Edição: Carolina Pimentel
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