SAIBA QUAIS OS EFEITOS DO PROCESSO
DE IMPEACHMENT DE DILMA
NO SEU BOLSO
Durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff,
o investidor comum deve ter cautela e manter seus investimentos na
renda fixa, de preferência em títulos pós-fixados, como o
Tesouro Selic. A Bolsa não é recomendada. A avaliação é de três
especialistas consultados pelo UOL.
Apesar de a Bovespa ter fechado esta quinta-feira (3) com alta de 3,3% e o dólar ter caído 2,26%, a R$ 3,749, eles preveem instabilidade no mercado enquanto o processo se desenrolar.
Veja os destaques do que falaram:
INVESTIMENTOS:
Mantenha aplicações em títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic e
evite dólar e renda variável (como Bolsa), a não ser que já seja um
investidor mais bem preparado.
Apesar de terem se valorizado
nesta quinta, os papéis da Petrobras não são vistos como bons
investimentos. "Não compraria, pois o papel está sob pressão dos preços
internacionais e de sua enorme dívida", diz Silveira.
DESEMPREGO: Deve
continuar aumentando, na visão dos três analistas. "O processo de
impeachment deve durar pelo menos seis meses. Nesse tempo, devemos ter
um aumento do desemprego, pois a tendência é que o governo passe a se
preocupar mais com a política e cuide menos da economia e dos ajustes
necessários", diz Mauro Calil, especialista em investimentos do banco
Ourinvest.
INFLAÇÃO: Os economistas consultados
dizem que o processo deve afetar pouco a inflação. "Nas próximas três
semanas, nada deve acontecer no lado real da economia", diz Pedro Paulo
Silveira, economista-chefe da TOV Corretora. "Se afetar alguma coisa,
será por causa do dólar", afirma o economista Alexandre Cabral, da
NeoValue Investimentos.
Reações do mercado
"O mercado
amanheceu como os palmeirenses depois do jogo de ontem, numa reação
muito positiva depois de meses em queda, mas isso é a reação inicial.
Agora é preciso ver como o processo de impeachment vai se comportar",
afirma Silveira.
Para ele, o mercado considera mais provável que
a presidente perca o mandato e por isso comemora. Segundo Silveira, se
Dilma não sair, o mercado voltará a ter problemas.
Mauro
Calil concorda. "Se houver uma tendência de o impeachment se confirmar, a
Bolsa deve subir e dólar cair. Se travar o processo, ou não houver
perspectiva de aprovação, volta tudo."
Mas, na avaliação do
especialista, enquanto o processo não se define, os investimentos irão
ficar extremamente instáveis e por isso é melhor ficar na renda fixa.
Empresário não investe enquanto falta confiança
Para Alexandre Cabral, quanto mais tranquilo e rápido for o processo de impeachment, melhor para a economia.
"Eu não acho que a presidente irá perder o mandato, e acredito que o
processo poderá ser positivo para o mercado se ela tiver humildade para
reconhecer erros anteriores e fizer um pacto com o Congresso para
governar o Brasil."
Segundo ele, como o governo não tem mais
dinheiro para investir, irá precisar do empresariado para se financiar.
"Mas o empresariado só vai investir se tiver confiança. Enquanto houver
dúvida, ninguém vai investir."
Os três especialistas recomendam
manter aplicações em títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic e evitar a
renda variável (como Bolsa) e o dólar, a não ser que já seja um
investidor mais bem preparado.
Fonte: UOL Economia
Por Sophia Camargo
Por Sophia Camargo
Nenhum comentário :
Postar um comentário