EX-VICIADO EM DROGAS QUE SE RECUPEROU EM GARANHUNS, LANÇA LIVRO SOBRE SUA EXPERIÊNCIA
Após passar seis meses em processo de recuperação em um espaço aberto para receber usuários de drogas que pretendem abandonar o vício na Fazenda da Esperança Santa Rosa, localizado em Garanhuns, o professor e pesquisador José Romero Cardoso da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) decidiu escrever o livro trazendo testemunho real das experiências pelas quais passou na fazenda.
Quem hoje vê o professor lecionando e desempenhando suas atividades de pesquisa na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) não consegue imaginar que por 16 anos ele foi escravo das drogas. A história do docente tinha tudo para ser mais uma nas estatísticas de vidas destruídas pelos entorpecentes. No entanto, ele conseguiu reverter o jogo e vencer a batalha. O segredo para conquistar essa façanha? Força de vontade.
As experiências do período de consumo e recuperação das drogas são retratadas no livro "Fazenda da Esperança Santa Rosa: reminiscências de um processo de retorno à vida". Título que será lançado na próxima quarta-feira, 8, na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic) da Uern, às19h30. O exemplar tem apresentação de Marinalva Freire da Silva, prefácio de Archimedes Marques e posfácio de Nelson Barbosa.
Na abertura do livro, José Romero fala dos seus sentimentos sobre a Fazenda: "Levado por Deus e conduzido por Benedito Vasconcelos Mendes e seu cunhado Paulo Leite, (...) cheguei a Fazenda da Esperança Santa Rosa em um dia de domingo, à noite, mais precisamente aos 27 de fevereiro de 2011, permanecendo até o dia 6 de setembro do mesmo ano". No enredo, ele detalha a história dos sete meses que mudaram sua vida. De acordo com o professor, nas páginas do livro as pessoas irão encontrar um depoimento real do seu processo de recuperação. Conforme José Romero, a permanência na Fazenda da Esperança é baseada no tripé espiritualidade, trabalho e convivência. "No texto, eu conto como é o cotidiano da Fazenda, como é a rotina de um lugar onde você precisa conviver com pessoas que nunca viu, além das dificuldades e os graves problemas enfrentados durante o processo de recuperação", revela.
No texto, o professor universitário retrata desde o início de sua relação com as drogas, 1995, até a sua recuperação. "Comecei a usar drogas fumando maconha e posteriormente passei a consumir o crack. Depois de anos de dependência e de tentativas frustradas de largar o vício, decidi procurar tratamento ao perceber que não sobreviveria ao uso de entorpecentes", descreve. Ao relembrar os motivos da decisão, ele é enfático em dizer que procurar tratamento era sua única saída. "Eu estava morrendo, ou me internava ou morria", desabafa, acrescentado que a estada no espaço de recuperação foi decisivo em sua mudança.
"Graças a Deus, todos me ajudaram quando decidi buscar ajuda, e hoje me considero completamente recuperado". A proposta do livro é evitar que os jovens não caiam no mundo das drogas.
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