A BASE (B)ALIADA DOS
GOVERNOS DO DEM
O trator que Carlos Augusto vem passando por cima dos aliados para consolidar o poder em âmbito estadual vem fazendo estragos que podem se voltar contra seu próprio projeto no futuro.
Robinson Faria é apenas a mais destacada vítima do atropelamento sistemático que Carlos Augusto promove no sua "Síndrome de Hulk" com que tenta mostrar a todo custo que "tem a força...".
Paulo de Tarso, que ia na carona de Robinson, tornou-se o avalista avariado do acordo descumprido. Tatiana Cunha foi defenestrada sem qualquer laivo de delicadeza. Detentora de grande parte da memória da vida jurídica do Estado foi tratada como produto descartável.
Secretários caem como num castelo de cartas e são substituídos por pessoas que cada vez mais se parecem e fazem o governo ser "copiado e esculpido" a cara de Carlos Augusto.
Rogério Marinho, suplente que assumiu a Câmara Federal, continua com a mesma fixação que o afastou de Wilma de Faria depois de vinte anos de parceria onde se deu muito bem. Quer ser candidato a prefeito de Natal. Mas não se sabe se Carlos Augusto vai atropelar ele ou Hermano Morais, que tem por trás de si, Henrique Eduardo. Este tem, de quebra, nada menos que Garibaldi, o salvador de Rosalba em duas eleições. Rogério está só e seu mandato não é seu. Será forte o suficiente para se impor ou sairá esbagaçado diante do foco de Carlos Augusto em garantir a coesão da oligarquia "Rosalves Maia" que une ele, José Agripino e os Alves. Rogério terá mais sorte e mais força que Robinson abatido no voo quando tentou nublar o projeto de Henrique senador/2014?
Mais acintoso ainda é o modus operandi posto em campo a favor da invenção da candidatura Ruth Ciarlini.
Alguns aliados fiéis estão saindo por demais estropiados do processo.
Francisco Carlos, sabido como ele só, saiu à francesa antes que se aproximassem os últimos parágrafos da crônica de uma renúncia agoniada.
Cláudia Regina, sem sombra de dúvidas, a mais preparada da tal base aliada para ser candidata e para ser prefeita, já está defenestrada. Ela é fiel ao senador José Agripino. E Carlos Augusto só aceita culto à sua própria personalidade. É a terceira vez que Cláudia é abatida sem dó nem piedade. Primeiro aquela palhaçada a que Carlos a submeteu em 2004, num faz-de-conta de que a candidata seria ela ou Fafá. Foi vice como prêmio de consolação e porque somava. Em 2008, já de cangote mais endurecido, o líder do DEM tratou de defenestrar Cláudia da vice, pois de caso pensado queria Ruth para fazê-la prefeita pré-datada com direito à reeleição agora. Cláudia saiu para vereadora. E seria a presidenta natural da Câmara. Mas não foi. Alimentou a esperança, mas com a lógica de ser a candidata em 2012. Mas não será. E ainda vem sendo queimada como "traidora" com vocação terrorista, que quer "explodir o DEM". Tudo indica que será a única a dizer que "ao rei tudo, menos a honra". É o que se espera, antes que fique marcada com a imagem de aceitar ser saco de pancadas.
Chico da Prefeitura perde a candidatura, o charme e o poder. Renuncia ao mandato que tem para ser deputado sem ser dono do mandato que continuará sendo de José Adécio, por mais que este se afaste para assumir a secretaria que Betinho não quer ficar porque a pasta está esvaziada e ele se queimando. Até quando Zé Adécio vai ficar esperando que a chuva molhe esta lavoura? E se um dia José Adécio resolver romper o cabresto? Chico ficará sem o mandato de deputado e sem o de vereador. É bom entender um pequeno detalhe que faz toda diferença do mundo. José Adécio assume seu mandato com a renúncia de Leonardo. Afasta-se, mas não renuncia para ser secretário e abrir vaga para Chico da Prefeitura. Chico, porém, terá que renunciar ao mandato que é dele para assumir um que dele não é. Terá que ser um deputado lagartixa. E ficar por lá só balançando a cabeça.
Em sendo Ruth a candidata, na larga fatura da renúncia de Fafá estará a candidatura a vice. E aí, os sonhos de Isabel da Caixa vão para o beleléu. O vice de Ruth será Alex Moacir. Não por ser do PMDB, mas por ser casado com uma sobrinha de Fafá.
A outra grande vítima é a própria Fafá, mesmo sendo recompensada nababescamente. Dinheiro para longo prazo, poder vitalício para alguém do seu entorno e um prestígio que pode ser fugaz, mas será pirotecnicamente ressaltado. Mas levará consigo o gosto amargo de descobrir que foi o "infeliz poder que não pode".
A outra vítima são os áulicos do sistema dentro da imprensa.
Com exceção de uns poucos mais maduros e mais bem informados que não embarcaram no discurso da "chance zero" de renúncia, serão expostos ao ridículo de mostrar o que lhes vai n'alma num strip-tease que lhes desnudará as próprias vísceras reviradas na arte de desdizer tudo quanto disseram até a semana passada. Pois alguns já ensaiam os primeiros passos desta dança que pode se tornar macabra.
Fonte: Jornal de Fato - Coluna Prosa & Verso
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