"Seu" Valdomiro Viana, político apodiense, nunca foi de carregar papas na língua. Isso em qualquer lugar ou situação.Homem de voz firme e que gostava de ter sua palavra levada a sério, Valdomiro resolve passar um final de semana na então vila de Tibau, do município praiano de Grossos, hoje elevada à categoria de cidade.
Ao lado de familiares, Valdomiro aporta em Tibau. Sem dispensar uma leva de amigos e correligionários.
Final da tarde de domingo, Valdomiro está cercado da família e o restante da confraria importada de apodi. Num restaurante, ele saca do talão de cheques disposto a fechar a conta integralmente.
Sem pestanejar, Valdomiro escreve o valor numérico e por extenso da despesa. Mas grafa errado. Tibau, usando "L" em vez de "U".
Apesar de ver o erro ortográfico no topônimo, a garçonete não o censura de imediato. Mas, ao empalmar o cheque, ensina: "Tibau é com "U" e não com "L", como o senhor colocou".
Em meio a tantas pessoas, Valdomiro não se dobra ao vexame:
"Minha filha, Natal que é Natal eu boto com "L", por que essa merda em não posso escrever desse jeito? Vai assim mesmo!" E foi.
Carlos Santos
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