PTB SINALIZA QUE
DEIXARÁ ALIANÇA COM PT
No dia da convenção que oficializará a candidatura da presidente
Dilma Rousseff ao segundo mandato, o PT vai perder um aliado importante.
O presidente do PTB, Benito Gama, disse nesta sexta-feira, 20 que
"ficou muito difícil" apoiar o PT, como anunciara no mês passado, e deu
como praticamente fechada a parceria com o senador Aécio Neves,
candidato do PSDB.
"Fizemos tudo para caminhar juntos, mas a
situação chegou no meu limite", afirmou Gama. "Não posso ficar contra
os senadores e deputados do meu partido". O PTB daria a Dilma cerca de 1
minuto e 15 segundos a mais, por bloco, na propaganda eleitoral de TV, a
partir de 19 de agosto. Gama disse que os problemas regionais
emperraram a parceria com Dilma. "O senador Gim Argello (PTB-DF) seria
indicado para o TCU (Tribunal de Contas da União) e foi entregue às
feras. Além disso, há muitas dificuldades para a formação dos palanques
em Roraima, no Acre, no Piauí e na Bahia", comentou o presidente do PTB.
Partido
de Roberto Jefferson, delator do mensalão, o PTB estava isolado na
aliança governista desde que estourou o escândalo, em 2005, no governo
Lula. Dilma, porém, decidiu distribuir cargos à legenda em troca de
apoio para a sua reeleição. Gama chegou a ocupar uma vice-presidência do
Banco do Brasil, mas deixou o posto recentemente para se candidatar a
deputado federal.
O PTB, hoje, tem uma vice-presidência da
Caixa Econômica Federal. "Mas nós vamos entregar esse cargo também",
garantiu Gama. Até agora, o único parlamentar do partido contrário ao
rompimento com o PT é o senador Armando Monteiro (PE), que será
candidato ao governo de Pernambuco com apoio dos petistas. O deputado
João Paulo Lima e Silva (PT-PE) concorrerá ao Senado na chapa liderada
por Monteiro.
"Nós vamos liberar o Armando Monteiro, em
Pernambuco. A presidente Dilma tem sido muito correta com a gente e eu
não quero cometer nenhuma deselegância com ela", insistiu Gama.
A
coordenação da campanha de Dilma avalia o recuo do PTB como uma
"traição". Dirigentes do PT foram pegos de surpresa com a decisão e
disseram que o problema nos Estados descrito pelo presidente do PTB foi
apenas "um pretexto" para o divórcio. A situação foi comparada a um
"ataque especulativo" ao PT, na véspera da convenção que sacramentará a
candidatura de Dilma. O anúncio da saída do PTB da aliança governista
deverá ser feito hoje, após reunião de dirigentes do partido em
Salvador.
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