DEPUTADA GESANE MARINHO
ANUNCIA DESLIGAMENTO DO PSD
A deputada estadual Gesane Marinho anunciou nesta terça-feira (10)
que vai se desligar do PSD, partido que ajudou a fundar no Rio Grande do
Norte, quando seu mandato for concluído, em 31 de dezembro. Segundo a
parlamentar, não há sentido em permanecer em uma legenda a quem ela foi
fiel, mas que não correspondeu à sua lealdade no momento em que a
deputada mais precisou.
“Eu nem tinha pensando nisso [em deixar o PSD], mas não tem sentido
em permanecer no PSD. Vou terminar meu mandato e depois analisar para
onde vou”, declarou a deputada por telefone à reportagem do
portalnoar.com.
Apesar de sair do partido, a deputada promete que manterá atuação na
vida pública. Para esse ano, seus planos são os de terminar o mandato e
trabalhar na campanha que se avizinha.
Detentora de quase 50 mil votos nas últimas eleições, a deputada
estadual com base política no Agreste comenta ainda que se sentiu
expulsa do grupo capitaneado pelo vice-governador Robinson Faria. Ela
explica que, ao emitir nota à imprensa anunciando que não seria
candidata, jamais chegou a anunciar que estava rompendo. “Mas a nota do
deputado José Dias, que foi um recado para mim, tratou de fazer isso”.
Correligionário de Gesane, José Dias emitiu na segunda-feira
repercutindo a saída da deputada. Para a parlamentar foi a senha de sua
expulsão. “Foi a própria nota de José Dias que disse que eu não fazia
mais parte do grupo”, justificou Gesane, acrescentando que foi isso que
lhe deu elementos para tratar do apoio à candidatura ao Governo do
Estado do deputado Henrique Alves.
O hiato entre Gesane e a direção do PSD ganhou saiu dos intramuros
para ganhar as editorias de política quando o PT não aceitou se coligar
na proporcional para a disputa pelas 24 cadeiras da Assembleia
Legislativa. Por quase três meses, a deputada vinha chamando a atenção
do partido para a necessidade de costurar um acordo político para a
disputa do parlamento estadual, mas, conforme Gesane, o assunto foi
negligenciado.
Primeiro, historiou a deputada, houve a negativa do PT em fazer
aliança para a proporcional estadual, restringindo a parceria com o PSD
às candidaturas ao Governo do Estado e ao Senado. Depois PTB e PCdoB
fizeram tratativas, também infrutíferas.
“Além disso, houve a questão das lideranças, que devem receber
orientação de votar nos candidatos do partido. Até sexta-feira, eu não
tinha recebido nenhum apoio. Pelo contrário, trouxe apoios de prefeitos e
vereadores para votar no projeto do PSD. Lideranças da minha região
estavam sendo orientadas a votar em candidatos da região Oeste”,
ressaltou Gesane.
A deputada analisa ainda que o ocorrido no PSD é o invesso do que o
DEM fez com a governadora Rosalba Ciarlini. “A preocupação do PSD é com o
Executivo. As pessoas se preocuparam em resolver os problemas de fora,
do que os de casa. Terminou-se que as provas de lealdade foram para os
de fora. Eu dei uma prova de lealdade em 2011, quando todos saíram do
grupo, quando rompeu com o governo. Não houve esse retorno. Não fui
ouvida em relação aos partidos”.
Indagada se há mágoa, ela não esconde: “Fico triste com isso que aconteceu. Só lamento”.
Fonte: Portal no Ar
Por Dinarte Assunção
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