quinta-feira, 26 de junho de 2014

EDUCADOR FINANCEIRO CRIA "FÓRMULA

 SIMPLES" QUE AJUDA ENTRAR NA BOLSA

 
Com o aumento da taxa de juro, a aplicação em renda variável tende a perder investidores para a renda fixa. Isso porque muitos preferem aplicar em títulos públicos e privados, com rendimento praticamente garantido na casa dos dois dígitos por ano e com muito menos risco e volatilidade.

O educador financeiro André Massaro vai nesta linha e afirma que, com a taxa atual de juro (a Selic está em 11% ao ano), este não é o melhor momento para entrar no mercado acionário. "Não faz muito sentido buscarmos o mercado de renda variável, já que as incertezas da nossa economia são enormes e temos títulos públicos que estão dando retornos, com baixíssimo risco, acima do dividend yield típico de uma boa empresa e, mais que isso, com correção pela inflação. Dá para competir com a renda fixa desse jeito?", questiona.

Mas então, qual seria uma boa hora para olhar para a Bolsa com mais atenção? Na opinião do especialista, uma conta simples, levando em consideração a taxa de juro real, pode ajudar os investidores. "Criei uma fórmula simples, que responde: qual o percentual de renda variável que devemos ter em nosso portfólio considerando a taxa de juros real (acima da inflação) no momento?", aponta.

A fórmula de Massaro é a seguinte:
Juros reais acima 4% ao ano – Zero do portfólio em ações
Juros reais de 2% a 4% a.a – até 1/4 do portfólio em ações
Juros reais de 0% a 2% a.a– até 1/2 do portfólio em ações
Juros reais negativos– até 3/4 do portfólio em ações

Massaro ressalta que esta fórmula não tem a pretensão de dar o timing exato do mercado, mas sim um direcionamento para os investidores. "É uma fórmula 'pouco científica' de alocação de ativos", diz.

Para facilitar a vida do investidor, ele aconselha utilizar como referência de juros reais a taxa que está sendo praticada por uma NTN-B de longo prazo (vencimento 2035 ou 2050, por exemplo). "Se estiver acima de 4% mais o IPCA (como está no momento que este texto está sendo composto), a melhor pedida para um pequeno investidor é permanecer no mercado de renda fixa (e não precisa necessariamente ser em NTN-B – ela é usada apenas para referência – é interessante fazer uma carteira diversificada de títulos de renda fixa)", diz.

Já se a taxa de juros cair, pode-se utilizar instrumentos de renda variável até os percentuais máximos permitidos pela fórmula. "Nem é preciso rebalancear a carteira, podemos trabalhar apenas com os novos aportes, deixando o que já está lá", aponta.

No entanto, ele lembra que a formula não responde em quais instrumentos de renda variável devemos investir caso as taxas de juros reais caiam. "O que posso dizer é que, nos últimos tempos, venho ficando cada vez mais adepto da ideia de investir passivamente, através de fundos ou ETFs de índice", afirma o educador financeiro.  "Investir passivamente e simplesmente procurar acompanhar o índice vão poupar o investidor de tentar determinar quais os melhores setores, as melhores ações etc", conclui.

Fonte: UOL Economia 

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