EDUCADOR FINANCEIRO CRIA "FÓRMULA
SIMPLES" QUE AJUDA ENTRAR NA BOLSA
Com o aumento da taxa de juro, a
aplicação em renda variável tende a perder investidores para a renda
fixa. Isso porque muitos preferem aplicar em títulos públicos e
privados, com rendimento praticamente garantido na casa dos dois dígitos
por ano e com muito menos risco e volatilidade.
O educador
financeiro André Massaro vai nesta linha e afirma que, com a taxa atual
de juro (a Selic está em 11% ao ano), este não é o melhor momento para
entrar no mercado acionário. "Não faz muito sentido buscarmos o mercado
de renda variável, já que as incertezas da nossa economia são enormes e
temos títulos públicos que estão dando retornos, com baixíssimo risco,
acima do dividend yield típico de uma boa empresa e, mais que isso, com
correção pela inflação. Dá para competir com a renda fixa desse jeito?",
questiona.
Mas então, qual seria uma boa hora para olhar para a
Bolsa com mais atenção? Na opinião do especialista, uma conta simples,
levando em consideração a taxa de juro real, pode ajudar os
investidores. "Criei uma fórmula simples, que responde: qual o
percentual de renda variável que devemos ter em nosso portfólio
considerando a taxa de juros real (acima da inflação) no momento?",
aponta.
A fórmula de Massaro é a seguinte:
Juros reais acima 4% ao ano – Zero do portfólio em ações
Juros reais de 2% a 4% a.a – até 1/4 do portfólio em ações
Juros reais de 0% a 2% a.a– até 1/2 do portfólio em ações
Juros reais negativos– até 3/4 do portfólio em ações
Juros reais de 2% a 4% a.a – até 1/4 do portfólio em ações
Juros reais de 0% a 2% a.a– até 1/2 do portfólio em ações
Juros reais negativos– até 3/4 do portfólio em ações
Massaro ressalta que esta fórmula não tem a pretensão de dar o timing
exato do mercado, mas sim um direcionamento para os investidores. "É uma
fórmula 'pouco científica' de alocação de ativos", diz.
Para
facilitar a vida do investidor, ele aconselha utilizar como referência
de juros reais a taxa que está sendo praticada por uma NTN-B de longo
prazo (vencimento 2035 ou 2050, por exemplo). "Se estiver acima de 4%
mais o IPCA (como está no momento que este texto está sendo composto), a
melhor pedida para um pequeno investidor é permanecer no mercado de
renda fixa (e não precisa necessariamente ser em NTN-B – ela é usada
apenas para referência – é interessante fazer uma carteira diversificada
de títulos de renda fixa)", diz.
Já se a taxa de juros cair,
pode-se utilizar instrumentos de renda variável até os percentuais
máximos permitidos pela fórmula. "Nem é preciso rebalancear a carteira,
podemos trabalhar apenas com os novos aportes, deixando o que já está
lá", aponta.
No entanto, ele lembra que a formula não responde
em quais instrumentos de renda variável devemos investir caso as taxas
de juros reais caiam. "O que posso dizer é que, nos últimos tempos,
venho ficando cada vez mais adepto da ideia de investir passivamente,
através de fundos ou ETFs de índice", afirma o educador financeiro.
"Investir passivamente e simplesmente procurar acompanhar o índice vão
poupar o investidor de tentar determinar quais os melhores setores, as
melhores ações etc", conclui.
Fonte: UOL Economia
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