CRETINICE DO
"POLITICAMENTE CORRETO"

Meu inesquecível professor Hermes Lima, da cadeira de Introdução à
Ciência do Direito, brincava, jocoso, dizendo que o costume é o “direito
de fraldas”. Verdade, o costume é a origem do Direito, e como tal foi
batizado de “direito consuetudinário”.
Em quaisquer estudos com base científica, o costume sempre foi
aceito. Agora se encontra subvertido pela cretinice do “politicamente
correto”.
É coisa recente. Do após guerra-fria. Não se sabe quando e de onde
surgiu essa onda totalitária que criou uma verdadeira polícia do
pensamento, como aquela do famoso livro “1984” de George Orwell.
Inspirou-me abrir a polêmica em torno do “politicamente correto”
vendo o “Cassino do Chacrinha” da década de 1980. Por um acaso, minha
mulher sintonizou o programa no Canal VIVA, chamou-me e ao nosso filho
de 29 anos, para assisti-lo. Deu-me em que pensar.
Acordei para alguns programas televisivos de grande audiência, como a
“Escolinha do Professor Raimundo”, “A Praça é nossa”, “Os Trapalhões” e
“Chico Anísio Show”, que expressaram e expressam o cotidiano e o
linguajar dos brasileiros, nada teem de “politicamente correto”.
Só os óculos desfocados de mal-amados, dos sociólogos de fancaria,
dos políticos analfabetos e de ideólogos desvirtuados, o “politicamente
correto” se impôs. Como uma manada atropela o povo tentando instituir
sua visão da sociedade, com regras criadas artificialmente.
No Brasil, o lulo-petismo atua oficialmente para modificar e reger o
linguajar das massas, ampliando essa tentativa de dominação, pela
esquisita “Central Moderadora da Verdade” que revisará os “significados
de mentira, sátira e ironia”…
Dizem estes impostores do “politicamente correto” que defendem a
cultura popular, erguendo, pelo seu modo de ver, santuários raciais,
religiosos, sexuais e da intimidade familiar ou de grupos amigáveis e/ou
profissionais.
Dessa maneira, levam o povo à hostilidade social. Jogam pretos contra
brancos, homens contra mulheres, crianças contra adultos, índios contra
não-índios, civis contra militares e católicos contra evangélicos, e
estes, contra os espíritas e a Umbanda.
Reconheço que há discriminações arraigadas no cotidiano. Mas são
pontuais. É tradicional e inegável que os brasileiros nunca foram
discriminatórios como outros povos. Até se louva a nossa tendência à
miscigenação racial (Darcy Ribeiro) e o respeito às opções religiosas
(“religião não se discute”).
Embora a ampla maioria reconheça isto, a ‘polícia do pensamento’ atua
em todos campos. Não sei o que seria do Chacrinha, do Chico Anísio e do
Renato Aragão se os seus programas, que encantavam a todos,
principalmente à meninada, passassem hoje por esse crivo inquisitório.
O falado brasileiro, enriquecido pelos povos que formaram a
nacionalidade e pelos emigrantes posteriores, está sendo estandartizado
por meia dúzia de intelectueiros chapas-brancas ou candidatos a um cargo
público sem concurso…
O vesgo do oficialismo, nos leva novamente a Orwell, que também citou
a “novilíngua” ditatorial, com a terminologia correta a ser usada pelos
membros do partido interno e o povão.
Aqui criaram tabus: o negro não é mais negro, mas afro-descendente;
anão não é mais anão, mas pessoa ‘de baixa estatura’ e palhaço não pode
ser quem nos faz rir; apenas os artistas circenses.
Palhaçada não é mais uma brincadeira engraçada ou um gracejo
pilhérico; e homossexual é apenas ‘gay’, proibindo-se os inumeráveis
sinônimos na linguagem popular, que só com a derivação de ‘bicha’
aparecem 25 verbetes no Dicionário de Gíria, de J. B. Serra e Gurgel.
O “politicamente correto” recebe o apoio de vários setores da ‘grande
imprensa’. Nos jornais televisados, risco de vida virou risco de morte,
e no País do Futebol, os estádios passaram a ser chamados de ‘arenas’;
na administração pública, rasgaram a Constituição com cotas para isso e
cotas para aquilo, e fixam a impunidade a cruéis criminosos de pouca
idade.
Por tudo isso, pluralizamos a ditadura que vem sendo implantada pelo
lulo-petismo no País. São muitas as ditaduras que o PT-governo quer:
Ditadura política, ditadura econômica, ditadura social e, atentando
contra um bem ancestral e peculiar, a ditadura cultural.
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