COMÉRCIO VAREJISTA ACUMULA
QUEDA DE 6,9% NAS VENDAS
ATÉ AGOSTO
O comércio varejista do país fechou o mês de agosto com queda nas
vendas de 0,9%, em relação a julho, elevando a retração acumulada nos
primeiros oito meses do ano (janeiro-agosto) para 3%. O resultado é o
pior para o mês de agosto dos últimos 15 anos. Os dados foram divulgados
hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
indicam retração de 6,9% na comparação com agosto do ano passado.
A
queda de julho para agosto no volume de vendas do varejo foi o sétimo
resultado negativo seguido, acumulando no período perda de 6,4%. Ainda
em relação a agosto, o recuo de 6,9% é a quinta taxa negativa
consecutiva.
Segundo as informações divulgadas, das 27 unidades
da Federação, 23 apresentaram variações negativas no volume de vendas,
em relação ao mês imediatamente anterior. Os destaques, em relação à
queda, foram a Paraíba (-4,9%), o Tocantins (-4,4%) e Alagoas (-3,3%). O
Amazonas ficou estável nesse tipo de comparação, enquanto o Ceará
(0,2%), Mato Grosso do Sul e o Acre, ambos com 0,4%, registraram taxas
positivas.
Em relação a agosto de 2014, a redução do volume de
vendas no varejo disseminou-se por 26 das 27 unidades da Federação. Os
destaques, em termos de taxa de dois dígitos, foram o Amapá (-17,6%),
Alagoas (-14,8%), a Paraíba (-12,9%), Bahia (-12,2%), Rondônia (-11,8%),
Pernambuco e Goiás (ambos com -10,3%). O único estado em que não houve
redução do volume de vendas foi Roraima (5,7%).
Os dados do IBGE
já levam em conta os efeitos sazonais – quando são descontados do
resultado os números de dias úteis decorrentes de feriados e fins de
semana.
Comércio varejista ampliado
No
comércio varejista ampliado (com a inclusão das vendas de veículos,
motos, partes e peças e de material de construção), o volume de vendas
em relação a julho também fechou em queda (-2,0%), acumulando no ano
retração de 6,9% e nos últimos 12 meses, de -5,2%.
Ainda nos
dados do comércio varejista ampliado, a receita nominal caiu 0,9% em
relação a julho e 2,5% em relação a agosto do ano passado. No resultado
acumulado no ano, a receita nominal ficou negativa em 0,6%, passando a
0,8% no acumulado dos últimos 12 meses.
Todos os 27 estados
apresentaram variações negativas para o volume de vendas, na comparação
com o mesmo período do ano anterior, destacando-se em termos de
influência no resultado global São Paulo (-4,8%), Minas Gerais (-13%), o
Rio de Janeiro (-8,7%) e o Rio Grande do Sul (-15,1%).
Em
agosto, segundo o IBGE, o volume de vendas no varejo “prossegue
mostrando um quadro de menor ritmo, expresso não só pelo sétimo mês
seguido com resultado negativo na comparação com o mês imediatamente
anterior, mas também no perfil disseminado de taxas negativas entre os
principais segmentos.
Com o resultado de agosto, o total das
vendas está 9,7% abaixo do nível recorde alcançado em novembro de 2014.
Os sinais de menor intensidade das vendas no varejo também ficam
evidenciados na comparação com o mesmo mês do ano anterior, com perda de
-6,9%, a quinta taxa negativa consecutiva. Com isso, o indicador
acumulado nos últimos 12 meses, com recuo de 1,5%, mantém a trajetória
descendente iniciada em julho de 2014, quando esse índice estava em
4,3%.
Queda no varejo atinge seis de oito setores
A
queda de 0,9% nas vendas do comércio varejista de julho para agosto
deste ano e de 2% no varejo ampliado tiveram predomínio de resultados
negativos entre as atividades, com pressões mais intensas nos setores de
veículos e motos, partes e peças (-5,2%), livros, jornais, revistas e
papelaria (-2,6%), material de construção (-2,3%), móveis e
eletrodomésticos (-2,0%), tecidos, vestuário e calçados (-1,7%) e
combustíveis e lubrificantes (-1,3%).
A queda de 6,9% nas vendas
do comércio varejista, na comparação com agosto de 2014, reflete
retrações em sete das oito atividades, com destaque para o setor de
hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (com
retração de 4,8%), móveis e eletrodomésticos (-18,6%), seguidos por
tecidos, vestuário e calçados (-13,7%).
Os demais setores com
taxas negativas foram combustíveis e lubrificantes (-7,2%), outros
artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%), livros, jornais, revistas e
papelaria (-15,6%) e equipamentos e materiais para escritório,
informática e comunicação (-7,1%).
Segundo o IBGE, a retração de
4,8% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e
fumo exerceu o principal impacto negativo sobre a taxa do varejo e foi a
sétima queda consecutiva nessa comparação, acumulando perda de 2,3% no
ano e de -1,7% em 12 meses.
“Essa atividade teve seu desempenho
influenciado pelo menor ritmo de crescimento da renda e pelo
comportamento dos preços dos alimentos, que cresceram acima do índice
geral no período de 12 meses: 10,9% no grupo alimentação no domicílio,
contra 9,5% da inflação global, segundo o IPCA”.
O segmento de
móveis e eletrodomésticos foi responsável pelo segundo maior impacto
negativo sobre o índice geral, com recuo de 18,6% no volume de vendas em
relação a agosto do ano passado, a nona taxa negativa nessa comparação.
Fonte: Agência Brasil
Por Nielmar de Oliveira
Por Nielmar de Oliveira
Edição: Graça Adjuto
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