FIERN SE COLOCA CONTRÁRIA AO
AUMENTO DE IMPOSTOS
‘Empresário não pode concordar com aumento de carga tributária”. A
afirmação foi feita ontem pelo presidente da Federação das Indústrias do
Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales. Ao ser entrevistado
pelo jornalista Diógenes Dantas, no Jornal da 96 (96-FM/Natal), o
dirigente da entidade que representa o setor produtivo
norte-rio-grandense colocou-se contrário à proposta do governador
Robinson Faria (PSD) de promover reajuste nas alíquotas tributárias em
nível de Rio Grande do Norte.
Amaro ressaltou que o seu posicionamento foi replicado por demais
dirigentes de entidades representativas do segmento comercial e
industrial durante encontro, segunda-feira passada, com o chefe do Poder
Executivo.
Ele disse que o encontro foi articulado pelo secretário estadual do
Desenvolvimento Econômico, Flávio Azevedo, que antecedeu Amaro Sales no
comando da Fiern. “Foi uma audiência interessante e, para se ter uma
ideia, durou mais de horas”, avaliou. Sales entende que a discussão em
torno do aumento de tributos no Estado não pode estar limitada apenas as
instituições. Segundo ele, este debate precisa ser ampliado para as
demais esferas da sociedade potiguar. O presidente Amaro Sales foi
categórico ao afirmar que a entidade foi pega de surpresa com a proposta
levantada pelo Governo do Estado. “O governador trouxe esse decreto e
nos surpreendeu porque havia uma manifestação do Governo em não aumentar
impostos”, rememorou o presidente da Federação das Indústrias do Estado
do RN, frisando que a primeira ação da entidade ao tomar conhecimento
da iniciativa governamental foi de reunir os associados para iniciar os
debates em torno das medidas a serem encaminhadas pelo Executivo
estadual.
Amaro Sales informou que o empresariado reunido na segunda-feira
passada fez queixas ao governador Robinson Faria pela maneira brusca
como foi apresentado o pacote de medidas fiscais. “O governador Robinson
Faria se penitenciou, pediu desculpas pela pressa como a medida foi
colocada e pediu desculpas por ter colocado essas medidas sem que
houvesse uma discussão prévia”, revelou o presidente Amaro Sales.
O dirigente da Fiern fez críticas ao chefe do Executivo potiguar, ao
lembrar que a crise financeira no Rio Grande do Norte é histórica. “O
governador Robinson Faria, quando se candidatou ao Governo, sabia que a
situação econômica era difícil. “O Estado vem com problemas financeiros e
não é de hoje. O governador sabia que, quando ele assumiu, tinha um
déficit de R$ 1 bilhão e esse déficit continua pairando sob os cofres do
Governo e nós entendemos que precisa ser feita alguma coisa”, analisa.
Amaro lamenta que há quatro décadas não existe um planejamento
estratégico em nível de Estado. “Um governo, uma empresa que não planeja
o que acontecerá em quarenta anos só dá nisso”, raciocinou, fazendo
questão de argumentar que o Rio Grande do Norte está à beira da
falência. “É o que chamo de caos. O caos é o Estado deixar de pagar todo
mundo”, acrescentou o presidente da Federação das Indústrias.
Segundo ele, esse tipo de situação provoca um impacto sem dimensão no
segmento comercial, bem como na indústria e também no setor agrário. O
presidente Amaro Sales lembra que o Estado é o principal empregador e,
dessa forma, se não houver o pagamento, não existirá a circulação de
dinheiro no Rio Grande do Norte. “O Estado tem recursos da ordem de R$
1,3 bilhão por mês na economia. Isso traz uma preocupação para o
empresariado e foi isso que nós fizemos”, destacou Amaro Sales, frisando
que o empresariado está se questionando quanto às razões do aumento.
Quanto ao fato de o Governo do Estado ter declarado por intermédio do
secretário André Horta de que não existe margem para negociação, foi
interpretado pelo presidente da Fiern como sendo a manifestação de um
desejo explícito do Executivo norte-rio-grandense. “As federações
ficaram de levar aos seus pares, as duas diretorias essa questão para
uma discussão mais interna do problema, para sabermos qual
direcionamento”, assinala.
Sales entende que, no momento em que o Governo do Estado apresenta um
pacote e não oferece alternativas para discussão, cria-se imediatamente
alternativas. “O Estado arrecada para muita gente gastar. Existe
compulsoriamente o custo do Ministério Público, Tribunal de Justiça,
Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e do próprio Executivo.
“Você fatiar essa verba para que todos possam pagar as suas
obrigações é essa alternativa que nós temos que começar a pensar, ou
seja, um Estado menor, mais enxuto. Um Estado fazendo regime. A gente
chegar um momento onde, antes de se chegar ao caos, o governador prevê e
fazer com que a gente possa dar o remédio ao Estado”, comparou o
dirigente da Fiern.
Fonte: Gazeta do Oeste
Por Luís Juetê
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