quarta-feira, 27 de maio de 2015

ENTENDA A OPERAÇÃO FBI QUE 

PRENDEU MARÍN E OUTROS

 SEIS CARTOLAS NA SUIÇA


Uma operação liderada pelo FBI em solo suíço levou à prisão sete dirigentes do alto escalão do futebol mundial, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín. Entenda os motivos que levaram às detenções e o que deve acontecer com os indiciados.

Por que os Estados Unidos são responsáveis pelas prisões?
 
As autoridades norte-americanas alegam que as transações ilícitas foram acordadas no país e que utilizaram bancos dos Estados Unidos. Além disso, afirmam ter jurisdição sobre o caso pelo fato das empresas de mídia do país pagarem o maior valor de direitos de transmissão da Copa do Mundo.
 

A operação da Justiça norte-americana também teria sido motivada pelas investigações realizadas pelo ex-procurador de Justiça dos EUA Michael Garcia, contratado pela Fifa em 2014 para examinar a escolha da Rússia e do Qatar para a sede das Copas de 2018 e 2022, respectivamente (derrotando candidatura dos Estados Unidos). O relatório final apontou uma série de irregularidades, mas foi ignorado pela entidade máxima do futebol.

Quais são as acusações da investigação?

Os 14 indiciados são acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades. A investigação aponta suborno de US$ 150 milhões (cerca de US$ 450 milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos.

Quanto tempo os acusados podem ficar presos?

Caso sejam condenados, os indiciados podem pegar até 20 anos de prisão por fraude, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, extorsão e obstrução de justiça. Eugenio Figueredo ainda corre o risco de ser preso por mais 10 anos por fraude no processo de naturalização e ter sua cidadania americana revogada.

O que acontece agora com os dirigentes presos?

Os Estados Unidos já pediram a extradição de Marin e dos outros seis cartolas detidos. Caso os indiciados se opuserem à extradição, será aberto um requerimento e eles permanecerão por menos 40 dias na Suíça até o desfecho do caso.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral Jerome Valcke estão envolvidos? As eleições na Fifa podem ser canceladas?

A princípio, a operação da Justiça americana não envolve os dois principais dirigentes da Fifa. A entidade já anunciou que a eleição para a presidência está mantida para a próxima sexta-feira.

Quem são os 14 acusados?

Sete dirigentes foram presos em um hotel em Zurique na operação desta quarta-feira (27):
- José Maria Marin (ex-presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa-2014, membro do comitê organizador da Fifa para torneios olímpicos)
- Jeffrey Webb (vice-presidente da Fifa, presidente da Concacaf e ex-presidente da federação das Ilhas Cayman)
- Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha e membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf)
- Julio Rocha (presidente da federação da Nicarágua)
- Costas Takkas (dirigente da Concacaf)
- Rafael Esquivel (presidente da Federação Venezuelana e membro do comitê executivo da Conmebol)
- Eugenio Figueiredo (vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Conmebol e da federação uruguaia)

 
Os outros sete indiciados pela operação são Nicolás Leoz (ex-presidente da Conmebol), os executivos de marketing esportivo Alejandro Burzaco, Aaron Davidson, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, além do brasileiro José Margulies, que seria o intermediário responsável por facilitar os pagamentos ilegais. Todos também tiveram seus pedidos de prisão decretados pela Justiça norte-americana.

Além dos indiciados nesta quarta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ainda aponta outros envolvidos no esquema e que já teriam admitido culpa durante a investigação. Entre eles está o empresário brasileiro J. Hawilla, da empresa de marketing esportivo Traffic, que se comprometeu a devolver US$ 151 milhões.

As Copas de 2018 e 2022 podem mudar de país?

A Fifa anunciou que Rússia e Qatar seguem mantidos como sedes das próximas Copas do Mundo. Porém, autoridades suíças apreenderam documentos e computadores na sede da Fifa em busca de indícios de irregularidades na escolha dos dois países para abrigar os Mundiais de 2018 e 2022.

Fonte: UOL 

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