MP COMEÇA A ANALISAR DENÚNCIA
DE ALUGUÉIS DE IMÓVEIS DO PREFEITO
O coordenador das promotorias do Patrimônio Público, Fábio Weimar
Thé, informou que encaminhou para a distribuição a denúncia veiculada
pelo Jornal De Fato dando conta que o prefeito Francisco José Júnior
(PSD) aluga apartamento para os cubanos que atuam em Mossoró no Programa
Mais Médicos.
De acordo com Fábio, caberá ao promotor do Patrimônio
Público, sorteado para apurar o caso, decidir se abre ou não inquérito
civil público para investigar a denúncia. "Chegou hoje (no caso ontem) e
foi determinada a distribuição. É muito provável que seja investigada,
mas não posso falar em nome do colega (referindo-se ao promotor que vai
cuidar do caso)", frisou.
De acordo com levantamento do Jornal De
Fato, o Residencial Flats, localizado na rua Zacarias Gomes de Lima,
loteamento Cidade Nova (zona Oeste), recebe médicos cubanos que recebem
ajuda de auxílio-moradia no valor de R$ 1.500 da Prefeitura de Mossoró.
A
conta de água do prédio está em nome do prefeito e a de luz da
primeira-dama e secretária municipal de Ação Social, Amélia Ciarlini,
que também é apontada como responsável pela aquisição assumindo uma
conta de R$ 56 mil em um magazine da cidade. A missão de fazer as
compras teria sido executada por uma pessoa identificada como
"Waguinho", espécie de secretário particular do prefeito. "Com essa
riqueza de detalhes, o assunto ganha forma de escândalo, não existindo
dúvidas de que o aluguel de apartamentos do residencial do prefeito
Silveira Júnior é pago com recursos do próprio município. O caso se
agrava quando envolve um programa federal numa das áreas mais carentes
do serviço público, que é a saúde, e provoca as instituições
responsáveis pela preservação do bem público a investigar o caso", diz a
reportagem.
Francisco José Júnior reconhece
que é dono de prédio
O
prefeito Francisco José Júnior se manifestou a respeito do caso nas
redes sociais reconhecendo que o imóvel é dele e que há médicos do
programa federal executado pelo município hospedados lá.
No entanto,
ele tenta se esquivar de qualquer dolo alegando que existem 14
profissionais atuando na cidade pelo programa e apenas três moram no
imóvel dele. "A Prefeitura de Mossoró não tem contrato algum com nenhum
condomínio para moradia de médicos do Programa Mais Médicos. A
Prefeitura paga uma ajuda de custo em pecúnia aos profissionais
vinculados ao município no valor de R$ 1.500,00 por médico, que é usada
para alimentação e moradia. Esse pagamento está no contrato de toda
prefeitura que aderiu ao programa. É obrigatório. Cabe aos médicos
decidirem onde e como querem morar, bem como se alimentar. Atuam hoje em
Mossoró, 14 médicos cubanos, que estão na cidade. Não temos condições
de dizer a quem pertence todos os imóveis alugados por eles, bem como,
por uma questão de segurança, não podemos fornecer os seus endereços",
argumentou por meio de nota nas redes sociais.
No final da nota, ele
tenta acusar o jornal de agir de má-fé. "Dois repórteres do Jornal de
Fato entraram em contato e explicamos isso direitinho porque não temos
nada a esconder. Portanto, esclareço que não há nenhum ilícito neste
caso. O que nos entristece é a tentativa frequente de nos atingir, seja
como for, ao invés de nos ajudar a melhorar a Mossoró que tanto amamos",
disparou.
Fonte: O Mossoroense
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