quarta-feira, 20 de maio de 2015

MP COMEÇA A ANALISAR DENÚNCIA 

DE ALUGUÉIS DE IMÓVEIS DO PREFEITO


O coordenador das promotorias do Patrimônio Público, Fábio Weimar Thé, informou que encaminhou para a distribuição a denúncia veiculada pelo Jornal De Fato dando conta que o prefeito Francisco José Júnior (PSD) aluga apartamento para os cubanos que atuam em Mossoró no Programa Mais Médicos.
 
De acordo com Fábio, caberá ao promotor do Patrimônio Público, sorteado para apurar o caso, decidir se abre ou não inquérito civil público para investigar a denúncia. "Chegou hoje (no caso ontem) e foi determinada a distribuição. É muito provável que seja investigada, mas não posso falar em nome do colega (referindo-se ao promotor que vai cuidar do caso)", frisou.
 
De acordo com levantamento do Jornal De Fato, o Residencial Flats, localizado na rua Zacarias Gomes de Lima, loteamento Cidade Nova (zona Oeste), recebe médicos cubanos que recebem ajuda de auxílio-moradia no valor de R$ 1.500 da Prefeitura de Mossoró.
 
A conta de água do prédio está em nome do prefeito e a de luz da primeira-dama e secretária municipal de Ação Social, Amélia Ciarlini, que também é apontada como responsável pela aquisição assumindo uma conta de R$ 56 mil em um magazine da cidade. A missão de fazer as compras teria sido executada por uma pessoa identificada como "Waguinho", espécie de secretário particular do prefeito. "Com essa riqueza de detalhes, o assunto ganha forma de escândalo, não existindo dúvidas de que o aluguel de apartamentos do residencial do prefeito Silveira Júnior é pago com recursos do próprio município. O caso se agrava quando envolve um programa federal numa das áreas mais carentes do serviço público, que é a saúde, e provoca as instituições responsáveis pela preservação do bem público a investigar o caso", diz a reportagem.

Francisco José Júnior reconhece
 que é dono de prédio

O prefeito Francisco José Júnior se manifestou a respeito do caso nas redes sociais reconhecendo que o imóvel é dele e que há médicos do programa federal executado pelo município hospedados lá.
 
No entanto, ele tenta se esquivar de qualquer dolo alegando que existem 14 profissionais atuando na cidade pelo programa e apenas três moram no imóvel dele. "A Prefeitura de Mossoró não tem contrato algum com nenhum condomínio para moradia de médicos do Programa Mais Médicos. A Prefeitura paga uma ajuda de custo em pecúnia aos profissionais vinculados ao município no valor de R$ 1.500,00 por médico, que é usada para alimentação e moradia. Esse pagamento está no contrato de toda prefeitura que aderiu ao programa. É obrigatório. Cabe aos médicos decidirem onde e como querem morar, bem como se alimentar. Atuam hoje em Mossoró, 14 médicos cubanos, que estão na cidade. Não temos condições de dizer a quem pertence todos os imóveis alugados por eles, bem como, por uma questão de segurança, não podemos fornecer os seus endereços", argumentou por meio de nota nas redes sociais.
 
No final da nota, ele tenta acusar o jornal de agir de má-fé. "Dois repórteres do Jornal de Fato entraram em contato e explicamos isso direitinho porque não temos nada a esconder. Portanto, esclareço que não há nenhum ilícito neste caso. O que nos entristece é a tentativa frequente de nos atingir, seja como for, ao invés de nos ajudar a melhorar a Mossoró que tanto amamos", disparou.

Fonte: O Mossoroense 

 

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