segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SÓ RINDO

A BOLA E A PROPINA

Governador do Estado na década de 60, Aluízio Alves recebe denúncias sistemáticas que apontam membros do Fisco como costumazes consumidores de "bola". Isso o irrita profundamente. Aluízio resolve agir pessoalmente na intimidação. Pronto para ser incisivo como um bisturi no combate à corrupção.

Reunido numa cidade com um grupo de funcionários da área de fiscalização tributária, ele parte para o ataque sem pestanejar:
- Quem for alcançado recebendo propina será punido exemplarmente!
Atendo às palavras do governador, mas negligente com o vernáculo, um dos fiscais sussuradamente pede a um colega ao lado ajuda emergencial:
- O que é propina
- É a bola. É a bola, homem!

Passada a chave-de-roda, o mesmo personagem reúne-se com companheiros de repartição dissertando sobre a prensa do governador. Lá para as tantas, ele novamente se vê embaraçado com a gramática, socorrendo-se do mesmo amigo para dar continuidade à sua narrativa:
- Como é mesmo o apelido que o governador colocou na bola?
- Propina, homem. Propina.
Carlos Santos

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