quarta-feira, 3 de junho de 2009

MOSSORÓ CIDADE JUNINA! QUEM VAI PAGAR A CONTA?

Carlos Escóssia

Não que eu seja contra o evento Mossoró Cidade Junina, pelo contrário, sou adepto do evento criado pela senadora Rosalba Ciarlini, quando prefeita de Mossoró, colocando a nossa cidade ao lado de outras cidades de maior expressão nacional para esse tipo de evento, como Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). Apenas acho precipitada a sua realização este ano, em virtude vários fatores, os quais a princípio eu poderia citar a crise econômica mundial, que provocou a queda significativa do repasse do Fundo de Participação do Município, e a também significativa queda dos royalties do petróleo recebido pelo nosso município, além de um fator aleatório, que independe da vontade do homem, que são as chuvas em grandes proporções (o que não é normal na nossa região), provocando o estrago generalizado da nossa frágil e de péssima qualidade, malha viária e ainda, o que é mais preocupante, a quantidade de famílias que tiveram que abandonar seus lares em virtude da cheia do Rio Mossoró Apodi.

Sabemos da importância e o sucesso do projeto “Mossoró Cidade Junina”, já consolidado no calendário turístico do Rio Grande do Norte, garantindo a população de Mossoró o direito ao lazer e ao entretenimento, mas não concordo que esse evento seja a prioridade prioritária, primeira e única da atual administração, esquecendo de forma irresponsável e criminosa o bem estar dos mossoroenses.

Em virtude das razões acima enumeradas, eu particularmente, acho de uma irresponsabilidade ruminante e doentia, a sandice dessa administração de realizar esse ano o referido evento. O que acho, ainda mais preocupante, é a translouquice de uma patota palaciana, que a custa da miséria do povo e do transtorno de toda comunidade local, com o estado de buraqueira generalizado em que se encontram as ruas e avenidas da nossa amada urbe, insistem em não só realizar o evento “Mossoró Cidade Junina”, mas transformá-lo no maior São João do Brasil, o que na verdade vem mostrar a falta de compromisso e respeito para com o contribuinte. Na verdade esta patota que nada entende de política (como diz o jornalista Carlos Santos: “essa patota não é do ramo”), de forma embebecida, lunática e utópica, tentam sem medir as conseqüências futuras, transformar o evento “Mossoró Cidade Junina” numa vitrine que pode custar muito caro para o futuro de Mossoró.

Qualquer administrador sério e com um pouco de responsabilidade, antes de realizar um evento desse porte em um período adverso de crise e calamidade, escutaria a população para coletivamente decidir qual seria a verdadeira prioridade para o momento. Realizar o evento “Mossoró Cidade Junina”, ou recuperar integralmente a malha viária da cidade; resolver a triste situação das famílias desabrigadas, assegurar o pagamento sem corte e atraso da folha de pagamento de seus servidores, cumprir religiosamente o calendário de pagamento dos fornecedores e prestadores de serviços. Na verdade, infelizmente a senhora prefeita de forma normativa optou pela realização do evento Mossoró Cidade Junina, levando em consideração apenas o aspecto eleitoreiro do evento, aumentando ainda mais os gastos da prefeitura com o engodo da fajuta terceirização.

Já que a administração “Mossoró da Gente?”, se preocupou apenas com o aspecto eleitoreiro do evento, deveria ter privatizado o mesmo, levando em consideração o período nebuloso por que passa a economia global. Se tivéssemos uma administração séria, responsável e politicamente equilibrada, ao invés do conchavo da jogatina da terceirização, que só vem onerar ainda mais os cofres da prefeitura e beneficiar amigos, parentes e afilhados políticos do governo “Mossoró da Gente?”, a prefeitura deveria ter privatizado o evento “Mossoró Cidade Junina”.

Num período de dificuldades em virtude dos reflexos da crise da economia mundial e dos estragos provocados pelas chuvas, uma saída lúcida e politicamente correta, seria a privatização do evento. Privatizando, a prefeitura venderia o evento. Neste caso a prefeitura iria contas com o dinheiro da venda, para recuperar a malha viária, minimizar o sofrimento das famílias desabrigadas e garantir o pagamento dos servidores, fornecedores e prestadores de serviços e ainda aumentar o meio circulante e a geração temporária de emprego e renda.

Infelizmente, numa decisão politicamente equivocada, monocrática e normativa, a senhora prefeita, resolveu terceirizar o evento. No caso, a prefeitura vai financiar todo o evento e ainda pagar a empresa A-Sim de Recife, para administrar o evento, usando os recursos materiais e humanos da prefeitura, além de toda sua infra-estrutura. O que é um absurdo, um crime hediondo contra o patrimônio público e um desrespeito e descaso total para com a comunidade local.

Eu, particularmente defendo a privatização, por entender que um governo ou poder público pode optar pela privatização por muitas razões. Entretanto entendo, que os dois objetivos principais são: reduzir o tamanho do setor público para incentivar uma maior eficiência e aumentar a receita do Estado, no caso da Prefeitura Municipal de Mossoró.

Como se pode ver caro leitor, a prefeita de Mossoró teria e tem justificativas plausíveis e convincentes para não realizar o evento “Mossoró Cidade Junina” este ano, em virtude das incertezas e previsões pessimistas com relação ao prolongamento e afunilamento da crise na economia global. Em ultima hipótese, poderia até realizar o evento, através de um procedimento transparente, legal, viável e politicamente correto que seria a sua privatização e nunca a sua terceirização.

Um comentário :

Caubi Rocha de Macedo disse...

Concordo com tudo o que foi relatado, acrescentando que irá faltar também recursos para a EDUCAÇÃO E SAÚDE, sem falar na Segurança, que está um caos.