terça-feira, 1 de dezembro de 2015

MARKETING POLÍTICO E ESTRATÉGIAS
 
 DE FIM DE JOGO DE SILVEIRA JR.
 
 
No País de Mossoró, a língua oficial, imposta nas redes sociais e em certa mídia, onde o maravilhoso e o irrealizável se misturam, constrói um discurso que confunde até a mais simplória das mentes. Vamos à explicação.

Reprovada com nota zero no quesito transparência, a atual gestão à frente da Prefeitura Municipal de Mossoró tenta aglutinar um marketing político do "estamos trabalhando" aliado à palavra "coragem". Embora tímido, o marketing é apoiado por uma corrente de blogs e programas audiovisuais que lhe dão suporte, apontando, aqui e ali, medidas de gestão que seriam bem vistas em uma cidade de 20 mil habitantes, mas passam desapercebidas numa cidade 15 vezes maior. Aquilo que sempre chamei de "gestão do roço e campina" (outros chamariam-na de "gestão feijão com arroz", mas não quero ofender a dupla culinária que tanto aprecio) é a máxima das realizações da PMM. Para tanto, basta ver os "tuítes" e "retuítes" dos cargos comissionados da mesma. Outra frente de batalha é a tentativa, inglória, de fazer do ocupante da cadeira de prefeito, um líder carismático e ovacionado pelo povo. A não ser em espaços de absoluto controle ideológico, como os religiosos, a tarefa parece não querer vingar. Afinal, como lembrou o grande Max Weber: carisma é uma relação social cujo detentor o possui desde sempre. Não dá para ser construído artificialmente. 

Afinal, além de dívidas imensas, atrasos de salários que começam a atingir os aliados mais afeitos ao gestor (os "cargos comissionados") e sua base mais fiel. Sem ela, vaticinam os gurus do clientelismo local, suas chances de manter-se no Palácio da Resistência em 2017 são inúteis. Agora, porém, a gestão assume a bancarrota econômica, pondo a culpa, de forma sutil (através de aliados) no Governo do Estado. Após 11 meses de profundo silêncio, e vendo o distanciamento entre Robinson Faria e Silveira Jr., o alvo agora não é mais o retrovisor, mas a cadeira ao lado.

Faltam iniciativas concretas e sobram trapalhadas indeléveis. Alguns acertos, tardios, como a negociação com os estudantes que ocuparam o Palácio da Resistência, só adveio após muito desgaste político. Os conselheiros que cercam o prefeito até parecem, me informa um membro do "staff" de Silveira, querer ver o circo pegar fogo. O caminho lógico era a negociação, mas, antes de se partir logo para isso, tentou-se impor soluções draconianas, não levadas a efeito devido à pressão da sociedade e de instituições do Estado Democrático de Direito. Imagino se isso não tivesse ocorrido: teríamos cenas de truculência e violência a assombrar e sepultar de vez, os sonhos do prefeito de manter-se no cargo. O caso dos camelôs, no início do ano, parece que pouco ensinou.

Felizmente, tudo saiu bem e com diálogo, interposto pelas poucas vozes lúcidas restantes no comando da gestão municipal em Mossoró. Na política, pensar com o fígado nunca foi boa estratégia. Aqui, parece ser a regra.

As pesquisas estão correndo soltas por aqui. Nenhuma sendo divulgada, o que aponta que o cenário permanece o mesmo: robusta reprovação da gestão e da figura de Silveira Jr. por parte de seu eleitorado. O tempo se esgota na ampulheta cruel da política. Percebo que os atores citados já perceberam isso.

Outros elementos se somam: não há perspectiva de melhorias e de respiro até meados do ano que vem. Em termos políticos temos um grave problema: a memória do eleitor é curta, mas não é tão curta assim...
 
Por Thadeu Brandão 
 
 
 

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