REITOR DA UEPB EXPÕE EXPERIÊNCIA
DE AUTONOMIA FINANCEIRA
O reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
Pedro Fernandes, recebeu o reitor da Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB), Rangel Junior, para ouvir a experiência de autonomia financeira
daquela instituição de ensino superior.
O paraibano explicou que somente a autonomia financeira garante a
eficiência administrativa da universidade. “Eu acredito que a
experiência da UEPB mostrou que talvez este seja o único caminho para
consolidar as universidades estaduais porque as federais sofrem ano a
ano com os contingenciamentos. Nos estados, o problema é que cada
governo quer moldar a universidade ao seu modelo de gestão. Isso é ruim
porque a grande marca de uma instituição de ensino superior é a
autonomia financeira, que é um meio para as outras autonomias que ficam
seriamente prejudicadas”, declarou.
Ele explicou que, com a autonomia financeira, a universidade estadual
fica com mais responsabilidades, mas não se torna um ente à parte do
Estado. “O diferencial com a autonomia financeira é que a universidade
não pode se comparar com uma secretaria de governo porque tem uma
complexidade própria. A ideia que nós defendemos sempre é que a
universidade não se constitua num estado dentro do estado. O que
queremos é mais responsabilidade ainda”, frisou.
Outro ponto positivo da experiência paraibana foi o fim das greves. “Com a autonomia financeira houve uma extinção das greves. Com essa
mudança o reitor passou a ter a responsabilidade de negociar com os
sindicatos. As greves só voltaram a acontecer quando o governo mexeu na
autonomia financeira”, declarou.
O reitor Rangel Junior explicou que a UEPB deu um salto em termos de
crescimento após se tornar financeiramente autônoma. “Saímos de 11 mil
estudantes para 19 mil. Tínhamos quatro câmpus (explicou que
aportuguesou o termo) para oito, dobramos de tamanho. Expandimos em
tudo. Em seis anos, atraímos mais recursos externos do que em todos os
anos anteriores”, destacou.
Ele aconselhou que a UERN se torne politicamente unida para ter
forças de conquistar a autonomia financeira. “Todo o processo foi
resultado de negociação política que faz parte de tudo em nossa vida. A
nossa experiência mostra isso. Foi um grande processo de unidade
política com a ajuda de DCE, do sindicato dos docentes, dos servidores,
bancadas federal e estadual. Foi feito um trabalho muito amplo nesse
sentido. O único caminho é uma grande aliança política com todos os
setores. É preciso ter uma trégua”, acrescentou.
O reitor Pedro Fernandes explicou que com a autonomia financeira será
mais fácil planejar as ações da Universidade. “A gente não gozar de uma
autonomia financeira é não saber o que eu vou pagar amanhã. Nós temos
um valor e não há regularidade nos repasses. Não termos essa condição de
saber o que a gente pode fazer de novo em curto, médio e longo prazo.
Isso impede um planejamento mais ousado”, analisou.
Sobre a visita do reitor Rangel Junior, o reitor Pedro Fernandes
disse que se constitui em um marco para a UERN. “Existe uma discussão a
longo prazo. A presença do professor Rangel é um marco. Nós temos um
documento entregue ainda na gestão de Milton Marques. A ADUERN está
fazendo um estudo para discutir conosco. É preciso essa coesão da
comunidade em torno desse projeto e nós estamos discutindo isso. Agora a
gente precisa concretizar esse desejo”, disse.
Fonte: Assessoria de Comunicação da UERN
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