ARTISTAS MOSSOROENSES RECLAMAM
DA FALTA DE ESPAÇO NOS
TEATROS DA CIDADE
Os artistas de Mossoró têm tido dificuldades em agendar suas pautas,
já que apenas um teatro se mantém em funcionamento na cidade. Há quase
quatro meses completos de nova gestão, o Governo do Estado ainda não se
manifestou com relação à situação do Teatro Lauro Monte Filho,
desativado há alguns anos.
A atriz Mônica Danuta lembra que não só o Lauro Monte, mas o Kiko
Santos, que é o teatro do Centro Educacional Jerônimo Rosado (CEJR) e o
palco do Epílogo de Campos estão desativados, além do péssimo estado em
que se encontra o Teatro Alfredo Simonetti. “Só temos o Dix-huit, que
não tem espaço para toda a demanda cultural da cidade”, diz.
A atriz Bárbara Paiva destacou que a demanda do Teatro Municipal
Dix-huit Rosado está sempre lotada, mas que grande parte está sendo com
palestras e festivais de escolas. “Sem dúvida são eventos importantes,
mas está deixando de lado os artistas locais”, afirma.
Quanto ao Lauro Monte Filho, Mônica Danuta afirma que, enquanto
Companhia Pão Doce, só se apresentou lá uma vez, em um festival que
comemorava o Dia do Teatro. “Criamos o Espetáculo Espaço Artístico para
suprir essa demanda. Agora estamos tentando, juntamente com a Companhia A
Máscara, prosperar com o nosso próprio espaço”, continua.
Além da dificuldade do espaço, toda a pauta do Teatro Dix-huit Rosado
é paga. Segundo os atores, até o ano passado o custo era de R$ 500,00
para grupos de Mossoró e R$ 700,00 para grupos de fora. “Para montar um
espetáculo, pagar a pauta, a iluminação, hora extra para os técnicos no
caso dos ensaios, qualquer grupo tem que lotar a casa e faturar muito”,
lembra Bárbara Paiva.
Os artistas ressaltam que não existe qualquer informação relacionada
ao Lauro Monte para com eles. “Eu sempre acompanhava o projeto Seis e
Meia, que acontecia lá. Mas essa falta de espaço, entre muitos outros
problemas que vem acontecendo com a cultura em Mossoró, como falta de
interesse e incentivo aos projetos que existiam, pioram não só a questão
da cultura na cidade, mas também dos artistas, já falando em
sobrevivência. Os artistas precisam dos palcos”, diz a cantora Nida
Lira.
Os artistas lembram que por várias vezes foram realizados protestos
na cidade, mas que a falta de interesse persiste. “Por mais que a classe
artística saia às ruas, se o poder público não nos ser espaço, fica
muito difícil, nós vivemos disso”, continua Nida Lira.
Eles lembram ainda que, já em meados de 2015, não há planejamento
cultural para o ano. “A atual situação da cultura em Mossoró é a de que
falta o cuidado, a valorização. É uma questão que não tem como ser um
desabafo partidário, mas qualquer artista pode relatar a mesma coisa,
não tem como dizer que está diferente”, afirma a atriz Lígia Kiss.
Entre os temas eles também afirmaram que além de teatro, faltam salas
para exposições de artistas plásticos, sem falar em atrasos de
pagamentos de cachês de artistas que se apresentam no Corredor Cultural,
além de trabalhos realizados há um ano.
Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria Municipal de
Cultura informou que há um calendário consagrado, que conta com o
Mossoró Cidade Junina, em junho, a Festa da Liberdade, em setembro, o
Mossoró Cidade Luz, em dezembro, e o carnaval do próximo ano. Quanto aos
pagamentos dos artistas, a assessoria de comunicação assume as
pendências relacionadas a apresentações de artistas na Praça de
Convivência, desde setembro do ano passado. “Alguns já foram pagos,
outros então em andamento”, informa a assessoria.
Quanto ao Teatro Lauro Monte Filho, a reportagem do jornal GAZETA DO
OESTE procurou durante duas semanas a assessoria de comunicação da
Secretaria do Estado da Infraestrutura, mas não obteve resposta sobre a
demanda.
Fonte: Gazeta do Oeste
Por Monalisa Cardoso
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