O RANKING DOS MELHORES DEPUTADOS
E SENADORES DO BRASIL
SANDRA ROSADO E FELIPE MAIA
SÃO OS MELHORES DO RN
Os oito temas selecionados foram afetados em 2011 de alguma maneira no
Congresso por 54 projetos de lei e medidas provisórias. Em parceria com o
Núcleo de Estudos sobre o Congresso (Necon), do Instituto de Estudos
Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Iesp-Uerj), VEJA classificou os deputados e senadores de acordo com o
posicionamento deles em relação às proposições. Antes de envolver o
Necon, com base em critérios próprios e nos levantamentos da
Transparência Internacional, VEJA aplicou uma “cláusula de ética”,
expurgando previamente da análise os parlamentares envolvidos em
escândalos ou de reputação duvidosa.
Os pesquisadores do Necon desenvolveram então o modelo de análise que permitiu classificar os parlamentares em um ranking.
O primeiro passo foi selecionar as 54 proposições mais relevantes entre
todas as centenas de medidas provisórias, projetos de leis ordinárias e
complementares e propostas de emendas à Constituição que tramitaram no
Congresso em 2011. Para ser considerada relevante para o estudo, a
proposição, além do seu conteúdo, precisou ter sido votada ou sido
objeto de pedido de urgência aprovado até setembro de 2011. Cada uma das
54 proposições foi, então, classificada como “favorável” ou
“desfavorável”, de acordo com seu impacto positivo ou negativo sobre os
oito grandes eixos definidos previamente.
O segundo passo foi selecionar as ações parlamentares que seriam
aferidas. O Necon fixou-se em a) pareceres em relatoria; b) apresentação
de emendas; c) posicionamento em votação nominal e d) pronunciamentos
em plenário e comissões. Essas ações foram medidas em termos da
frequência de sua ocorrência e de acordo com seu impacto favorável ou
desfavorável aos oito grandes eixos modernizadores.
O Necon atribuiu diferentes pesos para essas atividades. Os pareceres
têm peso 4, pois são a base da tomada de decisão; as emendas, peso 3,
porque por meio delas o parlamentar pode influenciar partes específicas
do projeto. O voto em plenário tem peso 2, pois naquela fase o deputado
ou senador, por fidelidade partidária, já não tem força individual para
influenciar a matéria. Finalmente, os pronunciamentos têm peso 1, pela
ineficiência da retórica nos atuais processos legislativos no Brasil.
A posição que um parlamentar ocupa no ranking expressa, dessa forma,
seu grau de ativismo legislativo a favor ou contra os oito temas
centrais estabelecidos por VEJA. A escala vai de 0 a 10. Quanto maior a
nota, melhor a posição do parlamentar no ranking.
As quatro proposições abaixo exemplificam a montagem do ranking.
1) Ganhou pontos o parlamentar cuja atuação favoreceu a aprovação da lei que determinou a fixação do salário mínimo (SM) por decreto presidencial. Abstraindo outras considerações secundárias, a nova lei permite ao Executivo um controle mais efetivo sobre sua gestão do gasto público, dado o impacto do valor do SM no déficit da Previdência e, por consequência, nas contas públicas.
2) Ganhou pontos no ranking o parlamentar que ajudou a derrotar a Emenda 29, cujo texto recriaria a CPMF, o “imposto do cheque”, tributação que aumenta o custo de transação na economia, diminuindo a competitividade e aumentando o “custo Brasil”.
3) Ganhou pontos o parlamentar que, mesmo derrotado, atuou contrariamente à aprovação do projeto do TAV, o “trem-bala” que deverá ligar Campinas ao Rio de Janeiro. O projeto do TAV é um investimento caro que vai inibir gastos mais efetivos em infraestrutura que são urgentes: em metrôs e aeroportos.
4) Ganhou pontos o parlamentar cuja atividade contribuiu para a aprovação do cadastro positivo, medida que disciplina a formação e a consulta a bancos de dados com informações financeiras de pessoas e empresas, diminuindo o custo dos empréstimos para os bons pagadores.
Fonte: Revista Veja
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