TAXA BÁSICA DE JUROS (SELIC)
JUROS CAEM A 8,5%, MENOR TAXA DA HISTÓRIA,
E POUPANÇA VAI RENDER MENOS
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta
quarta-feira (30) cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto
percentual, indo de 9% para 8,5% ao ano.
Essa é a menor taxa que o Brasil já teve desde que a Selic passou a
ser usada como meta da política monetária, em 5 de março de 1999. Até
então, o valor mais baixo tinha sido de 8,75% e vigorou de julho de 2009
a abril de 2010, também em outro momento de crise global.
Esse valor levará a uma mudança no cálculo de rendimentos da poupança.
A decisão foi unânime entre os integrantes do Copom. Isso torna
desnecessária a divulgação do voto de cada membro. Seria a primeira vez
que os votos iriam se tornar públicos, seguindo a nova Lei de Acesso à Informação.
Este foi o sétimo corte seguido na taxa. A série de reduções começou em
agosto do ano passado, quando os juros caíram de 12,5% para 12%.
Ao final do reunião, foi emitida a seguinte nota: "O Copom considera
que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da
inflação. O comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da
economia global, a contribuição do setor externo tem sido
desinflacionária".
Mudança na poupança vale para depósitos
feitos a partir de 4 de maio
Pelas novas regras da poupança, anunciadas pelo governo federal no
começo de maio, sempre que a Selic ficar em 8,5% anuais ou menos, o
rendimento dos depósitos feitos a partir de 4 de maio deste ano vai
mudar. A mudança vale também para cadernetas abertas a partir desta
data.
Com a Selic a 8,5%, a "nova" poupança vai render 70% da Selic, mais a
TR (Taxa Referencial). Para os depósitos feitos antes de 3 de maio deste
ano, nada muda. Nesse caso, o rendimento continuará sendo o antigo, de
0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a variação da TR.
Após a queda da Selic, os bancos terão de informar o rendimento da
poupança em dois blocos diferentes no extrato. Um dos blocos informará o
rendimento dos depósitos feitos até 3 de maio. O outro deverá trazer o
rendimento dos depósitos feitos depois de 4 de maio.
Governo tem tomado medidas para
reduzir os juros ao consumidor
O governo tem tomado medidas para reduzir os juros diretos ao consumidor. A onda de cortes de juros começou no início de abril, com os bancos públicos, e continuou com os bancos privados.
A preocupação com os juros é que eles dificultam o crescimento da
economia. Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica
caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus
gastos, porque o crediário fica mais caro.
Essa situação deixa a
economia com menos força. Reduzir os juros, ao contrário, estimula a
produção e o consumo, melhorando o PIB (Produto Interno Bruto).
A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco
impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão
de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas
variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a
dia.
Antes do início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75%. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as prestações ficam mais caros.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as prestações ficam mais caros.
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores
de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos
Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro,
Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.
Entenda a relação entre juros e a situação da economia
Os juros são empregados, entre outras razões, para tentar controlar a
inflação ou para estimular o crescimento da economia. Quando o Banco
Central considera que há risco de inflação, ele eleva os juros. Assim,
as prestações e os empréstimos ficam mais caros e as pessoas consomem
menos. Isso ajuda a reduzir a inflação.
Quando a economia fica mais fraca e as pessoas gastam menos, o BC faz o contrário, reduzindo os juros e o custo dos empréstimos, para estimular as compras.
A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade.
A inflação oficial é medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O centro da meta do BC para a inflação neste ano é de 4,5%.
A meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%.
Em 2011, a inflação quase estourou o limite máximo da meta do governo, acumulando alta de 6,5% --o maior resultado desde 2004.
Em meados do ano passado, o governo adotou medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Quando a economia fica mais fraca e as pessoas gastam menos, o BC faz o contrário, reduzindo os juros e o custo dos empréstimos, para estimular as compras.
A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade.
A inflação oficial é medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O centro da meta do BC para a inflação neste ano é de 4,5%.
A meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%.
Em 2011, a inflação quase estourou o limite máximo da meta do governo, acumulando alta de 6,5% --o maior resultado desde 2004.
Em meados do ano passado, o governo adotou medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Desde agosto passado o Copom vem reduzindo a Selic, para tentar não deixar a economia esfriar em meio à crise global.
A argumentação básica tem sido de que o cenário internacional,
sobretudo por conta das turbulências na Europa, é desinflacionário para o
Brasil. Isso porque, com as grandes economias na região ainda
patinando, a demanda mundial acaba perdendo força, com consequências
para o Brasil.
Juros altos são bons para algumas aplicações
Os juros no Brasil ainda são considerados altos. Um aspecto positivo
dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações financeiras.
Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os
estrangeiros que procuram o país.
Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, por exemplo,
recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem mais altos.
Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em expansão.
Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos.
(Com informações da Reuters)
Fonte:UOL Economia
Do UOL em São Paulo
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