segunda-feira, 28 de maio de 2012

Por José Ribeiro da Silva*


"COMO NUTRIR O PRECONCEITO 

RACIAL NO BRASIL"


 Historicamente as nossas crianças, sejam elas, negras, pardas, amarelas ou brancas são instruídas a aprender nas cantigas de rodas, e nos velhos livros didáticos, de que a Princesa Isabel, libertou os escravos, transformado eles em seres livres e não emancipados, socioeconomicamente e culturalmente no Brasil.

Os estereótipos europeus têm predominado a nossa história ao longo dos anos, transformando-nos em seres amargos, e mal vistos, em toda a sociedade humana, nos assola negativamente sobre os nossos aspectos, maneiras de se vestir, cultivar a nossa cultura, a nossa religiosidade e afirmando que não prestamos que somos feios e que somos uma raça inferior a dos outros.

O sinônimo de boniteza e de beleza no Brasil tem suas características e formas; ou você tem nariz afilado, ou a cor de sua pele banca e seus olhos azulados.

A Cor e o preço da carne no Brasil tem significado, e seu preço é muito barato. É por isto que temos um canto que diz “A CARNE MAIS BARATA DO MERCADO É A CARNE NEGRA”. Seja pela cor de sua pele ou situação financeira, isto não importa, seja preto, negro, pardo ou branco, se és pobre o preço e seu custo é muito barato, se és negro o preço tem menos valor ainda.

Só basta você me ver nas palafitas, e nos grandes centros urbanos violentos, que vai me encontrar por lá, olhem nas estratégicas de desempregos, e nas grandes filas do sistema de saúde SUS, e na batidas policiais e presídios que me encontrará por lá, ou estarei a caminho. Ou você tem dúvidas?

Sou um jovem chamado solidão, enquanto não chega a mim a vontade dos homens, eu, aqui estarei.

No Brasil que nasce pobre e negro estrategicamente aparece de forma negativa nos índices de desenvolvimento Humano (IDH), brasileiro, desagregado por cor/raça.

O Racismo contra nos negros no Brasil tem sido praticado desde o primeiro momento da chegada forçada na condição de seres humanos no país, uma vez que fomos trazidos como escravos.

A escravidão foi “a mais extrema das formas de opressão e discriminação racial contra os negros, algo que não somente os conservadores brasileiros, mas uma parte significativa da elite deste país”.

Assistimos ainda, as grandes produções televisionistas, expondo a mulher negra com empregada doméstica, o negro mordomo que faz trabalho braçal. Conta-nos a histórias maldosas, piadas sem graças, e ainda nos inferioriza afirmando o negro do cabelo ruim é e sempre será escravo.

Quando você é criança e não se auto-reconhece com pessoa, pelo fato de nascer pobre em uma família negra, o mundo parece que vai desabar diante de ti, e você quer sumir diante dele.

Vivi muito isto na minha infância, tanto na escola como nos lugares públicos a exemplos de parques e nas praças onde percebi visualmente as pessoas me olham da cabeça aos pés, e você fica se perguntado, o que estar acontecendo será que estou sujo, mal arruado?

Quando se é negro no Brasil, vem a se a pergunta será um doutor, trabalhador, intelectual, cantor, jogado de futebol e simplesmente se apresentará nas estratégicas policias?

Alguns dias atrás, duas personalidades negras de destaques nacional e internacional a exemplo do jogador de Futebol Neymar e o pagodeiro Alexandre Pires, oriundos das periferias dos grandes centros urbanos, libertados dos correntes de opressão e dos mal feitores e do Sr. coronel apresentaram-se configurados de personagens animais macacos, em um videoclipe.

Causou-nos espanto, revoltas, discussões de concorda e discorda, fazendo pouco caso, deixar para lá, é só mais uma brincadeira de mau gosto, algo de estranhar tem configurado e nutrido as nossas personalidades negras a vestir-se de macacos para vender CD, com videoclipe com figurino de Macaco.

O que importa para nós Brasileiros é a Cor da sua pele ou o seu caráter?

* José Ribeiro da Silva é Militante Social do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, Presidente da Associação de Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares do Sertão ACONTESSER, Ex-presidente do Centro de Educação Integral “Margarida Pereira da Silva” CEMAR, atual Coordenador do Projovem Trabalhador Prefeitura Municipal de Pombal, Ex- Coordenador do PETI , Ex – Coordenador do CREAS Pombal PB, e Vice-Presidente Estadual do Partido da Mobilização Nacional PMN na Paraíba. 

Enviado por José Romero Cardoso 

 

 

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