terça-feira, 27 de julho de 2010

O AMOR NOS TEMPOS DE MARADONA E HUGO CHÁVEZ

Maradona, o simpático treinador da seleção argentina, pode não ter dado sorte na Copa da África do Sul, sobretudo depois da acachapante derrota por quatro para a Alemanha, mas politicamente tem provado ser um cidadão independente e sem medo de demonstrar sua afeição pelos políticos que a direita latino e norte-americana considera personagens do eixo do mal.




Por Eliakim Araujo, no Direto da Redação

Na semana que passou, Maradona foi testemunha de um fato histórico. Ele estava ao lado do presidente Hugo Chávez quando este anunciou o rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia, depois que o representante do país vizinho na OEA, Luis Alfonso Hoyos, acusou a Venezuela de municiar e acobertar em seu território 1.500 guerrilheiros das FARCs colombianas.


Para Chávez a acusação foi uma agressão, e a ele, como presidente da Venezuela, só restava “em nome da dignidade, romper totalmente as relações diplomáticas com a irmã Colômbia”. E completou: “faço isso com lágrimas nos olhos”.


Testemunha ocular da História, como apregoava o genial slogan do antigo Repórter Esso, Maradona mostrou que está conectado com os acontecimentos na América Latina e tem posição firmada sobre os temas mais polêmicos. Disse que o povo colombiano não tem culpa do conflito entre os dois países. E que era “um orgulho” estar ao lado do líder do chamado socialismo do século 21, “porque ele lutou por seu povo, por seu país e por seus ideais”. E afirmou que se for preciso "vai à morte por Hugo Chávez".


Maradona perguntou a Chávez se o novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, vai seguir o mesmo caminho do atual presidente Alvaro Uribe. Mostrando a intenção de buscar o entendimento, Chávez respondeu que, apesar do "histórico conflito”, ele confia que Santos adote uma posição mais construtiva em relação à Venezuela.


Não é por outra razão que o time argentino foi considerado o mais politizado da Copa e uma boa parcela de brasileiros, deixando de lado a folclórica rivalidade Brasil-Argentina, passou a torcer pela seleção de Messi e Maradona depois da nossa eliminação pela Holanda. Mas, infelizmente, 24 horas depois a Argentina seguia o mesmo destino da equipe brasileira, a volta pra casa mais cedo.

Fonte: Vermelho
Enviado Por Antonio Capistrano


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