quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MAIS UMA LÁSTIMA PARA O NOSSO ESTADO

Carlos Escóssia

Leio no blog de Giorgione Mendes um texto com o título: "Mais uma lástima para o nosso estado", o qual transcrevo na íntegra.

No referido texto, o blogueiro denuncia manobra no edital do concurso da UERN para preenchimento de 239 vagas para técnicos administrativos, sendo 139 vagas para nível médio e 100 vagas para nível superior.

Por não ser do ramo, prefiro não me aprofundar no assunto, mais seria importante que o amigo jurista, blogueiro, musico e cantor Hebert Mota opinasse sobre o fato.

Vamos ao texto de Giogione Mendes:


Ontem, dia 22 de fevereiro, foi publicado o Edital do tão esperado concurso da UERN.

Esse momento seria de muita comemoração para a comunidade "concurseira" do RN se não fosse o capricho da INVENTADA avaliação de títulos, principalmente no que tange ao cargo de nível médio.

A universidade, dando uma pontuação a mais para quem já trabalha no serviço público, quer de fato privilegiar os seus funcionários contratados, na maioria das vezes, de forma irregular.

O que poderia ser uma espécie de luz no fim do túnel para quem vem estudando a um bom tempo sem conseguir sucesso em concursos anteriores, pode se transformar em mais uma frustração. Não por falta de competência dos concurseiros que não possuem as costas largas e nem os famigerados "Q.I.", e sim em virtude de os figurões da administração pública estarem agora maculando com seus sujos tentáculos até mesmo os processos de seleção de servidores.

Isso já havia sido feito pela nossa amada prefeitura, não me recordo se no concurso para a educação ou se para o da saúde. Nesse último, também o tempo de serviço (decorrente de uma contratação IRREGULAR), valia pontinhos para os vampiros do executivo municipal.

Do ponto de vista jurídico creio que essa parte do edital que discrimina os os seres humanos normais, sem costas hipertrofiadas, e beneficia os apadrinhados pode ser anulada, dada a gritante violação do Princípio da Impessoalidade (também da moralidade) que deve nortear toda a administração pública, seja federal, seja estadual ou seja municipal.

Falei especificamente de uma parte do edital pelo fato de uma anulação total do concurso ser muito prejudicial à sociedade. Pior até do que a permanência do certame conforme se encontra atualmente.

As práticas administrativas de uma universidade não são complexas ao ponto de ser necessária uma etapa de avaliação de títulos. A UERN não está fazendo um concurso para Professor, nem para Juristas e nem para especialistas. Falo isso pois sou assistente em administração de uma instituição de ensino e assim que entrei em exercício só havia uma pessoa para me ajudar no aprendizado das rotinas administrativas, mesmo assim eu aprendi o necessário em pouquíssimo tempo. Não por eu ser um gênio, estou longe disso, mas por serem tarefas de certa forma fáceis, que não exigem uma formação específica para serem realizadas.

É bom que o Ministério Público abra os olhos. O nepotismo está nesse momento dando pulos de felicidade, pois ele encontrou uma nova forma de se perpetuar. Daqui a pouco tempo veremos mais prefeituras seguindo os exemplos de Fafá e da UERN. E no interiorzão do estado é que a coisa vai ser feia. Não será difícil um concurso p "secretário escolar" ter uma etapa de avaliação de títulos mais arbitrária do que a que vimos no edital do concurso da UERN. Nesses concursos, não serão raras as questões de "alto nível", tais como:

- Na frase "O governo ignora o povo." quem é o sujeito?

a) Ignora

b) o povo

c) O governo

d) N.D.A.

É isso mesmo, meus caros. Está se desenvolvendo no Brasil mais uma forma de se legitimar o nepotismo. Cabe a nós ficarmos de olho nas nossas "otoridades" e denunciarmos esses absurdos.

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