PARA MOODY'S, MEDIDAS PROPOSTAS
PELO GOVERNO SÃO POSITIVAS
Enquanto oposição e movimentos sociais criticam o novo pacote fiscal
anunciado ontem (14) pela equipe econômica do governo, a Moody's saiu em
defesa das medidas propostas e as classificou como positivas. Para
Mauro Leos, analista sênior de risco soberano da agência internacional,
cortes confirmam o compromisso do Brasil de alcançar uma meta de
superávit primário em 2016.
"A Moody's acredita que o plano do
Brasil de adotar medidas estruturais focadas na rigidez orçamentária é
um fato positivo. Afrouxando a rigidez do lado da despesa é fundamental
para estabilizar a relação de dívida, uma condição necessária para que o
Brasil preserve sua classificação em Baa3, com perspectiva estável",
afirmou o economista em nota.
Em agosto, a Moody's manteve o selo
de bom pagador do país, reiterando a perspectiva "estável" da
classificação. Em contrapartida, a Standard & Poor's rebaixou o
rating soberano do Brasil na semana passada, colocando-o em terreno
especulativo. A decisão reforçou o sinal de alerta do mercado financeiro
e fez com que o governo acelerasse sua revisão do Orçamento de 2016,
que antes previa um déficit de R$ 30,5 bilhões.
Ainda de acordo
com a nota da Moody's, a proposta apresentada ontem pelos ministros
Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, contém uma
abordagem mais equilibrada do que as anteriores, que consistiam
principalmente em medidas no campo da arrecadação de receitas. Na visão
de Mauro Leos, o fato do pacote incluir a redução de gastos é também
bastante positiva. "Essa proposta trata do aumento persistente dos
gastos ao longo dos anos", explica o economista.
Para ele, o
governo tenta mostrar que está no controle, "tratando de forma proativa o
quadro fiscal". O anúncio das medidas, opina Mauro Leos, traduz o
compromisso do Brasil com a meta de superávit primário de 0,7% do
Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, apesar das dificuldades do cenário
econômico.
No entanto, mesmo vendo o novo pacote com bons olhos, a
agência de classificação de risco ressalta que as metas de superávit
ainda são modestas e consistentes com a expectativa de que as métricas
de dívida do governo continuem aumentando em 2015 e 2016.
Fonte: Jornal do Brasil
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