PRIORIDADE: O MICO
Mossoró enrolada com uma gestão rejeitada por quase 80% dos
mossoroenses, crise na saúde, greve na Uern, buracos, comércio
despencando com a polêmica dos táxis intermunicipais, dentre tantos
outros problemas.
Mas o assunto mais importante na Câmara Municipal é a arenga. Não vou
entrar no mérito de quem está certo ou errado. Oposição e situação
travam disputas políticas. Há casos em que um dos lados tem razão. Mas
outras situações em que os dois lados estão certos ou até mesmo ambos
ficam sem razão.
O nosso Legislativo está praticamente parado porque as duas bancadas
estão decidindo quem pode falar, quanto tempo pode durar os
pronunciamentos e para decidir se a oposição fala mais que a situação.
Sinceramente é patético.
A meu ver, isso passa pela inabilidade somada à instabilidade
emocional do presidente da Câmara, Jório Nogueira (PSD). Ele não está
conseguindo ser o presidente de todos os vereadores. Mas uma espécie de
líder oculto dos governistas. O curioso é que o atual presidente sempre
criticou os antecessores que tiveram essa postura.
Nada diferente de outros presidentes da Câmara Municipal com exceção,
talvez, do prefeito Francisco José Júnior (PSD), que teve uma gestão
bem democrática, reconheça-se.
Falta um pouco de razão a Jório Nogueira. Se o criticam é porque
alguém mandou, na ótica dele. Nunca é porque está achando que ele está
equivocado. A crítica contra ele nunca é construtiva.
Deve ser muito difícil assessorar alguém com esse perfil. Ele já
ameaçou publicamente demitir servidores. Ato hostil e que ofende
qualquer pessoa de bom senso. Também publicamente ele chegou a afirmar
que não precisa de orientação de assessor por já ter quatro mandatos de
vereador.
Com essa postura era previsível que a Câmara descambasse para uma instabilidade enorme.
Limitar a Câmara Municipal a esse nível de debate deveria envergonhar a classe política mossoroense.
Mas o nosso Legislativo não está só na perda de tempo com bobagens. A
Câmara dos Deputados que deveria dar o exemplo consegue fazer mais
bobagens. A do momento é a discussão em torno do tipo de roupa que as
mulheres podem usar para adentrar à suposta Casa do Povo.
O Brasil mergulhado na crise econômica, precisando votar o ajuste
fiscal, finalizar a reforma política e mergulhado nas denúncias da
Operação Lava Jato e os nossos nobilíssimos deputados querendo
determinar o tipo de vestimenta feminina adequada para a Casa. Até
parece que falta do que fazer é um hábito no nosso Legislativo.
Essa era Eduardo Cunha (PMDB) se supera no quesito conservadorismo. Confesso que quando vi essa notícia senti-me no século XIX.
Lá e cá as casas legislativas envergonham o povo. Não me sinto representado por esses políticos. 2016 é logo ali.
Fonte: O Mossoroense
Por Bruno Barreto
Nenhum comentário :
Postar um comentário