UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS
PREPARAM PROPOSTA PARA
SUBSTITUIR A CPMF
O governo articula no Congresso Nacional a instituição de um novo
imposto específico para a saúde. A proposta está em discussão entre o
governo federal, os estados e os municípios e não tem nome, definição de
alíquota, nem como será implementada. Em entrevista na quinta-feira
(27), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu que o novo imposto
tenha uma alíquota de 0,38%, o que poderia injetar anualmente para a
saúde cerca de R$ 80 bilhões, divididos entre União, estados e
municípios. “O SUS precisa de recursos. […]. Se dependesse de mim 0,38%
seria um bom patamar, mas não depende só de mim”, disse o ministro em
conversa com jornalistas.
Segundo Chioro, embora a alíquota possa
ser a mesma da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentações
Financeiras (CPMF), extinta em 2007, a taxação sugerida agora, desde o
início, terá destinação exclusiva para a saúde e terá distribuição
dividida entre União, estados e municípios. A proposta de como será a
divisão ainda não foi exposta pelo governo.
Chioro informou que, na articulação prévia com prefeitos e governadores, a divisão de recursos foi bem aceita, o que, na opinião dele, pode facilitar a negociação no Congresso Nacional, para que haja um acordo entre governistas e oposição em torno da proposta.O ministro ressaltou que a nova taxa, que pode ser chamada de Contribuição Interfederativa da Saúde, não impede a discussão sobre outras fontes de recursos para o setor, como a chamada “taxação do pecado” - que poderia incidir sobre o álcool, cigarros e alimentos que fazem mal à saúde - e também uma nova destinação para o seguro obrigatório de trânsito, o DPVAT.
Para
Chioro, o ideal é que o Brasil consiga dobrar os recursos para a saúde.
Ano passado, juntando os gastos da União, dos estados e dos municípios,
este setor custou R$ 215 bilhões aos cofres públicos. Da União, saíram
R$ 92 bilhões.Ultimamente, o ministro tem dito que a saúde
está subfinanciada e que sociedade e governo precisam discutir
como sustentar a integralidade e a universalidade do setor, conforme
determina a Constituição, e que o envelhecimento da população e a
inclusão de novas tecnologias à rede pública estão agravando a situação.
Dados
de 2013 mostram que, enquanto em países que têm sistema universal de
saúde, como o Canadá, a França e a Suíça, os gastos anuais per capita giram em torno de U$ 4 mil a U$ 9 mil, no Brasil, o gasto com saúde para cada brasileiro é U$ 525.
Fonte: Agência Brasil
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