LEI MARIA DA PENHA COMPLETA NOVE
ANOS E ESTIMULA MULHERES
A DENUNCIAR VIOLÊNCIA
A Lei noº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, completa hoje
nove anos de vigência no país. Apontada como essencial à proteção de
mulheres contra a violência doméstica, a Lei Maria da Penha estimula as
vítimas a denunciarem seus agressores em uma das Delegacias
Especializadas no Atendimento à Mulher (Deams) criadas em todo o Brasil.
Somente em Mossoró, foram registrados 194 Boletins de Ocorrência (BOs)
enquadrados na Lei nos seis primeiros meses deste ano.
De acordo
com a delegada da Deam Mossoró, Cristiane Magalhães, a Lei Maria da
Penha fez com que o volume de denúncias de violência contra a mulher
aumentasse porque oferece atendimento especializado. No entanto, ela
conta que ainda é grande a quantidade de mulheres que são agredidas de
diferentes formas diariamente e não registram ocorrência.
“Embora
seja uma Lei relativamente jovem, a Lei Maria da Penha é hoje a mais
conhecida pelos brasileiros. A maior circulação de informações ajuda a
fazer com que mulheres procurem a Deam para denunciar. Este ano estamos
com 270 inquéritos correndo na Deam Mossoró”, declara a delegada.
Cristiane
Magalhães explica que o tipo de violência mais comum registrada na Deam
Mossoró é o crime de ameaça. Segundo dados da Coordenadoria de Defesa
dos Direitos da Mulher e Minorias (Codimm), pertencente à Secretaria de
Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), no ano de 2013
foram registradas 391 denúncias de ameaças a mulheres na delegacia.
No
ano passado foram 316 casos de ameaças registrados e, nos seis
primeiros meses deste ano foram 134. Em todo o RN, registrou-se 2.836
ameaças no ano de 2013. Já o ano de 2014 houve 3.027 denúncias, o que
representa um aumento de 6,73% no volume deste tipo de ocorrências. De
janeiro a junho de 2015, as cinco Deams do Estado já registraram 1.101
B.O.s por ameaças a mulheres.
De acordo com dados apresentados
pela deputada estadual Márcia Maia (PSB), desde a aprovação da Lei Maria
da Penha, foram expedidos mais de 100 mil mandados de prisão e salvas
mais de 300 mil mulheres em todo o país. A parlamentar destacou ainda
que o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte tem 9.200 processos em
andamento relacionados à violência doméstica e familiar contra a mulher.
Legislação precisa de melhoramentos, diz coordenadora
A
coordenadora-geral do Codefim/RN, Erlândia Passos, afirma que,
diferentemente do que muitos imaginam, a violência doméstica está
presente em todas as classes sociais. Ela conta que a Lei Maria da Penha
significou um importante avanço na luta pelos direitos das mulheres.
Contudo, a coordenadora aponta a necessidade de se fortalecerem ações
como o tratamento psicológico de mulheres vítimas de violência.
“Sem
dúvidas houve avanços, mas ainda falta estender o atendimento médico,
psicológico e a assistência social a mulheres vítimas de violência, pois
a violência deixa marcas não só no corpo, mas também na mente. Falta
ainda a divulgação em campanhas contínuas sobre os direitos das
mulheres, sobretudo voltadas para as mulheres do campo”, afirma Erlândia
Passos.
Entre os principais avanços com a criação da lei, a
coordenadora aponta a maior agilidade de proteção às mulheres. Ela
explica que, hoje, após o registro do B.O em uma das Deams, medidas de
proteção devem ser tomadas em até 48h para assegurar a integridade
física da mulher e da família. Outro ponto positivo da lei elencado por
ela é ainda a especialização e humanização no atendimento às mulheres
pelas equipes de segurança.
Erlândia Passos informa que, embora as
delegacias especializadas não tenham expediente nos finais de semana no
Estado, as mulheres podem contar com o Disk Denúncias exclusivo 24h
pelo telefone 0800 281 2336. Através do telefone, as mulheres são
orientadas pelas equipes de atendimento.
Fonte: O Mossoroense
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