terça-feira, 11 de agosto de 2015

DESGASTE DO PT 'MANCHA' 

IMAGEM DE LUIZ CARLOS


A tentativa do vice-prefeito Luiz Carlos (PT) de se viabilizar como postulante à chefia do Poder Executivo mossoroense no embate eleitoral do próximo ano pode ser significativamente prejudicada em razão do desgaste nacional que afeta a presidente da República, Dilma Rousseff, e também o Partido dos Trabalhadores por conta de escândalos nacionais de corrupção.

O vice-prefeito, no mês passado, assumiu o comando do Executivo durante licença de dez dias solicitada pelo prefeito Francisco José Júnior (PSD). No exercício da função, Luiz Carlos, além de se colocar em conflito com o titular do cargo a partir de revogação de medidas anteriormente tomadas, também apresentou publicamente a sua intenção de disputar a Prefeitura.

A posição legítima, adotada pelo vice-prefeito Luiz Carlos, rememorou situação política vivenciada no município na época. No pleito municipal de 1988, o então deputado estadual Lahyre Rosado concorreu à chefia do Poder Executivo mossoroense. No período pré-eleitoral, pesquisas de intenção de votos apontavam mais de 70% de preferência do eleitorado.

Inscrito à época no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com o início da campanha, o então candidato Lahyre Rosado vislumbrou o seu favoritismo ir por água abaixo, a partir da “marca” implantada pelos adversários que o chamavam de “Fiscal do Sarney”, período em que o país era governado por José Sarney (PMDB) e vivenciava uma profunda crise econômica, onde o próprio presidente da República aconselhava o cidadão brasileiro a fiscalizar se as pessoas não estavam consumindo além da conta nos supermercados. Para muitos, a vitória da médica Rosalba Ciarlini no pleito de 1988 aconteceu em razão das circunstâncias políticas daquela época e, sobretudo, a vinculação da imagem de Lahyre Rosado com o desgastado presidente José Sarney.

Passados 27 anos, o atual vice-prefeito de Mossoró, professor Luiz Carlos, corre risco de repetir desastre eleitoral que marcou a trajetória política do médico Lahyre Rosado que viu a chance de chegar ao comando do Poder Executivo mossoroense naufragar por conta do desgaste do seu partido.

A presidente Dilma Rousseff, conforme dados de pesquisa recente, foi apontada como a chefe de Estado mais rejeitada pelos brasileiros. Dilma, na última pesquisa divulgada, conseguiu atingir um índice de reprovação superior ao do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello. A grande imprensa brasileira chega a colocar como plenamente possível a renúncia da presidente da República. Sob esse raciocínio, a hipótese de candidatura do professor Luiz Carlos de Mendonça Martins corre riscos de naufragar conjuntamente com a gestão petista no Brasil.

Além do severo desgaste do PT nacionalmente, o vice-prefeito Luiz Carlos tem de enfrentar resistências dentro do próprio diretório municipal do Partido dos Trabalhadores. De acordo com informações obtidas pela editoria de Política da GAZETA DO OESTE, a pré-candidatura do vice-prefeito não agrega reforços dentro da própria agremiação. Setores do PT que participam da administração municipal discordam das intenções políticas de Luiz Carlos. A maioria dos petistas entende que o partido deve permanecer na aliança com o Partido Social Democrático (PSD), sob o argumento de que foi por intermédio desta composição que o PT conseguiu chegar ao Palácio da Resistência, mesmo que seja na função de vice-chefe do Poder Executivo mossoroense, inclusive assumindo por diversas oportunidades o comando da Prefeitura de Mossoró.

“O que está ocorrendo é que o pessoal que faz parte da corrente liderada por Luiz (Carlos) entende que ele deve sim ser pré-candidato a prefeito de Mossoró, mas acredito que está claro para todos, inclusive para o prefeito Silveira (Francisco José Júnior) que isso é a posição de apenas uma corrente e não da maioria. O nosso partido é formado por várias correntes e a maioria delas pretende e tem intenção de continuar ajudando e colaborando com a administração. A crise é real e a necessidade de buscarmos instrumentos e mecanismos para sairmos da crise é mais importante do que a eleição que é só no ano que vem”, comentou um membro da executiva municipal do Partido dos Trabalhadores, em conversa informal com a editoria de Política da GAZETA DO OESTE.

Fonte: Gazeta do Oeste

 

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