DESGASTE DO PT 'MANCHA'
IMAGEM DE LUIZ CARLOS
A tentativa do vice-prefeito Luiz Carlos (PT) de se viabilizar como postulante à chefia do Poder Executivo mossoroense no embate eleitoral do próximo ano pode ser significativamente prejudicada em razão do desgaste nacional que afeta a presidente da República, Dilma Rousseff, e também o Partido dos Trabalhadores por conta de escândalos nacionais de corrupção.
O vice-prefeito, no mês passado, assumiu o comando do Executivo
durante licença de dez dias solicitada pelo prefeito Francisco José
Júnior (PSD). No exercício da função, Luiz Carlos, além de se colocar em
conflito com o titular do cargo a partir de revogação de medidas
anteriormente tomadas, também apresentou publicamente a sua intenção de
disputar a Prefeitura.
A posição legítima, adotada pelo vice-prefeito Luiz Carlos, rememorou
situação política vivenciada no município na época. No pleito municipal
de 1988, o então deputado estadual Lahyre Rosado concorreu à chefia do
Poder Executivo mossoroense. No período pré-eleitoral, pesquisas de
intenção de votos apontavam mais de 70% de preferência do eleitorado.
Inscrito à época no Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), com o início da campanha, o então candidato Lahyre Rosado
vislumbrou o seu favoritismo ir por água abaixo, a partir da “marca”
implantada pelos adversários que o chamavam de “Fiscal do Sarney”,
período em que o país era governado por José Sarney (PMDB) e vivenciava
uma profunda crise econômica, onde o próprio presidente da República
aconselhava o cidadão brasileiro a fiscalizar se as pessoas não estavam
consumindo além da conta nos supermercados. Para muitos, a vitória da
médica Rosalba Ciarlini no pleito de 1988 aconteceu em razão das
circunstâncias políticas daquela época e, sobretudo, a vinculação da
imagem de Lahyre Rosado com o desgastado presidente José Sarney.
Passados 27 anos, o atual vice-prefeito de Mossoró, professor Luiz
Carlos, corre risco de repetir desastre eleitoral que marcou a
trajetória política do médico Lahyre Rosado que viu a chance de chegar
ao comando do Poder Executivo mossoroense naufragar por conta do
desgaste do seu partido.
A presidente Dilma Rousseff, conforme dados de pesquisa recente, foi
apontada como a chefe de Estado mais rejeitada pelos brasileiros. Dilma,
na última pesquisa divulgada, conseguiu atingir um índice de reprovação
superior ao do ex-presidente da República e atual senador Fernando
Collor de Mello. A grande imprensa brasileira chega a colocar como
plenamente possível a renúncia da presidente da República. Sob esse
raciocínio, a hipótese de candidatura do professor Luiz Carlos de
Mendonça Martins corre riscos de naufragar conjuntamente com a gestão
petista no Brasil.
Além do severo desgaste do PT nacionalmente, o vice-prefeito Luiz
Carlos tem de enfrentar resistências dentro do próprio diretório
municipal do Partido dos Trabalhadores. De acordo com informações
obtidas pela editoria de Política da GAZETA DO OESTE, a pré-candidatura
do vice-prefeito não agrega reforços dentro da própria agremiação.
Setores do PT que participam da administração municipal discordam das
intenções políticas de Luiz Carlos. A maioria dos petistas entende que o
partido deve permanecer na aliança com o Partido Social Democrático
(PSD), sob o argumento de que foi por intermédio desta composição que o
PT conseguiu chegar ao Palácio da Resistência, mesmo que seja na função
de vice-chefe do Poder Executivo mossoroense, inclusive assumindo por
diversas oportunidades o comando da Prefeitura de Mossoró.
“O que está ocorrendo é que o pessoal que faz parte da corrente
liderada por Luiz (Carlos) entende que ele deve sim ser pré-candidato a
prefeito de Mossoró, mas acredito que está claro para todos, inclusive
para o prefeito Silveira (Francisco José Júnior) que isso é a posição de
apenas uma corrente e não da maioria. O nosso partido é formado por
várias correntes e a maioria delas pretende e tem intenção de continuar
ajudando e colaborando com a administração. A crise é real e a
necessidade de buscarmos instrumentos e mecanismos para sairmos da crise
é mais importante do que a eleição que é só no ano que vem”, comentou
um membro da executiva municipal do Partido dos Trabalhadores, em
conversa informal com a editoria de Política da GAZETA DO OESTE.
Fonte: Gazeta do Oeste
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