BELCHIOR É ALVO
DE MANDATO DE PRISÃO
O cantor e compositor cearense Belchior é alvo de dois mandados de
prisão pelo não pagamento de pensões alimentícias. Uma devida à
ex-mulher Ângela, com quem tem dois filhos; e outra à mãe de uma filha
que teve fora do casamento. As informações constam numa matéria
publicada na edição desta semana da revista Época, que mostra novos
capítulos da misteriosa e confusa história envolvendo o autor de “A
divina comédia humana”.
Aos 67 anos, Belchior vive hoje escondido em Porto Alegre com a
namorada Edna Assunção de Araújo (conhecida como Edna Prometheu). Não
pode aparecer em público porque é procurado pela polícia. Em 2009, o
cantor abandonou misteriosamente a carreira musical e simplesmente sumiu
– sem dar satisfações a amigos e familiares. Desde então, vem
acumulando dívidas milionárias e vem sendo processado à revelia. Somente
uma das dívidas, com seu ex-secretário particular Célio Silva, chega ao
valor de R$ 1 milhão e foi definida numa decisão judicial contra a qual
não cabe mais recurso.
A matéria entrevista amigos, parentes e empresários que seguem sem
entender as motivações do artista para o auto-exílio. Alguns chegam a
atribuir à parceira de Belchior uma má influência sobre o cantor. A
revista entrevista também o advogado Jorge Cabral, que este ano hospedou
– e sustentou com comida e artigos de higiene pessoal – o cantor e sua
namorada por quatro meses em Guaíba. Segundo o advogado, o artista não
apresentou sinais de depressão ao longo desse tempo de convívio.
“Eu imaginava que era apenas um compositor nordestino, mas encontrei
um artista plástico, um pensador, um filósofo”, conta Cabral à
reportagem da revista. Passados quatro meses, o advogado teve de
despejar o casal, que, segundo ele, não tomava nenhuma providência para
resolver os problemas jurídicos. “A gente esperava resolver a situação,
mas não acontecia nada. E aquilo não condizia com um homem lúcido, com
memória fantástica, que fala várias línguas e tem uma quantidade enorme
de músicas gravadas”, afirma Jorge.
Em suas andanças por Porto Alegre, o músico chegou a ficar abrigado
numa instituição de caridade na Região Metropolitana da Cidade. A última
vez que Belchior foi visto foi na frente da sede gaúcha da União
Brasileira de Compositores. Ele tinha R$ 50 no bolso, dados pelo
advogado Jorge Cabral. “Carregava uma pequena mala nas mãos e material
de pintura debaixo do braço. (…) Estava, como sempre, ao lado de Edna”,
informa a reportagem.
Fonte: O Povo
Por Felipe Araújo
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