terça-feira, 23 de julho de 2013

PETRÓLEO E DESEMPREGO

 EM MOSSORÓ
 
As atividades ligadas à exploração e produção de petróleo no Rio Grande do Norte estão em declínio. A combinação da queda da produtividade dos poços em operação com a falta de investimentos mais significativos cria um estado de estagnação na economia do petróleo. Apesar de não ser novidade, o declínio da atividade se intensificou a partir de 2012 e tem produzido desemprego crescente no setor. Dai a grande apreensão da comunidade e a repercussão em vários segmentos da sociedade – trabalhadores, empresários, políticos – e na imprensa.

Comparando os meses iniciais dos anos de 2009 a 2013, verifica-se que, com exceção de 2010 (ano de recuperação econômica), o saldo de admissões e desligamentos é negativo. Na figura abaixo, tem-se os saldos de empregos nos primeiros cinco mêses do ano. No período estudado, o pior início de ano aconteu em 2009, devido a crise do subprime. 2010 foi um ano extraordinário na geração de emprego. De 2011 a 2013, há uma sucessão de resultados negativos que esboçam a formação de uma tendência de retração da economia mossoroense.


A estagnação da produção de petróleo estaria provocando o crescente desemprego em Mossoró? Pode ser verificado abaixo, que, entre os setores econômicos, no ano de 2013, a agropecuária teve a maior perda de empregos – 1.533 -, a construção civil teve saldo negativo de 795 e a indústria extrativa mineral registrou redução de 300 empregos.


Os resultados negativos dos demais setores estão sendo induzidos pelo desemprego no petróleo? Sem informações adicionais é impossível confirmar essa hipótese. Com algum esforço pode-se tentar vincular o desemprego na construção civil com o desemprego no setor de petróleo. Mas, definitivamente, o resultado da agropecuária não é reflexo da falta de investimentos da petrobras. Indicadores mostram que o desemprego na agropecuária é sazonal. Em 2013, esse fenômeno foi agravado pela estiagem. Além disso, há registros de transferência de agroindústrias do Rio Grande do Norte para o Ceará.

A preocupação com o setor petroleiro é legítima. No entanto, não podemos concluir que o momento negativo do emprego em Mossoró é resultado direto das dificuldades da produção de petróleo.

Prof. Dr. Francisco Soares de Lima / Prof. Dr. Joedson Jales de Farias – coordenadores do Projeto Informativo de Emprego, Renda e Consumo no Município de Mossoró – Departamento de Economia/FACEM/UERN

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