terça-feira, 20 de abril de 2010

POR TOGO FERRÁRIO


PAUL NO RIO


A minha história com os BEATLES não está ligada, somente, ao conhecimento musical, literário, além de colecionador de objetos relacionados à banda. No dia 20 de abril de 1990, portanto há exatos 20 anos, realizei um dos maiores sonhos, em relação à presença em shows de rock no Brasil. Ver um beatle ao vivo. E foi isso que aconteceu.


Em uma noite memorável, assisti ao show do Paul McCartney no Maracanã, Rio de Janeiro, em uma sensacional produção dirigida por Richard Lester, o mesmo diretor do filme ‘A hard day’s night’, de 1964 ou, como ficou conhecido no Brasil, ‘Os reis do iê, iê, iê’.


Após 13 anos, essa foi à primeira turnê mundial do super star, que teve início em 1989, percorreu treze países e, desta vez, incluía a América do Sul no roteiro. A apresentação no Brasil tornou-se histórica, pois bateu o recorde de público em uma apresentação de um cantor solo, e está registrada no Guinness Book, livro dos recordes, cuja platéia chegou à incrível soma de 184.000 pessoas.


Paul McCartney apresentou, nesse show, muitas das clássicas canções do repertório dos BEATLES, desde a separação da banda, dentre elas, ‘Hey Jude’, ‘Sgt. Pepper’s... ’, ‘Eleanor rigby’ e, evidentemente, ‘Yesterday’. Mostrou, também, músicas de sua carreira solo, até então inéditas em apresentações ao vivo, como por exemplo: ‘Put it there’, ‘This one’, ‘Coming up’.


McCartney gerou um entusiasmo na sua performance, contagiando o público, numa celebração à música transcendental de suas composições e, principalmente, em parceria com o John Lennon.


Como um autêntico britânico, o mega-show teve início, pontualmente, às 21 horas com projeção em dois enormes telões, de apresentações dos BEATLES, em preto e branco e, numa mixagem surpreendente, em continuação à música ‘Can’t buy me love’’, Paul surgiu no palco 15 minutos após.


Acompanhado por Hamish Stuart nas guitarras e violão acústico, Robbie McIntosh guitarras de seis e doze cordas e, eventualmente, nos teclados, Paul ‘Wix’ Wickens no piano, acordeão – isso mesmo, nossa tradicional sanfona – e, às vezes, na guitarra base, Chris Whitten, na bateria e percussão e, obviamente, nos vocais adicionais, teclado e percussão, a saudosa e ex-esposa Linda McCartney que, no dia 17 passado, completou-se 12 anos do seu falecimento.


Os momentos mais marcantes do show, em minha opinião, claro, foram as interpretações de ‘Yesterday’, minha música preferida, ‘The fool on the hill’, que Paul presta uma homenagem a, como ele mesmo frisou, “meu amigo John Lennon” e ‘Live and let die’, onde acontece uma verdadeira explosão de fogos de artifícios, misturados com um solo de piano em que Paul demonstra toda sua habilidade com o instrumento. Get Back – Friends of the Earth, era o título do show que, alterando o repertório entre baladas, rock e sons acústicos, Paul eletrizou a legião de fãs que compareceu ao estádio, durante 3hs e 15 minutos, com um som perfeito e um sistema de iluminação digitalizado, com direito a dois bis, e finalizando com o medley ‘Golden slumbers/Carry that weight/The end’. Uma apoteose!!!


Paul McCartney voltou ao Brasil em 1993 e realizou duas apresentações: uma em Curitiba-PR e outra em São Paulo-SP. Em comentários à mídia especializada na época, Paul teria dito que ficara decepcionado com a divulgação de seus shows, principalmente o de São Paulo, onde o local escolhido pelos organizadores desagradou à sua produção – o show foi realizado no estádio do Pacaembu – com um público presente não ultrapassando os 65 mil espectadores.


Neste ano de 2010, Paul McCartney está percorrendo o mundo com outro grande show intitulado ‘Up and Coming Tour’ e, ao que se sabe até o presente momento, o Brasil está de fora da turnê. Para quem estiver a fim de assistir este show, agende: dia 27 de maio, quinta-feira, no Foro Sol, na cidade do México. É, por enquanto, o local mais próximo do Brasil.



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