domingo, 22 de março de 2015

 RECORRER A QUEM?


Há uma semana por motivos variados dois milhões de pessoas foram as ruas pedir a saída da presidente Dilma Rousseff do poder.
 
Quem acompanha meu trabalho sabe que sou contra o afastamento da presidente do cargo. Mesma posição que tive quando pediram os impeachments de Micarla de Sousa e Rosalba Ciarlini. Entendo que os maus governos devem ir até o final como forma de tornar o eleitor mais exigente.
 
Mas esse não é o foco do quero abordar. O tema é o do título do artigo. Se Dilma cair, quem assume é o vice-presidente Michel Temer. Trata-se de um grande jurista e articulador político hábil. Mas ele é do PMDB, o partido que mais atrapalha o país com seu fisiologismo a prática constante do achaque, para usar um termo da moda.
 
Embora Temer até tenha condições técnicas de pôr o país nos trilhos não vejo num presidente do PMDB o caminho para o país. Temer não é alternativa embora seja de um partido que é a cara do brasileiro médio, mas essa é uma outra discussão.
 
A verdade é que não temos grandes alternativas. Chamar o PSDB de volta ao poder é uma boa? Se com o PT está cada vez mais difícil manter os programas sociais e direitos dos trabalhadores imagine com uma agremiação que não tem compromisso histórico com os menos favorecidos.
 
Se com o PT os bancos lucram aos borbotões e oferecem péssimos serviços, imagine com o PSDB que tem uma parceria histórica com os banqueiros?
 
Na minha opinião o político que poderia ser uma alternativa segura no futuro seria Eduardo Campos, mas ele morreu. Aí o leitor pode perguntar e Marina Silva? Tenho minhas reservas quanto a tê-la como alternativa.
 
Com uma história de vida de superação Marina é um grande exemplo para quem quer vencer na vida pelos próprios esforços e entender que nunca é tarde para começar a estudar.
 
Mas o país precisa de uma alternativa à PT e PSDB que vá além de uma história de vida hollywoodiana. O Brasil carece de uma alternativa que passe confiança, altivez e que ao mesmo tempo tenha habilidade. Marina para ser alternativa vai ter que se reciclar politicamente.
 
Ela ainda é muito radical e no ecossistema político brasileiro isso é um perigo.
 
Torço que Dilma termine o mandato dela com o mínimo de dignidade e que o PT não apele para Lula em 2018. Não seria nada bom para a nossa democracia trazer um ex-presidente de volta. Entendo que quem deu sua colaboração no Palácio do Planalto deva se aposentar eleitoralmente e ficar atuando como conselheiro ou até mesmo na função de líder político.
 
Também torço para que nos próximos anos alguém surja com capacidade de ser essa alternativa que não existe hoje. Existe um vácuo muito grande dentro da polarização entre petistas e tucanos. Eduardo Campos tinha todas as condições de ocupar esse espaço, mas as voltas que o mudo dá atrapalharam.

Fonte: O Mossoroense
Por Bruno Barreto 

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