PRESOS POLÍTICOS?
SOU MAIS BEIRA MAR E MARCOLA
Qualquer cidadão e cidadã honestos ficam constrangidos ao tomar
conhecimento que tramitam no Supremo Tribunal Federal 300 ações e 534
inquéritos contra políticos. Estes contam com o “foro privilegiado” de
forma parcial e imoral numa República imputada como democrática. (O
‘imputada’ vale como trocadilho).
A cidadania deveria sentir-se violentada se atentasse para a
dissimulação com que os poderes republicanos encenam a patuscada da
condenação e prisão dos quadrilheiros do Mensalão, que deveriam, como
qualquer condenado da Justiça, cumprir suas penas sem choro nem vela.
Entre os mensaleiros há membros da cúpula do partido no poder. Este
partido estelionatário que defendia, antes de eleger um presidente,
liberdade, igualdade e fraternidade de forma radical, enganou o Brasil, e
a maior prova disso é qualificar seus companheiros, assaltantes do
Erário, como ‘heróis’.
E faz ainda pior. Considera um julgamento que se estendeu por oito
anos, com ampla liberdade de defesa como uma conspiração das elites e um
golpe da mídia, alvo predileto dos narco-populistas latino-americanos.
Embora 86% dos militantes do PT considerarem ‘justa’ a prisão dos
mensaleiros, sua direção, arrogantemente desligada da opinião pública e
até dos companheiros da base, insistem em incentivar uma campanha em
defesa dos ‘seus’ presos, com falsidade ideológica ao condenar o STF, ou
apelando para a pantomima do humanitarismo.
O desprezo do PT pela decisão da Suprema Corte (com ataques
descabidos, até racistas, contra o presidente Joaquim Barbosa), e a
vitimização dos ‘seus’ condenados, fazem parte de uma sórdida campanha
que conquistou privilégios inconvenientes. Visitas fora do regulamento,
exigências alimentares e até enfermidades dolosas viraram rotina.
Com isso está estabelecida uma contradita abominável: o lulo-petismo
não tem a mínima consideração pela população carcerária a não ser por
seus companheiros. Até os comparsas do Mensalão, funcionários,
publicitários, banqueiros e parlamentares, caem no desprezo. Imaginemos
os que ficam no andar térreo ou, digamos, no porão, prisioneiros de
várias classes sociais, mas, principalmente, gente do povo,
trabalhadores da classe “C”, ou desempregados da classe “Fu”…
É por isso que sou mais Beira-Mar e Marcola, que poderiam exercer a
gerência de hotéis brasilienses sem nada dever a José Dirceu, com
salário menor do que o conquistado pelo chefe da quadrilha petista
através de cúmplices enrustidos.
Ainda mais inconveniente entre as artimanhas lulo-petistas é a imunda
transação para resguardar José Genoíno, exemplo de corrupto e
corruptor. Ele resguarda o mandato de deputado contra a prescrição
legal, estimula a procrastinação da sua cassação e tenta conquistar uma
desonesta aposentadoria por invalidez.
Parceiros de operações suspeitas que escaparam da Ação Penal 470
inventaram e alardearam aos quatro ventos a impostura de um ‘infarto’
que Genoíno teria sofrido, e assim afligir a opinião pública com clara
intenção de constranger Joaquim Barbosa. Duas juntas médicas com
probidade – da Câmara dos Deputados e da Universidade de Brasília –
jogaram no lixo com seus laudos o embuste sem sequer registrar uma
cardiopatia grave. Entretanto, seu irmão e líder do PT José Guimarães –
aquele dos dólares na cueca – discursa, mantendo a farsa e lamentando
vê-lo comer nas marmitas distribuídas aos demais presos na Papuda.
Na verdade, com quase um milheiro de políticos sob a alçada dos
tribunais, constata-se o que o lúcido analista político Gaudêncio
Torquato vê: o Brasil transformar-se numa “gigantesca delegacia de
polícia’, apontando na agenda da administração pública falcatruas,
maracutaias, acochambrações e trapaças rotineiras.
Na verdade, será uma delegacia de polícia que mantém um tratamento
diferenciado, onde a pena estabelecida para uns é desigual com relação a
outros. Segundo informações de boa origem, o regime semiaberto que se
pede apressadamente para os mensaleiros petistas, tem uma fila de 900
detentos com igual direito. Esses esperam há bastante tempo por isso,
alguns a mais de um ano.
Em razão dos privilégios aos políticos presos, já se verifica um
“clima de instabilidade e insatisfação” entre os detentos, como
registrou uma inspeção dos juízes da Vara de Execuções Penais do
Distrito Federal. E é tão flagrante o favoritismo que revolta os
familiares dos presos não bafejados pelo ideologismo discriminatório dos
petistas.
O clamor fez o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
se submeter à pressão, estendendo o direito de visitas a todos do
sistema prisional da região. No que agiu com autenticidade,
democraticamente.
Fonte: Blog do Miranda Sá
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